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Para os amantes das artes, poucos passeios são tão legais quanto visitar um bom museu. E para isso, Buenos Aires é um sonho completo! Como você já pode imaginar, há dezenas de museus em toda a cidade, um mais interessante e encantador que o outro.
O charmoso jardim do Museu Histórico Nacional da Argentina, ao lado do Parque Lezama. Foto: Secretaría de Cultura / CC BY-SA 2.0
E provando que a capital portenha é um ótimo destino para esse tipo de passeio, saiba que a cidade já figurou no top 5 cidades mais culturais do globo em uma pesquisa que teve a participação de mais de 21 mil pessoas que avaliaram a cena cultural de suas cidades natais.
Se até mesmo os portenhos estão satisfeitos com o que seu lar tem a oferecer, é hora de você organizar seu roteiro e desfrutar dos espaços mais históricos aos mais inovadores e contemporâneos!
E para você não perder tempo sem saber quais visitar, confira agora uma lista completa com os 23 melhores museus de Buenos Aires:
1. Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA)
Abro a lista com um dos museus mais visitados de Buenos Aires, o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA). Ele fica no bairro de Palermo, e foi fundado em 2001 pelo empresário Eduardo F. Constantini. Hoje, a instituição detém mais de 500 obras.
A pintura “Abaporu”, da artista brasileira Tarsila do Amaral, exposta no MALBA.
É um museu incrível, que reúne obras da América Latina criadas nos primórdios do movimento modernista do século 20 em diante. Aqui, a proposta é imergir em arte produzida, lida e interpretada pelos olhos de quem é latino.
As mostras temporárias contam com obras de artistas em atividade, e de grandes nomes do século 20, como Antonio Berni e Frida Kahlo. Entre alguns dos brasileiros, estão Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Lygia Clark e Di Cavalcanti.
Quando visitei o MALBA, tive a oportunidade de ver de perto a tela original do Abaporu, de Tarsila. A sensação de estar cara a cara com uma peça tão famosa e importante para a produção de arte no Brasil é indescritível!
O museu também apresenta mostras de cinema em seu auditório, com clássicos de Hollywood, filmes documentais, e outros que tem uma pegada cult.
Resumidamente, vale muito a pena visitar o MALBA! O ingresso tem um valor acessível, e a única coisa que você tem que se atentar é sobre as fotos. Não é proibido fotografar, mas sempre deixe o flash desligado.
2. Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
O imponente edifício rosado do Museu Nacional de Bellas Artes (MNBA) é um dos símbolos de Buenos Aires e do bairro da Recoleta. A localização dele na Avenida del Libertador é ótima, próximo à Floralis Genérica e ao Cemitério de la Recoleta.
O Museu Nacional de Belas Artes. Foto: Secretaría de Cultura / CC BY-SA 2.0
Desde sua fundação, em 1896, o museu mudou várias vezes de sede. Até que, em 1933, chegou ao seu endereço atual, na Recoleta. Porém, ele sempre foi fiel ao seu objetivo inicial: preservar a arte argentina e a arte internacional de todos os períodos históricos.
Assim, o MBNA se tornou um dos mais célebres museus argentinos. O ideal é que você vá com tempo, já que são três andares com mais de 700 obras expostas, levando em consideração que o acervo é de quase 13 mil.
Se você não dispensa uma boa experiência imersiva quando se trata de um museu desse porte, aposto que vai adorar fazer uma visita guiada pela coleção permanente do museu. Só para você ter um gostinho das obras expostas, espere encontrar os trabalhos de artistas como Van Gogh, Ernesto de la Cárcova, Manet e Rodin.
3. Museo de la Pasión Boquense
Sem dúvidas, o futebol é um dos esportes que mais aceleram corações ao redor do mundo. E em Buenos Aires, ou melhor, no colorido bairro de La Boca, só se ouve falar de um time, o Boca Juniors.
Quadros de camisas do Museo de la Pasión Boquense. Foto: BugWarp / CC BY-SA 4.0
E, pertinho do Estádio La Bombonera, fica uma sugestão de museu para quem gosta do time argentino e quer aprender mais da sua história centenária: o Museo de la Pasión Boquense.
