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Saber o que fazer em Hiroshima vai muito além de montar um roteiro bonito. O destino é lembrado mundialmente pelo ataque atômico de 1945 e, mesmo depois de tanto tempo, isso ainda mexe com a gente de um jeito muito profundo. É impossível chegar aqui sem lembrar disso e sem se sentir atravessado pelas emoções que Hiroshima provoca.

Felizmente, ao caminhar pela cidade, dá pra sentir como ela se reinventou. Hiroshima virou um símbolo global de paz e de educação contra a guerra e as armas nucleares, com pontos turísticos que ajudam a entender a dimensão humana do que aconteceu e por que nunca pode se repetir.
E mesmo com tantas memórias da destruição, Hiroshima tem seu lado leve. Você encontra parques lindos, comida boa, bairros movimentados e a incrível Ilha de Miyajima nas proximidades.
Por isso, organizei tudo em um roteiro equilibrado, dividindo as atrações em 2 dias para que você consiga aproveitar o melhor delas sem correr. Tem história, natureza, boa gastronomia e algumas das paisagens mais marcantes do Japão.
Então, se você está planejando sua viagem e quer entender como encaixar Hiroshima no seu roteiro, continue aqui, vou te mostrar exatamente como fazer esses dias valerem cada passo! Vem comigo:
Direto ao Ponto: o que fazer em Hiroshima
- Hiroshima encaixa melhor nos meses de primavera e outono, combinando demais com uma viagem que inclui Tokyo, Kyoto e Osaka.
- No Parque Memorial da Paz, a Cúpula da Bomba Atômica e o Museu do Memorial da Paz mostram histórias que mexem fundo. Eu saí bem impactada e achei essencial começar por essas paradas e fazer o tour guiado pra entender tudo com mais clareza antes de seguir para Miyajima.
- A ilha de Miyajima foi meu respiro no meio da viagem. O Santuário de Itsukushima muda totalmente com a maré, o Templo Daisho-in é cheio de detalhes e a Miyajima Omotesandō Shopping Street rende ótimas paradas de comida e souvenirs.
- No segundo dia, o Castelo de Hiroshima e o Shukkeien Garden seguraram o clima leve que eu queria. O castelo tem um museu ótimo pra entender o passado feudal, e o jardim é aquele canto calmo antes de fechar tudo na Hondori Shopping Street.
- Fiquei hospedada no Hotel Granvia Hiroshima, colado na estação, e achei perfeito pra uma viagem rapidinha. O Sotetsu Fresa Inn Hiroshima é outro acerto, compacto e silencioso, ótimo pra quem curte praticidade total.
- Amei almoçar no Okonomimura, onde provei o okonomiyaki estilo Hiroshima, e o Gyukatsu Kyoto Katsugyu Hiroshima Ekimae virou meu favorito perto da estação.
Saiba o que fazer em Hiroshima em 1 a 2 dias
Hiroshima costuma entrar nos roteiros por causa da dupla clássica Parque Memorial da Paz + Ilha de Miyajima, mas eu queria montar algo que equilibrasse o passado com um pouco da cidade atual. Fechei dois dias por lá e, no fim, consegui criar um roteiro que me deixou super satisfeita com o ritmo e com o que aprendi. Ficou assim:
- Dia 1 | Cúpula da Bomba Atômica, Parque Memorial da Paz e Ilha de Miyajima
- Dia 2 | Castelo de Hiroshima, Shukkeien Garden, Okonomimura e Hondori Shopping Street
No primeiro dia, eu já sabia que iria cruzar a cidade inteira e ainda pegar balsa. A melhor solução acabou sendo reservar um passeio de 1 dia nas atrações de Hiroshima e Miyajima, e recomendo muito! O impacto histórico daqui é forte, e eu realmente queria alguém experiente para contextualizar acontecimentos e apontar detalhes que eu não perceberia sozinha. E foi o combo perfeito, com transporte resolvido, almoço incluído e zero preocupação com deslocamentos longos.

