Escrito por Adriana
14 de setembro de 2015
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Desde que surgiu a ideia da nossa viagem como um projeto de vida, sabíamos que seria inevitável abrir mão de muita coisa pra fazer esse sonho acontecer. Sair de casa para pegar um avião e não saber ao certo quando voltar exige muito mais preparo psicológico e financeiro do que uma viagem de férias, que nunca passam de 30 dias.

Mal sabíamos por onde começar e que direção tomar, mas já tínhamos em mente nossas palavras de ordem: economia e desapego. Seria impossível seguir em frente se a gente não estivesse preparado para abandonar tudo aquilo que não caberia na nossa mala – sejam objetos, pessoas e até outros planos.

Treinando o desapego: do que precisamos abrir mão para viajar o mundo

Como não podemos ter tudo nessa vida, segue abaixo uma lista com o que tivemos que deixar pra trás, mas que nos dá aquele aperto no coração a cada vez que lembrarmos.

1. Lua de mel

O primeiro consenso a que chegamos quando decidimos casar é que não haveria festa, mas que nossa comemoração seria uma lua de mel num lugar fantástico. Porque né, ninguém aqui liga tanto pra comemoração, mas já pra viagens… Quantas cidades diferentes poderíamos conhecer com a grana da festa?

E em uma bela madrugada de bebedeira e pensamentos soltos, chegamos até a escolher o destino: Ilhas Maurício. Até que papo vai, papo vem… resolvemos mudar a linha de pensamento: e se a gente celebrasse nossa união em vários lugares diferentes do mundo?

Desapego para viajar na praia
Nossa planejada lua de mel que não aconteceu

Desde então paramos de sonhar com uma semana em um resort de luxo com águas cristalinas e começamos a pesquisar albergues e hospedagens gratuitas em países com baixo custo de vida.

Depois de tantos devaneios, possibilidades de volta ao mundo e lua de mel em diferentes destinos, o resumo da história é que nos planejamos e economizamos muito pra embarcar na nossa nova jornada. Compramos nossa passagem só de ida, sem saber por quanto tempo ficaremos na estrada e pra onde ir depois. E estamos por aí, Em Algum Lugar do Mundo. Sem lua de mel, mas com muitas realizações, muitas dificuldades e muitas histórias pra contar.

2. Apartamento

Assim que decidimos que, por tempo indeterminado, nossa casa seria o mundo, o primeiro item da lista a ser cortado foi o apartamento. Faltando pouco pra completarmos 1 ano de casados, fomos atacados pelo vírus da viagem compulsiva. Ou seja, mal deu tempo de mobiliar o apartamento e deixá-lo com nossa cara, pra ter que sair dele e se desfazer de tudo.

Molho de chaves desapego para viajar
Casa, carro, tudo foi deixado de lado

Lá estávamos nós de mudança novamente: saímos do apê de 2 quartos para um quartinho temporário que mal cabia nós dois, mas que cabia no nosso orçamento enxuto. Em nenhum momento nos arrependemos dessa mudança, mas confessamos que foi um pouco complicado não ter mais um cantinho para chamar de nosso naquele momento.

A melhor parte dessa história é que ficou claro que entregar o apartamento não só nos permitiu economizar pra viagem, como nos preparou bastante pra ela. Chegava a ser irônico lembrar que “sofremos” por falta de ter nosso espaço, depois de termos dormido em tantos lugares esquisitos, sujos e inóspitos por aí.

3. Emprego

Quem nunca sonhou um dia em chutar o balde e largar tudo? A gente sim, muitas vezes. Mas geralmente esse sonho durava uns poucos momentos e logo o peso das obrigações nos chamava pra realidade.

Levamos um tempo até conseguir enxergar fora da caixa e aceitar que existia vida fora do mundo corporativo, e agora simplesmente não nos vemos mais enfurnados de 9h às 18h em um escritório, enfrentando trânsito e com cobrança de todos os lados.