O museu é bem moderno, usando iluminação escura e sons de torcida ao fundo para criar uma atmosfera imersiva. Pra quem é fã do Boca Juniors, garanto que vai ser uma experiência incrível ver os troféus, camisetas e recordações dos craques que já passaram pelo time.
Se interessou? Uma forma muito legal e completa de conhecer o espaço é optando por fazer um tour guiado do futebol, que inclui uma visita ao Museo de la Pasión Boquense e o Museo River Plate, que falarei mais a frente.
4. Museu Nacional de Artes Decorativas
Também na Avenida del Libertador, o Museu Nacional de Artes Decorativas é uma fascinante casa-museu instalada no que foi o palácio residencial da família Errázuriz Alvear, que esteve inserida na alta sociedade do início do século 20.
O salão principal do Museu Nacional de Artes Decorativas. Foto: Analia Silva / CC BY-SA 4.0
Com entrada franca, o espaço abriga peças de decoração impecáveis e itens de mobília oriundos de países europeus. Tanto luxo e extravagância me despertaram a curiosidade de como seria a rotina dessa família quando viveram no palácio.
Minha dica é explorar cada sala com muita calma – desde os adornos nos tetos e paredes, lustres detalhadíssimos, esculturas romanas, até os móveis franceses. Esse museu é uma jóia da arquitetura que não deve passar despercebida.
5. Museo Evita
A uma pequena caminhada do Jardim Botânico de Buenos Aires e do Ecoparque, está o Museo Evita, criado em dedicação a umas das personalidades femininas mais carismáticas da Argentina, a ex-primeira-dama Eva Duarte Perón, ou somente Evita.
O interior do Museo Evita. Foto: Víctor Santa María / CC BY 2.0
O edifício escolhido para o museu se chama “Casa Carabassa”, e foi adquirido em 1948 pela Fundación Eva Perón, que ajudava mulheres sem rede de apoio e aquelas que fossem mães.
É um lugar relativamente pequeno, que conta a trajetória de Evita através de fotografias, textos, vídeos, roupas e objetos. Ao meu ver, não é uma parada obrigatória, porém vai te agradar muito se você se interessa pela vida de Eva Perón, o peronismo e a história argentina.
Inclusive, no museu se encontra a primeira urna do voto feminino na Argentina para as eleições de 1951, oportunidade em que Evita votou pela única vez na vida, antes de seu falecimento.
Por fim, ressalto que a entrada é paga, e visitantes estrangeiros pagam um valor um bocado maior que os residentes portenhos. É bom entrar em contato com o museu para verificar os valores atualizados em pesos argentinos.
6. Museo de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia
Você sabia que o museu mais antigo da Argentina é um museu de história natural? Oficialmente inaugurado em 1823, o Museo de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia é um dos melhores museus de Buenos Aires para visitar em família.
O Museo de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia. Foto: Erico Valadares / CC BY-SA 3.0
As boas primeiras impressões já começam no lado de fora – a arquitetura do museu é belíssima e original do período em foi criado, e dá pra perceber que o prédio é muito bem cuidado. Saiba que a entrada é paga, mas o valor é barato.
Dentro dele, há as mais variadas exposições de aves, insetos, conchas, seres aquáticos, mamíferos da atualidade, minerais e meteoritos, inclusive uma sala que conta a história do próprio museu.
De longe, a maior e mais importante sala é a de paleontologia, onde são exibidos plantas fossilizadas e esqueletos de mamíferos e dinossauros, a exemplo do Patagossauro, um dinossauro herbívoro que habitou a Patagônia argentina há pelo menos 177 milhões de anos.
Uma coisa é certa: crianças e adultos irão sair do museu de queixo caído, porque saber mais sobre o passado da vida em nosso planeta sempre será algo maravilhoso.
7. Museo Casa Rosada
O Museo Casa Rosada, ou Museo del Bicentenário, foi inaugurado em 2011, ao lado da Casa Rosada, um dos maiores cartões-postais da cidade.
O Museo Casa Rosada. Foto: Secretaría de Cultura / CC BY-SA 2.0
O motivo para a criação do espaço foi a comemoração do bicentenário da Revolução de Maio de 1810, evento que foi o ponto de partida para a Independência da Argentina em relação ao Império Espanhol.