No segundo dia, resolvi andar por conta própria. Escolhi lugares que mostram um lado mais leve da cidade e foi ótimo ver como Hiroshima conseguiu se reerguer.
Dica | Para chegar em Hiroshima, a forma mais prática é usar o Japan Rail Pass, que cobre vários transportes da empresa JR, inclusive os trens-bala que param na Hiroshima Station, que por sinal é o ponto de encontro do passeio que fiz. Sei que pode parecer confuso, e por isso expliquei nas dicas finais deste post como você pode fazer a viagem até Hiroshima.
Agora sim, vou começar pelo primeiro dia, que é onde a história da cidade bate de frente com você logo de cara. Continue lendo:
Dia 1: Cúpula da Bomba Atômica, Parque Memorial da Paz, Museu do Memorial da Paz de Hiroshima e Ilha de Migiyama
O primeiro dia é pra ter aquele impacto forte que todo mundo sente em Hiroshima. Você começa pelos lugares que contam a história mais dura da cidade e termina respirando fundo em Miyajima, que tem uma energia totalmente diferente. No fim, é um dia que marca.
Aqui está o que entra no roteiro:
Com isso em mente, vamos direto ao primeiro ponto do dia:
Cúpula da Bomba Atômica
A Cúpula da Bomba Atômica, também chamada de A-Bomb Dome ou Cúpula Genbaku, fica às margens do rio Ota. Um dia, esse local já foi o prédio do Hiroshima Prefectural Industrial Promotion Hall, onde aconteciam exposições e eventos ligados ao desenvolvimento econômico.

As ruínas são a única estrutura que permaneceu de pé perto do epicentro da explosão, e por isso carregam um peso histórico enorme. A área foi preservada exatamente para que o mundo lembrasse do impacto da bomba, e hoje é Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.
Por ali, também há uma boa quantidade de árvores de cerejeira, segundo o guia. É um lugar inusitado para ver a sakura, já que outros pontos do Japão são mais famosos nessa época, mas a floração deve adicionar uma camada de beleza e simbolismo impossível de ignorar.
Daqui, a caminhada continua até o Parque Memorial da Paz.
Parque Memorial da Paz
O Parque Memorial da Paz é um dos locais mais sensíveis de Hiroshima. Antes da bomba de 1945, essa região era um centro comercial e administrativo muito ativo, por sinal.

Depois do bombardeio, decidiram não levantar novos prédios na área. Em vez disso, nasceu o parque, com instalações voltadas para um único objetivo: um pedido claro por paz.
Durante o tour, nos disseram que na ponta do parque existia o Templo Jisenji, do século 17. Ele ficava a menos de 200 metros de onde a bomba caiu e foi completamente destruído. A única coisa que resistiu foi a lápide de um militar — impressionante como um monumento tão solitário consegue carregar uma história inteira.
E é só o começo. Dentro do parque tem alguns dos pontos mais importantes de o que fazer em Hiroshima, como o Cenotáfio Memorial, o Memorial das Crianças da Paz e o Sino da Paz, cada um com um impacto diferente.
Quer ver como tudo se conecta? Vamos por partes.
Cenotáfio das Vítimas da Bomba Atômica e Chama da Paz
No meio do parque está o Cenotáfio das Vítimas da Bomba Atômica, que é um mausoléu onde estão inscritos os nomes das vítimas identificadas. Essa lista cresce ano após ano, à medida que novas confirmações aparecem.

O cenotáfio está em cima de uma fonte, e forma um arco que emoldura a Chama da Paz, lá na outra ponta. Ela foi acesa em 1964 e a promessa é que só será apagada no dia em que todas as armas nucleares forem eliminadas do mundo.
Monumento da Paz Infantil
O Monumento da Paz Infantil foi, sinceramente, o local que mais me apertou o peito no parque. Por mais que a gente já saiba da imensidão da tragédia que Hiroshima viveu, esse ponto específico dá uma perspectiva ainda mais íntima e humana de todo o ocorrido.

Você provavelmente já ouviu, mesmo que por alto, a história da Sadako Sasaki. Ela era só um bebê de dois anos quando foi exposta à radiação e, anos mais tarde, foi diagnosticada com leucemia.
