Se existe um destino no Brasil que combina cachoeiras incríveis, trilhas cinematográficas e um toque de misticismo, esse lugar é a Chapada dos Veadeiros. No nordeste de Goiás, o Cerrado surpreende com paisagens que vão de cânions a piscinas naturais de águas cristalinas, além de uma energia única que muita gente jura sentir. Para ter uma viagem envolvendo natureza e aventura, você chegou ao destino certo!
A enorme Cachoeira Almécegas I, na Chapada dos Veadeiros.
A Chapada dos Veadeiros se espalha por oito municípios, mas as principais bases para conhecer o Parque Nacional são Alto Paraíso de Goiás, Vila de São Jorge (que faz parte de Alto Paraíso) e Cavalcante. Cada uma tem suas particularidades, e escolher bem onde se hospedar muda tudo. Dependendo de onde você ficar, dá para ter mais estrutura, estar colado nas trilhas ou se aventurar por cachoeiras mais isoladas.
Se você quer boa infraestrutura, restaurantes e pousadas variadas, Alto Paraíso é a melhor pedida. Mas se o seu plano for ficar colado na entrada do Parque Nacional e viver a vibe rústica da Chapada, Vila de São Jorge faz mais sentido. Para quem busca cachoeiras mais vazias e um contato maior com a cultura local, Cavalcante é um acerto e tanto.
Cada uma dessas regiões entrega uma experiência completamente diferente da outra. Para não ter erro na hora de escolher onde ficar, fiz este guia com todas as informações que você precisa. Agora é só descobrir qual delas combina mais com a sua viagem:
Aqui está um mapa com todas as hospedagens citadas no post. Salva aí e bora escolher seu cantinho na Chapada dos Veadeiros:
Onde ficar na Chapada dos Veadeiros: as três principais bases para se hospedar
1. Alto Paraíso de Goiás
A 235 km de Brasília, Alto Paraíso é o ponto certeiro para você começar a explorar a Chapada. A cidade tem pousadas para todos os gostos, restaurantes gostosos e várias agências de passeios.
A Cachoeira dos Cristais. Foto: Augusto Miranda / MTur
O bom de Alto Paraíso é que tem de tudo. Supermercados, farmácias e até caixas eletrônicos na Avenida Ary Valadão Filho (coisa rara na região). Mas não dá para confundir com uma cidade grande, porque o clima é simples e tranquilo.
Ao mesmo tempo, Alto Paraíso é muito conhecido por seu lado místico e alternativo, com lojas de cristais de quartzo, centros holísticos e uma atmosfera ligada ao esoterismo. Sério, o próprio portal da cidade é um disco voador!
Para quem prefere comodidade, essa cidade é uma escolha certeira. As hospedagens vão de áreas de campings a pousadas sofisticadas, com estrutura melhor do que em outras partes da Chapada. A única coisa que pesa é a distância do Parque Nacional, então sempre rola um deslocamento até o distrito da Vila de São Jorge.
Mesmo assim, há várias cachoeiras por perto, como a Cachoeira Loquinhas, que tem piscinas azul-turquesa e acesso fácil. Já a Cachoeira dos Cristais é ótima para relaxar, com quedas d’água suaves e poços perfeitos para banho. A Cachoeira Véu da Noiva completa o roteiro com sua queda imponente e uma paisagem de tirar o fôlego.
Resumindo, o contato com a natureza aqui é diferente de lugares mais isolados, como São Jorge ou Cavalcante. O cenário tem mais cara de cidade do que de refúgio no meio do Cerrado. Mas, para quem quer uma base estruturada sem abrir mão das paisagens da região, não tem erro.
Pousada Araras | Quartos aconchegantes e uma área verde ótima, perfeita para relaxar depois de um dia passeando na natureza.
Pousada Paraiso | Um cantinho sossegado, com chalés rústicos e uma piscina ao ar livre. O estacionamento é grátis, o que é uma vantagem para quem viaja de carro.
Flat da Pousada Avalon | Espaçoso e bem equipado, esse flat tem cozinha completa e uma varanda deliciosa com vista para o Cerrado.
2. Vila de São Jorge
Se Alto Paraíso é uma cidade arrumadinha, a Vila de São Jorge é o lado mais rústico e descolado da Chapada. O cenário não poderia ser diferente: ruas de terra, bares com música ao vivo e aquele clima de quem largou o relógio para viver o momento. O melhor de ficar aqui? A entrada do Parque Nacional está logo ali, então dá para sair da pousada e já cair nas trilhas a pé mesmo.
As impressionantes formações rochosas do Vale da Lua.
Já me hospedei uma vez na vila, e quando voltar para a Chapada, pretendo ficar aqui de novo. As pousadas são simples, algumas sem TV ou Wi-Fi, mas a ideia é justamente se desconectar do mundo e curtir o sossego. Nos arredores da vila, há atrações como o Vale da Lua, com suas formações rochosas surreais esculpidas pela água, e o Mirante da Janela, que tem uma das vistas mais impressionantes da Chapada.