Dessa forma, o museu reúne uma coleção de mais de 12 mil peças da história argentina a partir do fato que acabei de citar. Definitivamente, esse é um dos melhores museus de Buenos Aires se você quiser se inteirar do passado do país de uma vez por todas, e de forma gratuita!
Muito do visual rústico do museu se deve à utilização da estrutura original do Forte de Buenos Aires, que operou no local em meados do séc. 18. Hoje, você encontra ali uma vasta quantidade de móveis, pinturas, fotografias, documentos, vestuário e carruagens.
O item que mais chama atenção na coleção é o mural Ejercito Plástico, do artista mexicano David Alfaro Siqueiros, que tem uma pequena sala dedicada à mostra da obra. Desde 2003, o mural é considerado “Bem de Interesse Histórico Artístico Nacional” da Argentina.
8. Museo Histórico Nacional del Cabildo y la Revolución de Mayo
Imagine que você já saiu do Museo Casa Rosada e está de passeio pela Plaza de Mayo, pensando no próximo museu que vai visitar. Pois bem, basta andar alguns metros e você já estará no Museo Histórico Nacional del Cabildo y la Revolución de Mayo.
Museo Histórico Nacional de Cabildo y la Revolución de Mayo. Foto: Casa Rosada / CC BY 2.5 AR
A posição geográfica do museu em relação à Casa Rosada não é à toa, pois ele está sediado no que foi o antigo prédio do cabildo de Buenos Aires, uma espécie de prefeitura da época colonial.
E o acervo do museu busca, justamente, preservar a história do período em que esse cabildo funcionou através de uma coleção de objetos e documentos que levam até os tempos revolucionários que deram origem à Argentina independente.
A entrada é gratuita, e o passeio pelo museu foi nada demorado. Há um leque de peças com grande valor histórico, tal qual a prensa móvel do General Manuel Belgrano e o título universitário que oficializou Mariano Moreno no ofício da advocacia.
Eu não poderia deixar uma boa dica de fora. Subindo para o segundo andar do museu e acessando a varanda, você consegue ótimos ângulos para fotografar a Plaza de Mayo e da Casa Rosada, ou só curtir a vista mesmo.
9. Museo Xul Solar
O Museo Xul Solar é um tesouro escondido no bairro da Recoleta, e seu acervo consiste em uma grande coleção de obras assinadas pelo genial artista argentino Oscar Agustín Alejandro Schulz Solari (o Xul Solar).
O interior do Museo Xul Solar. Foto: Roberto Fiadone / CC BY-SA 4.0
Apaixonado pela música e pelas artes visuais, Xul Solar teve sua criatividade imortalizada em suas telas de cores vibrantes e contrastantes, que são uma festa aos olhos. Ele também é um políglota e um inventor, pois criou dois sistemas de linguagem: o Pan Langua e o Neo-Criollo.
Achei o trabalho de Solar um tanto intrigante de observar, e é bastante claro que o artista era aficionado pelo místico, já que cada peça costuma ter vários elementos que referenciam religiões e práticas esotéricas, como a astrologia e o tarot.
Eu acabei de dizer que ele amava a música, certo? Pois o que mais me encantou na exposição foram alguns instrumentos musicais que o artista modificou – um piano, um dulcitone (lembra um piano) e um harmônio (um órgão sem tubos) tiveram suas teclas tradicionais trocadas por teclas coloridas. E funcionam!
Esse foi um dos lugares que mais gostei de ir, com certeza! A entrada para o museu custa um valor super justo, e tem a opção de fazer uma visita com guia que fala espanhol. O site oficial disponibiliza essas informações de forma mais detalhada.
10. Museo de Arte Popular José Hernández
Aproveitando a curta distância em relação ao Museu Nacional de Artes Decorativas, te apresento o Museo de Arte Popular José Hernández!
O Museo de Arte Popular José Hernández. Foto: Mrtngrsbch / CC BY-SA 4.0
Ele foi aberto ao público em 1948, exibindo uma coleção de ponchos pertencentes à etnia indígena mapuche, e outros objetos feitos pelos descendentes de espanhóis no período colonial, os criollos: facas, espadas, armas de fogo e acessórios para cavalos.