Durante o tratamento, ela teve a ideia de dobrar tsurus (passarinhos) de origami, seguindo a tradição japonesa de que mil deles poderiam trazer felicidade e cura. Os amigos da escola seguiram com a missão após sua morte, exigindo que o governo construísse um memorial às crianças que morreram ou tiveram sequelas da bomba atômica.
Essa mesma aura de esperança está presente no monumento atual. A escultura é de um arco, com uma menina em pé segurando um tsuru. Ao redor da estátua há vitrines cheias de origamis coloridíssimos, enviados de diversos cantos do mundo.
Museu Memorial da Paz de Hiroshima
O ápice do passeio em Hiroshima é o Museu Memorial da Paz de Hiroshima e sua coleção de histórias. O museu não se prende a estratégias militares, ele fala de pessoas — e, talvez, esse seja o caminho mais razoável quando o assunto são as consequências da guerra.

Logo no começo, somos apresentados a painéis que detalham a potência da explosão e como o impacto se deu na cidade. Depois, as galerias exibem testemunhos particulares, fotografias e pertences, como roupas queimadas e brinquedos deformados.
As salas com conteúdos mais pesados podem ser chocantes, especialmente para crianças muito pequenas. Até nós, que somos adultos, saímos de lá com a certeza que vamos levar uns dias para processar tudo. Então, é melhor esperar os pequenos ganharem discernimento para fazer o passeio.
Um ponto importante é que o museu costuma ficar lotado. Eles controlam o número de ingressos por dia, então entrar sem reserva é arriscado. Agradeci mentalmente pela organização do tour, porque vi filas gigantes na entrada.
Então, após toda essa experiência, atravessei o pátio debaixo do sol do meio-dia e entrei no ônibus turístico com a cabeça cheia, ainda digerindo cada imagem e cada história do museu. Em cerca de uma hora, já estava na balsa atravessando a Baía de Hiroshima.
Ilha de Miyajima
A segunda metade do dia foi na Ilha de Miyajima — ou Itsukushima, como também é chamada — e foi exatamente o respiro que a gente precisava depois de tanta carga emocional. A mudança de humor acontece ainda na balsa, quando começamos a ver as primeiras montanhas que surgem no horizonte.

Miyajima sempre evocou um lado espiritual nas pessoas, desde tempos antigos, muito pela imponência das montanhas e sua mata fechada. Não à toa, ela é conhecida mundialmente por causa de uma única atração: o torii “flutuante” do Santuário de Itsukushima, que tem séculos de idade e aparece em toda lista sobre o que fazer em Hiroshima.
E mesmo não sendo atingida diretamente pela bomba, a ilha sentiu seus efeitos. Cinzas chegaram até aqui, e algumas famílias buscaram abrigo temporário nos dias seguintes, já que Hiroshima enfrentava incêndios enormes. A maior parte dos feridos, porém, foi levada para a ilha vizinha de Ninoshima, onde um hospital de quarentena do exército virou hospital de emergência da noite para o dia.
Depois de mergulhar na história de Hiroshima, a vibe muda total em Miyajima, e as atrações da ilha ganham outro peso no roteiro. Então vamos seguir com as atrações daqui, porque ainda tem muita coisa bonita e surpreendente pra eu te contar.
Santuário de Itsukushima
A fama do Santuário de Itsukushima é tão grande que a existência dele acabou ofuscando o nome oficial da ilha, Itsukushima. “Miyajima” significa “ilha do templo”, e essa descrição faz total sentido no instante em que o portal torii vermelho surge na água da baía.

O santuário é listado como Patrimônio Mundial pela UNESCO, e carrega histórias antigas que ajudam a entender por que o lugar sempre teve essa aura espiritual.
Reza a lenda que, lá no ano 593 d.C., o governante Saeki no Kuramoto recebeu um oráculo e seguiu um corvo divino até encontrar o ponto perfeito para o santuário. Séculos depois, Taira no Kiyomori reconstruiu tudo no estilo arquitetônico usado pela nobreza, e à medida que ele se tornou mais importante na corte, aristocratas e a família imperial já estavam visitando o templo.