À noite, rola um clima gostoso, com forró, cerveja artesanal e até gente contando histórias sobre avistamento de luzes no céu. De dia, um dos passeios imperdíveis é a Cachoeira do Segredo, que tem uma queda d’água de 100 metros cercada por paredões de pedra.
O único detalhe que pode pegar é a estrutura limitada. Não tem supermercados grandes, bancos ou muita variedade de restaurantes, então vale se planejar. Mas eu nunca passei perrengue, sempre dá para achar algo saboroso para comer e uma lojinha para resolver qualquer imprevisto. Mas se você depende de internet, melhor pensar duas vezes. O sinal aqui é daqueles que somem sem aviso.
O que eu mais gosto em São Jorge é que dá para fazer tudo a pé e, no fim do dia, ainda assistir a um pôr do sol de arrepiar. A vila é pequena, acolhedora e cheia de pessoas de todos os cantos do Brasil. Então se sua ideia de viagem é se jogar na natureza e curtir a energia única da Chapada, esse é o lugar certo.
Principais atrações:
Entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Vale da Lua
Mirante da Janela
Cachoeira do Segredo
Raizama
Catarata dos Couros
Melhores pousadas na Vila de São Jorge:
Village São Jorge – Guest Apartment| Apartamentos bem equipados, a poucos minutos da entrada do Parque Nacional, o que é perfeito para ter praticidade.
Pousada Mundo Dha Lua| Chalés charmosos com uma vibe tranquila e café da manhã caseiro.
Namastê Suítes e Chalés| Quartos caprichados e chalés com cozinha, num ambiente gostoso e pertinho das piscinas naturais do Raizama.
3. Cavalcante
Se você quer conhecer um lado menos óbvio da Chapada, Cavalcante é uma baita cidade. Ela fica mais afastada, então não recebe tanta gente quanto em Alto Paraíso, mas olha… vale cada quilômetro rodado!
A Cachoeira de Santa Barbara é um verdadeiro dos principais atrativos da região. Foto: Rafael Defavari / CC BY-SA 4.0
O destaque por aqui é a comunidade quilombola Kalunga, que protege a deslumbrante Cachoeira Santa Bárbara — aquela de água azul absurda que todo mundo posta no Instagram. E não para por aí, tem também a Capivara, o Rei do Prata e um monte de outras cachoeiras tão bonitas quanto.
Eu já fiquei hospedada em Cavalcante e gostei muito do clima mais sossegado. A cidade é menor e tem menos estrutura, mas isso também significa menos turistas e mais natureza. Minha escolha foi a Chácara Lápis Lazuli, um lugar com uma energia especial, onde o pôr do sol é um espetáculo à parte. Sem contar a trilha curtinha que leva a um córrego com um poço incrível, praticamente privativo.
Preciso dizer que restaurantes e vida noturna não são o forte da região. A programação da noite geralmente se resume a jantar na pousada e descansar para as trilhas do dia seguinte. Para mim, isso nunca foi um problema, mas quem gosta de mais movimento pode estranhar o ritmo super pacato da cidade.
A parte boa é que dá para achar desde campings até pousadas mais estruturadas. E se quiser uma experiência ainda mais autêntica, algumas famílias Kalungas recebem visitantes em hospedagens simples, mas cheias de história. Não é o tipo de hospedagem tradicional, mas para quem quer se conectar de verdade com a cultura da região, é bem especial.
Pousada Aruana | Um refúgio cercado pela natureza, com piscina e redes espalhadas pelo jardim para você curtir sem pressa.
Pousada Vilas Boas | Ambiente simples e acolhedor, com localização estratégica para quem quer explorar as trilhas e cachoeiras de Cavalcante.
Onde não ficar na Chapada dos Veadeiros
Tem lugar na Chapada que parece uma boa opção à primeira vista, mas na prática pode ser uma roubada. Algumas hospedagens ficam na zona rural, fora das cidades principais, em fazendas e sítios mais afastados. Para quem busca isolamento e contato intenso com a natureza, pode ser uma experiência incrível. Mas vale lembrar que isso também significa nenhum comércio por perto e sinal de celular fraco.
Outro ponto que merece atenção são as estradas. Algumas áreas entre Alto Paraíso e Cavalcante têm pousadas anunciadas como “isoladas na natureza”, mas, se chover, prepare-se para atolar o carro. Se a hospedagem estiver em uma dessas estradas de terra complicadas, um 4×4 pode ser obrigatório. No mapa parece perto, mas a realidade são horas sacolejando no carro até conseguir chegar no hotel.
Dicas importantes antes de escolher seu hotel na Chapada dos Veadeiros
Se esta é sua primeira vez na Chapada dos Veadeiros, aqui vão algumas dicas essenciais para garantir que sua hospedagem seja perfeita. Escolher a região certa já é meio caminho andado, mas tem alguns detalhes que fazem toda a diferença na viagem. Desde transporte até a melhor época para ir, anote tudo para evitar perrengue!