Hoje, o Museo de Arte Popular José Hernández tem um vasto acervo em constante atualização, muito devido à sua vontade de promover a arte produzida pelos artesãos locais, sejam eles de áreas rurais ou urbanas, o que eu acho muito importante.
Que o museu é pequeno, ele é, mas rende uma experiência muito legal, inclusive para a família. Particularmente, achei a exposição de cuias de mate uma fofura!
11. Museo de los Niños
Se você está pensando em incrementar a programação com as crianças em Buenos Aires, é melhor não deixar o Museo de los Ninos de fora!
O painel do Museo de los Niños. Foto: Patricia Díaz / CC BY-SA 2.0
Ele fica dentro do Shopping Abasto, na região de Abasto, e é todo focado na atividade lúdica do faz de conta, com estações especiais que simulam um supermercado, estádio de futebol, um programa de TV, um palco com instrumentos, e muito mais.
A vantagem do museu é que é possível fazer reservas pela internet, o que é melhor do que enfrentar filas. E se você está pensando em ficar parado, nada disso, porque as brincadeiras são igualmente divertidas para os adultos e os pequenos!
12. Museo Fernández Blanco – Palacio Noel
Antes de falar sobre o museu, acho de bom tom fazer uma diferenciação entre as unidades que ele tem:
Uma de suas sedes é a Casa Fernández Blanco, no bairro Monserrat. É uma casa-museu que foi inaugurada em 2019, e exibe coleções relacionadas à história da formação política de Buenos Aires e da Argentina.
O Museo Fernández Blanco.
Já a sede mais antiga é o Museo Fernández Blanco, uma versão encurtada do nome “Museo de Arte Hispanoamericano Isaac Fernández Blanco”, que tem seu endereço no Palácio Noel, no bairro do Retiro. É deste segundo lugar que continuarei falando.
O Museo Fernández Blanco é perfeito para quem aprecia a arte latinoamericana, especialmente aquela produzida em tempos coloniais.
O acervo dele começou com a coleção particular do engenheiro e músico Isaac Fernández Blanco e, atualmente, a maior parte das peças são iconografias católicas, pratarias, instrumentos musicais, pinturas, livros e mobília do século 16 ao 18. Impressionante!
É um bom lugar para explorar a expressão artística resultante do encontro entre povos ibéricos e indígenas americanos, com o extra de um encantador jardim espanhol e um pequeno café, que você pode frequentar sem precisar adquirir ingressos para o museu.
13. Casa Museu Carlos Gardel
Aproveitando a ida ao Museo de los Niños, mais um museu interessante na região de Abasto é a Casa Museu Carlos Gardel, inaugurada na casa em que viveram o músico e cantor de tango Carlos Gardel e sua mãe, Berta.
O Museo Carlos Gardel. Foto: Roberto Fiadone / CC BY-SA 4.0
O espaço une fotografias, cartas, documentos e instrumentos musicais de Gardel, além de uma placa com uma coletânea de todas as músicas gravadas comercialmente pelo “Rei do Tango”, como ele era chamado.
Adorei que enquanto exploramos a exposição, há uma vitrola tocando os discos de Gardel. Nota 10 para a ambientação!
14. Museo River Plate
Voltando ao papo de futebol, se você é fã do esporte, quero que você conheça um museu imperdível ao lado do maior estádio de futebol da América Latina, o Estádio Monumental de Nunez. Estou falando do Museo River Plate, criado especialmente para os fanáticos pelo esporte.
Camisas do River Plate no museu do time, na cidade de Buenos Aires. Foto: Gobierno de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires / CC BY 2.5 AR
Ele fica no bairro de Belgrano, e a exposição consiste em troféus, camisas, chuteiras, maquetes do estádio, e não dispensa aparatos tecnológicos para vídeos de partidas emocionantes e o túnel do tempo, que conta a história do time de forma cronológica.
Apesar do River Plate ter muita história na região de Belgrano, um fato curioso é que ele tem a mesma origem que seu principal rival, o Boca Juniors, pois os dois surgiram no bairro de La Boca.