O que faz essa atração ser super diferente é como a maré muda o visual. O santuário foi construído sobre pilares, então a água sobe e desce debaixo das passarelas. Com a maré alta, o torii parece flutuar, e com a maré baixa, dá pra ir andando até ele. Achei isso incrível, porque parece que são dois lugares diferentes dependendo do horário.
Porém o complexo não é só o torii. Tem vários prédios anexos, como corredores de madeira, pequenos pavilhões e um palco de teatro.
E, claro, não dá para esquecer dos cervos. Eles circulam por toda a ilha e aparecem o tempo todo perto do santuário, exatamente como em Nara. No xintoísmo, esses animais são vistos como mensageiros do divino, e por isso vivem soltos e convivem pacificamente com os turistas. Mas fica o aviso: eles são bem ligeiros e curiosos, e adoram bisbilhotar bolsa, mapa, bilhete e qualquer papel que você deixe dando sopa.
Templo Daisho-in
O ponto turístico seguinte foi o Templo Daisho-in, que fica na base do Monte Misen, o ponto mais elevado da ilha, com mais de 500 metros de altura. A escadaria até o templo é larga, com lanternas nas laterais. Dentro do complexo, há vários santuários menores, cada um com sua peculiaridade.

Outro detalhe bacana são as pequenas estátuas de monges, todas com gorrinhos coloridos de crochê. Elas dão um toque leve e aconchegante ao templo, e eu me peguei sorrindo várias vezes com as expressões fofas que elas têm. Foi um dos cantinhos que mais gostei de ver na ilha.
O Daisho-in abriga outras partes muito simbólicas, como a Caverna Henjōkutsu, onde estão enfileiradas imagens relacionadas aos 88 templos sagrados da ilha Shikoku. Logo ao lado, o Kaidan Meguri é um corredor na escuridão total, e o ritual diz que essa caminhada no breu representa a purificação.
E apesar de não termos subido até o topo do Monte Misen, vale comentar que lá em cima fica o Reikado Hall, conhecido no Japão inteiro por abrigar a chama que serviu de base para a Flame of Peace do Parque Memorial da Paz, em Hiroshima.
Miyajima Omotesandō Shopping Street
No tempo livre, resolvi dar uma boa olhada na Miyajima Omotesandō Shopping Street, a avenida comercial mais famosa da ilha. É aquela típica walking street no estilo asiático, mas ao contrário de muitos lugares que só dão movimento à noite, essa aqui já é animada desde a manhã.

O mais inusitado é que ela é uma rua só para pedestres, mas comer enquanto se caminha pode se tornar uma aventura por dois motivos: a etiqueta japonesa, que considera isso falta de educação, e os cervos.
Dar comida a eles não é permitido e ainda faz mal aos bichos, mas isso não impede que eles cheguem perto dos visitantes numa tentativa de conseguir um petisco. Por isso, achei mais prudente comer sempre parada, em algum lugar com assento, para não virar a próxima vítima de um cervo guloso.
Outra coisa que domina a rua são as barraquinhas que vendem ostras. Tem opções para todos os paladares, de frita ou assada, a crua ou no palito… a cada poucos metros surge um aroma diferente de preparo. Quem adora frutos do mar pira com a variedade.
E, lógico, não me permiti sair de lá sem provar o doce mais famoso da ilha: o momiji manjū. Ele tem o formato delicado de uma folha de bordo e, geralmente, vem recheado com a pasta doce de feijão, mas eu optei pelo de limão, que me agrada mais. Gostei tanto que acabei colocando alguns na mochila para garantir o lanche da tarde, rs.