Continuamos a passar muitas horas do dia no computador, mas nós ditamos nossos horários e nosso nível de exigência com nosso trabalho. Tanta liberdade tem um preço: nossa conta não engorda mais ao final de todo mês com um salário fixo. Pode ser que a gente não saiba viver com tanta incerteza financeira assim para sempre mas, por enquanto, essa vida de nômades digitais tá dando certo.

em algum lugar do mundo no facebook

4. Padrão de vida

Sabemos que esse conceito é bem relativo, mas nossa realidade de assalariados nos permitia algumas viagens de fim de semana, sermos clientes assíduos da delicatessen da esquina, irmos aos shows que quiséssemos e escolhermos o próximo destino das férias sem se basear no custo de vida local.

desapego
Novo estilo viagem X Antigo padrão de vida

Depois que entramos no modo “econômico” pra se preparar pra viajar, passamos a encarar que a boa do fim de semana era aquele programa gratuito e a melhor cerveja era a do boteco em promoção. Fazíamos compras do mês no mercado mais barato, jantar fora se tornou um evento raríssimo e qualquer coisa que pensávamos em comprar entrava na comparação de quantos dias de viagem aquele gasto significaria.

E já na estrada, nosso padrão é revisto diariamente – sem exageros.

Anotamos nossos gastos diários, tivemos que abrir mão inúmeras vezes de conforto pela economia, decidimos nossos destinos de acordo com nosso orçamento e com o custo de vida local, buscamos hospedagens gratuitas, e por aí vai. Estamos sempre atentos a novas e eficazes formas de viajar gastando menos – e o que não falta são oportunidades!

5. Bens materiais

Não estamos dizendo que é fácil, mas embarcar num projeto de viagens como esse (ou qualquer outro de longo prazo) e manter apego a coisas materiais é incompatível e até mesmo impossível, no nosso caso. Se status social, carro do ano ou morar na zona sul do Rio de Janeiro fossem nossas prioridades, todos os itens acima não teriam sido listados, e o projeto simplesmente não aconteceria.

Aprendemos a viver com o mínimo possível e tudo o que precisarmos cabe na nossa mala.

Pra falar a verdade, nossas mochilas não pesavam mais de 20kg cada quando saímos do Brasil. Porém, adquirimos novos equipamentos fotográficos pelo caminho, que pesam bastante e ocupam espaço. Isso nos forçou a ter que se livrar de ainda mais coisas – ficando somente o essencial. No fim das contas, não temos escolha: temos que aceitar o fato de vestir as mesmas 2 calças e 8 camisas por tempo indeterminado.

6. Família e amigos

desapego
Saudade constante de amigos e familiares

O último, porém o mais importante. Já viajamos e moramos fora por um tempo, descobrimos na prática que a saudade dói, mas você se acostuma.

Mas dói! E muito! Não há blog que dê conta de transmitir tudo o que sentimos ao estar longe de quem amamos.

Não há grupo de whatsapp que substitua a mesa de bar. Não há Skype que diminua a dor de não poder dar aquele abraço. São as afilhadas que vão crescer, a amiga que vai ter filhos, o natal sem panetone e sem família… Tentamos nos consolar sempre repetindo que a distância é temporária e que podemos estar de volta quando quisermos. Mas o que queríamos mesmo era não precisar voltar e poder carregar todo mundo dentro da nossas mochilas!

Essa lista é resultado do exercício que fizemos exaustivamente até batermos o martelo de viajar sem data de retorno: deveríamos responder se “conseguiríamos viver sem?” cada um dos pontos acima. Só a partir de todas as respostas SIM nos sentimos prontos para comprar nossa passagem só de ida. Não queremos arrependimentos no meio do caminho.

E você, tem um sonho? Já parou pra pensar no tanto de coisas que você teria que abrir mão pra poder vivê-lo?

Escrito por Adriana
Jornalista e blogueira em tempo integral há mais de 10 anos. Já visitou mais de 40 países e ama um roteiro bem completo e equilibrado, com direito a clichês e espaço para novas descobertas. Por aqui compartilha suas experiências de viagem e traz as melhores dicas para que você também se apaixone pelo seu próximo destino.
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