Quer visitar o Museo River Plate e combinar com uma ida ao Museo de la Pasión Boquense? Pois compensa demais fazer um tour do futebol em Buenos Aires, que inclui um tour guiado pelos dois museus.
15. El Zanjón de Granados
Eu não estaria exagerando ao considerar El Zanjón de Granados o museu mais inusitado de Buenos Aires.
Ele se trata de um sistema de túneis subterrâneos que drenavam as águas de um córrego que frequentemente causava enchentes onde hoje é o bairro de San Telmo. Esses túneis pararam de ser usados no fim do século 19, e eles viraram apenas um boato entre os locais.
Um dos túneis do El Zanjón Granados. Foto: Ted McGrath / CC BY-NC-SA 2.0
Até que, na década de 1980, o empresário Jorge Eckstein adquiriu um dos casarões abandonados da época dos túneis, e um afundamento no pátio do edifício despertou sua curiosidade.
Assim começa a história do El Zanjón de Granados, um museu no subsolo que surgiu graças às escavações arqueológicas no terreno. Obviamente, apenas resumi uma parte da história dos túneis, já que os detalhes ficam para o passeio no museu!
As visitas são sempre guiadas, e você pode escolher fazer o tour no Zanjon ou na Casa Mínima. Mensalmente, é organizado um tour temático de terror, feito no período noturno.
O único ponto negativo é o preço salgado do ingresso. A ida à Casa Mínima é a opção mais “barata”, mas não faz muito sentido para mim, porque o chamariz do museu são seus túneis.
16. Museo Moderno
O boêmio bairro de San Telmo vai além de seu mercado e a feira de antiguidades aos domingos, suas mais tradicionais atrações. Ele também é o lar de bons museus, e falarei agora do Museo Moderno.
O exterior do Museo Moderno, no bairro de San Telmo. Foto: Banfield / CC BY-SA 2.5 AR
Assim como outros museus que citei antes, a entrada dele custa um valor bem tranquilo e que, no fim das contas, acaba valendo a quantia cobrada. As obras exibidas no museu são bem diferentonas e marcantes, e foi isso o que mais me agradou.
Além de apresentar criações de artistas já bem estabelecidos, como Picasso e Dalí, o museu abre espaço para artistas contemporâneos cheios de talento. E contemporaneidade é a palavra que mais combina com o museu que abordarei em seguida, também em San Telmo.
17. Museo de Arte Contemporáneo de Buenos Aires (MACBA)
Para ir do Museo Moderno ao Museo de Arte Contemporáneo de Buenos Aires (MACBA), você apenas precisa de segundos. Você leu certo, segundos! Isso porque a entrada de ambos fica na mesma calçada, o que é prático caso você queira juntar os dois passeios.
O MACBA. Foto: Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires / CC BY 2.5 AR
O MACBA está na ativa desde 2012, e por mais que seja um local relativamente pequeno, agrada bastante quem curte arte abstrata e seu uso das formas geométricas.
Se você planeja ir ao MACBA, é possível adiantar a compra de ingressos pelo site oficial, e você escolhe se fará o pagamento em pesos argentinos ou dólares americanos.
18. Coleção de Arte Amalia Lacroze de Fortabat
Caso esteja de passagem por Puerto Madero, pode ser que você goste de conhecer a Coleção de Arte Amalia Lacroze de Fortabat, localizada às margens do Rio Dique, rio em que está erguida a famosa Puente de la Mujer.
A entrada da Coleção de Arte Amalia Lacroze de Fortabat. Foto: Luis Argerich / CC BY 2.0
Fundada em 2008, esta coleção de arte é aberta ao público, e pertenceu à empresária Amalia Lacroze de Fortabat que, em vida, foi uma das mulheres mais ricas de toda a Argentina.
As exposições são separadas em duas categorias: as permanentes e as temporárias. A exposição permanente consiste na coleção pessoal de Amalia, com mais de 150 obras de artistas argentinos e estrangeiros, como Antonio Berni, Xul Solar, Andy Warhol e Salvador Dalí.
Única, organizada, e cobrando um valor adequado. Essas são algumas razões para você visitar essa grande coleção.