Dia 2: Castelo de Hiroshima, Shukkeien Garden, Okonomimura e Hondori Shopping Street
O segundo dia é bem mais leve, daqueles pra você andar sem pressa, ver um pedacinho da vida local e encerrar o roteiro com comida boa e compras antes do trem-bala. Aqui estão as paradas do dia:
É um dia gostoso, fácil de seguir e perfeito pra fechar Hiroshima com chave de ouro. Veja os detalhes:
Castelo de Hiroshima
O Castelo de Hiroshima já foi o centro político e militar da região, e foi construído no final do século 16, lááá no período feudal. Hoje, ele renasceu como um museu que conta a própria história da cidade. A estrutura atual é uma reconstrução, mas a atmosfera continua poderosa, com aquele visual clássico cercado por um fosso e um parque bem bonito.

A destruição de 1945 acabou com tudo o que existia ali. Só restaram as pedras da fundação, que seguem expostas, e três árvores que entraram para a lista de hibakujumoku, as árvores sobreviventes à bomba.
Além delas, há um bunker da Segunda Guerra e as ruínas de pedra do antigo quartel-general do Exército Imperial, construído durante a Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-1895). Foi quando o Japão e a China disputaram o território da Coréia.
O lado de fora do castelo é cheio de detalhes. O Hiroshima Gokoku Shrine fica no mesmo complexo, junto de uma praça ampla onde moradores caminham, descansam ou fotografam o castelo refletido no fosso. Essa parte é gratuita e rende um passeio excelente antes de entrar na torre principal.
A entrada no castelo em si leva para o museu interno e uma torre, e fazer uma visita guiada de 1 hora pode salvar seu passeio! Nem tudo está bem traduzido para o inglês, e com o guia consegui entender melhor as peças do acervo.
O contexto histórico apresentado no museu mergulha direto no Japão feudal do século 16 e na cultura samurai. Tem armaduras, katanas e até uma explicação inteira sobre o processo de forja de uma espada.
E como nada no Japão escapa do lado fofo, a recepção fica por conta do Shirou-nya, um gatinho usando o próprio castelo na cabeça como chapéu para dar boas-vindas aos visitantes.
Shukkeien Garden
O Shukkeien Garden fica a uns 500 metros do Castelo de Hiroshima, e é uma parada ótima para ver um lado mais sereno do destino. A entrada é paga, mas custa pouco, e logo de início o jardim já entrega uma paz imensa.

Criado em 1620 para o clã Asano, samurais importantes da região, o jardim segue a proposta de replicar lagos, ilhas e montanhas em escala reduzida. Cada curva da trilha mostra um pedacinho novo, com suas pontes de madeira, árvores cuidadosamente podadas e pequenas casinhas típicas que deixam o passeio super agradável.
Assim como outras áreas de Hiroshima, o Shukkeien foi atingido pela bomba e reconstruído, mas manteve o clima contemplativo que o deixou famoso. O lago central é cheio de carpas e tartarugas, e na entrada do parque, há como comprar ração para alimentá-las.
Alguns trechos têm pedras irregulares e pequenas escadas, então vale só ficar atento em dias úmidos para não escorregar. Fora isso, é o tipo de atração que funciona super bem em qualquer horário e combina muito com o ritmo leve do segundo dia de viagem.
Okonomimura
O Okonomimura é um prédio inteiro voltado para o okonomiyaki e, em Hiroshima, isso quer dizer aquela versão montada em camadas, com a massa mais fina, repolho e macarrão frito. É um prato que se tornou um símbolo da cidade e figura em qualquer guia de culinária local.

Almoçar por ali vira quase um ritual. Cada balcão tem um jeito próprio de fazer o prato, então mesmo seguindo o estilo de Hiroshima, o sabor muda bastante de um para outro.
No meu caso, escolhi um balcão no segundo andar meio no instinto, e acertei em cheio. Fui vendo o cozinheiro montar tudo, e senti aquela alegria boba de quem sabe que vai comer bem.
Então, pra acertar na escolha do restaurante, o cheiro bom já é um sinal claro de que você caiu exatamente onde devia. Só esteja preparado para aguentar o calor que sobe chapas, especialmente se for verão no Japão.
Hondori Shopping Street
A Hondori Shopping Street foi a última parada do meu dia antes de dar o horário do trem-bala, e caiu como uma luva. É uma rua super prática, cheia de lojas de lembrancinhas, cosméticos, roupas e aquelas papelarias lindas que só o Japão sabe fazer.