Como se locomover na Chapada dos Veadeiros
Se tem uma coisa que faz diferença nessa viagem é o transporte. As cachoeiras não ficam pertinho umas das outras, então depender de ônibus ou carona é pedir para perder tempo. O melhor é alugar um carro logo ao chegar em Brasília e já sair de tanque cheio, porque os postos de gasolina são uma raridade por lá.
Se puder escolher, vá de carro alto ou 4×4. Muitas estradas são de terra e algumas trilhas começam em lugares onde só veículos mais robustos conseguem chegar sem sofrimento. Se quiser ir até Cavalcante ou pegar estradas mais remotas, um carro mais preparado evita dor de cabeça. Em época de chuva, então, nem se fala!
Para quem prefere não dirigir, dá para apostar em passeios guiados que saem de diferentes localidades. Algumas trilhas exigem guia obrigatório, como a da Cachoeira Santa Bárbara, então pode valer a pena fechar pacotes com agências locais. Mas se a ideia for visitar várias cachoeiras diferentes, a certeza é que estar de carro dá muito mais liberdade e sai mais barato no final.
Qual a melhor época do ano para visitar a Chapada dos Veadeiros?
A Chapada dos Veadeiros muda completamente de acordo com a estação do ano. Maio a setembro (outono e inverno) é a época mais seca, com trilhas fáceis e cachoeiras cristalinas. É alta temporada e os preços sobem, principalmente em feriados como Corpus Christi e o Festival Ilumina, que lota Alto Paraíso. Se quiser pegar esse período, reserve a pousada com antecedência.
De outubro a abril (primavera e verão), as chuvas voltam e algumas trilhas podem ficar complicadas. O lado bom é que a vegetação fica mais verde, as quedas d’água ganham força e as chances de pegar cachoeiras lotadas são menores. Janeiro e fevereiro são os meses mais chuvosos, e o risco de trombas d’água aumenta bastante, então é essencial verificar a previsão do tempo antes dos passeios e evitar cachoeiras com correntezas fortes nesses dias.
A chuva pode chegar de repente e pegar muita gente de surpresa, principalmente em cânions e trilhas que levam a rios. Sempre vale perguntar aos guias locais sobre a segurança do percurso e respeitar qualquer sinal de alerta. Melhor voltar e tentar outro dia do que arriscar entrar em uma área perigosa.
E se quiser evitar multidões e ainda pegar um bom equilíbrio entre rios cheios e tempo firme, recomendo maio e setembro. Como são meses de transição, são mais tranquilos, ainda com bastante água e temperaturas agradáveis. Sem falar que dá para garantir preços melhores em hospedagens, já que não é considerado pico de alta temporada.
Nem toda hospedagem tem restaurante por perto
Se você decidiu ficar em Alto Paraíso ou São Jorge, pode ficar em paz, porque há várias boas opções de restaurantes. Mas se for para Cavalcante ou para algum hotel mais isolado, pense bem. Muitas pousadas afastadas não têm restaurante por perto, e algumas nem oferecem jantar. Se não quiser dirigir à noite, veja antes se há estrutura no próprio hotel.
Outra coisa que pouca gente considera: algumas hospedagens na Chapada não têm cozinha para os hóspedes. Se estiver viajando em grupo e quiser fazer suas próprias refeições, confira isso antes de reservar. Algumas casas de temporada são ótimas para quem prefere preparar o próprio café da manhã ou cozinhar algo depois de um dia cansativo de trilhas.
Em São Jorge, os restaurantes fecham cedo, então vale planejar bem o jantar. Depois das 22h, as opções diminuem bastante e pode ser difícil encontrar um lugar aberto. Em feriados, então, algumas cozinhas lotam e demoram para servir. Vale sair para jantar cedo ou garantir um lanche para não passar aperto.
Leve dinheiro em espécie
Pode parecer besteira, mas é sempre bom carregar dinheiro vivo na Chapada. Em Alto Paraíso, os estabelecimentos costumam aceitar cartão, mas em São Jorge e Cavalcante nem sempre. Algumas pousadas menores e restaurantes afastados ainda funcionam no esquema do dinheiro vivo.
Os caixas eletrônicos da região nem sempre estão abastecidos, então não dá para contar com saque de última hora. Já vi gente rodando a cidade atrás de um caixa funcionando e voltando de mãos vazias. Melhor já sair de casa prevenido.
Curtiu o meu guia de pousadas na Chapada dos Veadeiros?
Depois desse post, escolher sua hospedagem na Chapada ficou muito mais fácil, né? Agora é só decidir entre Alto Paraíso, São Jorge ou Cavalcante e se preparar para dias incríveis de cachoeiras, trilhas e paisagens de tirar o fôlego.
Se curtiu as dicas, me conta nos comentários qual dessas regiões tem mais a ver com você! E claro, quando voltar de viagem, quero saber tudo sobre sua experiência. Boa aventura!
Jornalista e blogueira em tempo integral há mais de 10 anos. Já visitou mais de 40 países e ama um roteiro bem completo e equilibrado, com direito a clichês e espaço para novas descobertas. Por aqui compartilha suas experiências de viagem e traz as melhores dicas para que você também se apaixone pelo seu próximo destino.
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