19. ARA Presidente Sarmiento
Ancorado no Rio Dique, que corta o bairro de Puerto Madero, o ARA Presidente Sarmiento é um barco-museu estabelecido na fragata Presidente Sarmiento.
O barco-museu ARA Presidente Sarmiento. Foto: Falk2 / CC BY-SA 3.0
A fragata tem uma história interessante. Começou a ser usada como navio-escola da Marinha Argentina em 1898, e até 1938 realizou 37 viagens de instrução pelo mundo, representando a nação pelos territórios em que passava.
Durante suas viagens por terras estrangeiras, importantes líderes mundiais embarcaram para conhecê-la, como ocorreu com o Kaiser da Alemanha, Guilherme II, e o Czar da Rússia, Nicolau II. Após 1938, parou com as viagens e funcionou como barco de práticas da marinha até 1960.
Atualmente, o museu mantém um acervo composto por armas, uniformes, canhões e objetos antigos, cobrando um pequeno valor aos visitantes. É um espaço que agrada principalmente as crianças, e dá para tirar fotos lindas da Ponte de la Mujer no convés do barco.
20. Museo de Armas de La Nación
Nas proximidades da elegante Galerías Pacífico, o Palácio Paz é um importante local para o exército argentino, pois é lá onde está sediado a associação do Circulo Militar, e opera o Museo de Armas de La Nación.
Uma sala com exposição de armaduras e espadas medievais no Museo de Armas de la Nación. Foto: Tokyo Tanenhaus / CC BY-SA 2.0
No interior do museu, você vai encontrar uma impressionante coleção de armas divididas em salas temáticas, que levam o nome de militares famosos e de conflitos que a Argentina já esteve envolvida.
É um lugar que você deve ir com tempo, já que o acervo é extenso e muito interessante. Espere ver espadas, objetos bélicos, uniformes militares, armas medievais, e até mesmo armaduras samurais autênticas! Lembrando que a entrada do museu é paga.
21. Museu Histórico Nacional da Argentina
O Museu Histórico Nacional da Argentina é anexo ao encantador Parque Lezama, e é um museu gratuito de Buenos Aires, dedicado à história do país.
O Museu Histórico Nacional da Argentina. Foto: Secretaría de Cultura / CC BY-SA 2.0
Se você se vira no inglês ou espanhol, eu recomendo que fique de olho no agendamento de visitas guiadas, assim você terá um maior contexto das informações e uma experiência bem rica.
O acervo do museu está em ótimo estado, e as pinturas expostas são encantadoras. A maioria das peças tratam da história pré-hispânica, a Revolução de Maio e a Guerra da Independência Argentina, para libertar o país do domínio Império Espanhol.
E se você já está querendo saber qual é o objeto mais famoso do museu, terá que se direcionar à sala del sable corvo de San Martín, onde a espada usada pelo militar José de San Martín está protegida. Ele se tornou um herói nacional da independência, e sua arma ganhou status de relíquia.
22. Fundación Proa
Para os apreciadores de arte contemporânea, uma opção que não poderia ficar de fora é a Fundación Proa. Ela fica em La Boca, na área mega turística do Caminito.
O prédio da Fundación Proa. Foto: Wally Gobetz / CC BY-NC-ND 2.0
Quanto ao seu acervo, é uma grande reunião de projetos nacionais e internacionais, que exploram o uso de fotos, vídeos, esculturas, desenhos e performances musicais de forma artística.
O espaço também vende obras assinadas por designers, e conta com uma extensa livraria que abrange os mais variados gêneros. Não deixe de visitar a cafeteria do terraço e aproveitar a vista encantadora da cidade.
23. Museo Larreta
O Museo Larreta fecha a lista com muito encanto arquitetônico e charme paisagístico.
Localizado na região de Belgrano, ele fica no casarão em que o escritor argentino Enrique Larreta viveu por mais de meio século. Abriu nos anos 1960 como museu, abrigando uma enorme coleção de arte espanhola que Larreta reuniu ao longo de sua vida.
O Museo Larreta. Foto: Roberto Fiadone / CC BY-SA 3.0
Grande admirador da Espanha, o escritor reformou sua casa para que se assemelhasse às casas renascentistas da Catalunha. Assim, todo o museu tem um estilo muito bonito e extravagante, que é complementado pelas obras de arte exibidas.