Existem muitas cafeterias e cantinhos simples por ali para fazer uma refeição rápida ou simplesmente descansar.
E como é tudo coberto, a rua funciona até quando o tempo está querendo virar. Você passa uma horinha ali e sai tudo no tempo certo para pegar o trem de volta. Zero estresse e com a sacola de compras garantida!
Turismo em Hiroshima
Essa parte junta tudo que facilita a vida: hospedagem, restaurantes, melhores meses, transporte e até um mapinha pra você não se enrolar. É o pacote completo pra viajar redondo e aproveitar Hiroshima sem perder tempo. Leia mais:
Onde ficar em Hiroshima
A região da Hiroshima Station é, sem dúvida, o ponto mais prático para ficar na cidade. Tudo acontece ali por perto: chegam os trens-bala, saem os passeios, tem lojas, cafés, konbinis e até alguns restaurantes bons para aquele jantar rápido depois de um dia cheio. Como meu roteiro era curto, ficar colada à estação fez toda diferença, porque eu não perdi tempo com deslocamento nem precisei carregar mala por longas quadras.
Nessa área, eu me hospedei no Hotel Granvia Hiroshima, que é conectado à estação e facilita 100% a logística. O quarto era confortável, com espaço maior que a média japonesa, cama boa, banheiro funcional e um silêncio que ajudou a descansar de verdade. O café da manhã também surpreendeu, com opções japonesas e ocidentais.
A outra opção é o Sotetsu Fresa Inn Hiroshima, que fica a poucos minutos a pé da estação e entrega um custo-benefício excelente. Ele é mais compacto, mas muito organizado e com aquele padrão eficiente que a rede costuma ter: cama confortável, chuveiro ótimo e zero barulho. É o tipo de hotel perfeito para quem quer gastar menos sem abrir mão de ficar bem localizado.
Em uma viagem curta como a minha, ficar perto da estação acaba sendo quase uma mão na roda. Você sai cedo para os passeios, volta rápido quando bate o cansaço e ainda tem acesso fácil a comida, mercados e transporte. No fim das contas, foi o que deixou meu roteiro bem mais redondinho e sem perda de tempo.
Onde comer em Hiroshima
Em Hiroshima, o trio que mais aparece nos cardápios da cidade é composto por ostras, momiji manjū e okonomiyaki. As ostras são enormes e estão por toda parte, o doce em formato de folha de bordo é marca registrada da região, e o okonomiyaki virou quase um símbolo local. É impossível passar dois dias aqui sem topar com esses sabores.
Outra coisa curiosa é a rivalidade com Osaka. Lá, o okonomiyaki é misturado na chapa, quase como uma massa homogênea. Já em Hiroshima, ele é feito em camadas, com repolho, massa fininha e macarrão frito. O resultado muda completamente o sabor e a textura. Eu diria que são dois pratos diferentes, e vale a brincadeira de comparar para decidir qual é o seu favorito.
No fim das contas, escolhi alguns lugares que mostram bem esse lado gostoso da cidade, desde o clássico até o café despretensioso onde sentei para respirar entre um passeio e outro. Aqui vão minhas sugestões:
Okonomimura | O lugar perfeito para provar o okonomiyaki no estilo de Hiroshima. É um prédio inteiro dedicado à receita, e cada chef tem seu toque pessoal na hora de empilhar as camadas. Eu escolhi um cantinho no segundo andar e fiquei hipnotizada vendo o cozinheiro montar tudo ali na minha frente, com aquele chiado tentador da chapa. O sabor estava incrível e o preço foi bem acessível.
Gyukatsu Kyoto Katsugyu Hiroshima Ekimae | Especializado em gyukatsu, um bife empanado crocante por fora e macio por dentro, esse restaurante foi uma parada certeira perto da estação. O prato chega com vários acompanhamentos e panelas pra você dar o ponto final da carne do seu jeito. Achei divertido, saboroso e ótimo pra recarregar as energias depois de um dia puxado.
Marifu Coffee Roaster Kamiyacho | Um café aconchegante e muito cheiroso. Entrei só para descansar um pouco e acabei ficando mais do que o planejado, porque o café deles é excelente mesmo. Pedi um latte bem cremoso e um pequeno doce, e foi a pausa perfeita antes de ir para a Hondori.
Momijido Main Store | A loja mais tradicional para provar o momiji manjū, já que ela fabrica os doces há mais de 100 anos. O legal é que eles fazem o doce na hora, então ele chega quentinho e macio. Escolhi o de limão e fiquei surpresa de tão gostoso que era!
Como chegar em Hiroshima
Ir até Hiroshima é simples graças ao Japan Rail Pass, que cobre os trens da JR, inclusive o Shinkansen, o famoso trem-bala que resolve qualquer deslocamento longo sem esforço. Muita gente tem dúvidas sobre ele, mas no meu post sobre como viajar de trem-bala no Japão eu explico tudo tim-tim por tim-tim, e te ajudo a escolher o trajeto sem complicação.
Quem está por Osaka tem o caminho mais fácil possível. A Shin-Osaka Station é conectada à linha Sanyo Shinkansen, e os trens Sakura fazem o trajeto direto até Hiroshima Station em cerca de 1h30. É tão prático que eu diria sem medo: se puder escolher, faça Hiroshima a partir de Osaka.
Desde Kyoto o esquema também é rápido. Na Kyoto Station, a maior parte dos trens Hikari e Sakura segue direto até Hiroshima, num trajeto que normalmente fica por volta de 1h40. Pode acontecer de aparecer uma conexão rápida em Shin-Osaka dependendo do horário, mas é coisa de poucos minutos, super sinalizado e intuitivo.
Já quem está em Tokyo encara uma viagem mais longa, porém simples. Basta embarcar na Tokyo Station e seguir no Hikari até Shin-Osaka, trocando ali para o Sakura rumo a Hiroshima. O tempo total gira entre 4h e 4h30. Só atenção ao embarcar, porque o trem Nozomi não é coberto pelo JR Pass.
Como se locomover em Hiroshima
Hiroshima é super fácil de circular, então o segundo dia do roteiro flui numa boa. O tour já resolve tudo no Dia 1, então aqui a missão é só encaixar as atrações do centro da forma mais prática possível.
No geral, você vai usar o bonde (Hiroden Streetcar) e dar umas caminhadas leves entre um ponto e outro. As paradas são bem sinalizadas, sempre com placas que mostram o número da linha, o sentido e o horário dos próximos bondes. Não tem mistério. Caso você queira usar bastante, o passe de 1 dia pode ser comprado diretamente na Hiroshima Station ou até nas maquininhas perto de algumas paradas.
Uma forma prática de organizar o dia é pegar o bonde até o Castelo de Hiroshima logo cedo. De lá, o Shukkeien Garden está a poucos minutos andando. Depois da visita, o bonde te deixa rapidinho na região central, onde ficam o Okonomimura e a Hondori Shopping Street. No fim da tarde, é só embarcar de volta para a Hiroshima Station pra pegar o shinkansen sem correria.
Agora, se o tempo estiver agradável e você curta caminhar, dá pra fazer quase tudo a pé. As atrações ficam relativamente próximas, e no fim do dia você vai ter feito um percurso gostoso, sem depender tanto de transporte.
Onde fazer compras em Hiroshima
Hiroshima não é aquele destino gigantesco de compras, mas dá pra se divertir bastante. O melhor ponto pra começar é a Hondori Shopping Street, uma rua coberta cheia de lojinhas, papelarias fofas, cosméticos, fast fashion, cafés… tudo misturado do jeito que só o Japão sabe fazer. É ótima pra bater perna sem compromisso e ainda resolve nos dias de chuva.
Para quem busca algo mais regional, as lojinhas de Miyajima são ótimas para levar presentes. A produção de momiji manju dá vontade de levar uma caixa enorme. Eu costumo escolher os sabores mais tradicionais, como feijão vermelho e chocolate, que são os mais gostados pelos japoneses.