Eu fiquei fascinada com a mobília do museu, realmente dá a sensação de voltar 500 anos no tempo. A maioria dos quartos são lotados de arte sacra e quadros retratistas, sendo que a obra mais relevante é o grande retrato de Larreta com a cidade de Ávila ao fundo, pintado por Ignacio Zuloaga em 1912.
Para além dos interiores do museu, há um belíssimo jardim espanhol, que é um estilo que une características ibéricas e árabes para a composição impecável de plantas, fontes e corredores de arbustos. Terminar o passeio com um cafézinho na cafeteria do museu é um deleite!
Sugestão de roteiro para visitar os museus de Buenos Aires
Deu pra perceber que a variedade de museus em Buenos Aires é IMENSA! E se você ficou com vontade de visitar todos mas não sabe por onde começar, pode deixar que eu te ajudo a montar uma programação para 3, 5 e 7 dias:
Quais museus de Buenos Aires conhecer em 3 dias
Para aproveitar um bom passeio cultural, eu sugiro que você dedique, no mínimo, 3 dias para conhecer os museus mais famosos de Buenos Aires. Inicialmente, é melhor focar nos museus mais próximos um do outro para não perder tempo:
Dia 1 | No primeiro dia, visite os museus dos bairros Palermo e Recoleta, priorizando os mais conhecidos: Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e o Museu Nacional de Artes Decorativas.
Dia 2 | Já no segundo dia, combine uma passadinha no Museu Evita com uma visita ao Museo Xul Solar. Se sobrar tempo e disposição, inclua a Casa Museu Carlos Gardel ou o Museo de los Niños, caso esteja com crianças, claro.
Dia 3 | Separe algumas horinhas para conhecer o Museo River Plate e o Museo de la Pasión Boquense. Eles estão, literalmente, longe de serem próximos, mas compensa a visita se você optar por fazer um tour do futebol, vale super a pena!
Quais museus de Buenos Aires visitar em 5 dias
Se você tem mais dois dias de viagem disponíveis, adicione os seguintes museus no seu roteiro:
Dia 4 | O quarto dia merece um passeio a alguns dos museus mais elogiados da cidade. Visite o Museo Moderno e, depois, o Museo de Arte Contemporáneo de Buenos Aires. Por fim, a depender das suas preferências, vale finalizar com o Museo de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia ou com o El Zanjon de Granados.
Dia 5 | Para o quinto dia, una a visita à Plaza de Mayo com uma ida ao Museo Casa Rosada e o Museo Histórico Nacional de Cabildo y la Revolución de Mayo. Afinal, você só precisará caminhar por cerca de 5 minutos de um museu até o outro.
Quais museus de Buenos Aires conhecer em 7 dias
Com 7 dias, você terá uma semana inteira de imersão na cultura e arte argentina, especialmente se incluir estes museus:
Dia 6 | A programação perfeita para o sexto dia é visitar o Museo de Armas de La Nación e, depois, a Coleção de Arte Amalia Lacroze de Fortabat e o ARA Presidente Sarmiento.
Dia 7 | Depois de ter conhecido tantos lugares incríveis, admire com calma o acervo do Museo Larreta e aprecie seu jardim e cafeteria encantadora!
Mapa com os melhores museus em Buenos Aires
A seguir, confira um mapa que eu criei para que você possa localizar os museus e os organizar na sua programação:
E agora, já decidiu quais museus em Buenos Aires você vai visitar primeiro?
Com tantas dicas de museus imperdíveis, ficou claro que mergulhar na cultura argentina é mais simples do que você pensava. Agora, resta apenas encaixar os museus que você mais gostou no itinerário da sua viagem e curtir essa jornada de cultura e aprendizagem. Boa viagem!
Jornalista e blogueira em tempo integral há mais de 10 anos. Já visitou mais de 40 países e ama um roteiro bem completo e equilibrado, com direito a clichês e espaço para novas descobertas. Por aqui compartilha suas experiências de viagem e traz as melhores dicas para que você também se apaixone pelo seu próximo destino.
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