Outra boa pedida é dar uma passada nos shoppings perto da Hiroshima Station. Tem lojas maiores, mais estruturadas e que vendem eletrônicos, roupas ou comprar algum lanche para a viagem.
Quando visitar Hiroshima
A melhor época para visitar Hiroshima é na primavera ou no outono, porque essas duas estações “conversam” perfeitamente com o clima das cidades que costumam entrar no mesmo roteiro.
A primavera vai de março a maio, com a floração das cerejeiras acontecendo no fim de março e início de abril. Já o outono chega entre final de outubro e novembro, trazendo aquele visual clássico das folhas vermelhas.
No resto do ano o clima muda bastante. O verão, entre junho e agosto, é quente e úmido, e isso deixa qualquer passeio mais cansativo. O inverno, de dezembro a fevereiro, é frio, mas nada extremo — dá pra fazer tudo, só precisa de um casaco mais reforçado.
Pra aproveitar a temporada das sakuras com calma, o ideal é olhar o calendário certinho e montar seu roteiro com antecedência. No blog tem um guia completão sobre quando ver as cerejeiras no Japão, perfeito pra você decidir onde quer pegar a florada mais disputada do país.
Mapa de Hiroshima
Deixei todas as atrações no mapa pra você visualizar direitinho como o roteiro se encaixa. Ajuda muito a entender distâncias, planejar o dia e já sair da estação sabendo exatamente pra onde ir. Veja:
Mais dicas de viagem para o Japão
Separei umas dicas rápidas que sempre salvam qualquer viagem pelo Japão, desde transporte até clima e mala. É aquela parte prática que a gente só aprende viajando e que faz toda diferença no dia a dia. Olha só:
Idioma | O japonês domina o dia a dia, mas algumas palavrinhas já deixam tudo mais leve na sua passagem por Hiroshima. Sempre fui tratada com muita educação quando arrisquei um “arigatou” (obrigado) ou um “sumimasen” (para pedir desculpas na maioria das vezes), e isso cria uma troca muito legal com os moradores.
Dinheiro e câmbio | Apesar de cartões estarem cada vez mais aceitos, o iene (¥) em espécie continua sendo essencial em várias situações no Japão. Os cartões Wise quebra um galho enorme, mas ainda vale ter dinheiro na carteira. Eu prefiro resolver isso antes da viagem com a Confidence Câmbio, comparando se compensa mais levar ienes de uma vez ou dólares pra converter depois. O processo é simples, online e bem confiável.
Seguro viagem | O sistema de saúde japonês é excelente, mas o custo para turista é salgado. No comparador de seguros aqui do blog, você vê planos com boas coberturas e garante desconto direto na compra, sem mistério.
Transporte | Andar pelo Japão parece complicado à primeira vista, mas tudo começa a fazer sentido rapidinho quando a gente entende como funcionam os trens, metrôs e cartões de transporte. No meu post sobre transporte no Japão, eu destrincho as principais rotas, explico como usar o Japan Rail Pass e mostro na prática como escolher o melhor trajeto sem dor de cabeça.
Mala | Hiroshima tem um clima meio imprevisível em algumas épocas, e isso fica ainda mais evidente no caminho até Miyajima, onde costuma ventar um pouco mais. Um tênis confortável, uma capa de chuva fina e um casaco leve resolvem boa parte do dia. No meu post sobre o que levar pro Japão, deixei uma lista prática baseada nas minhas viagens, com tudo que realmente ajuda a encarar essas variações sem sofrimento.
Melhor época para ir ao Japão | Primavera e outono são os períodos mais certeiros para viajar pelo Japão. As temperaturas ficam agradáveis, as paisagens mudam de cor de um jeito impressionante e o país inteiro parece entrar em um ritmo gostoso de explorar. No post sobre a melhor época para ir ao Japão, eu destrincho mês a mês como o clima se comporta e quando cada região fica no auge, assim você escolhe a viagem que mais combina com seu estilo.
Agora você já sabe o que fazer em Hiroshima!
Hora de fechar o roteiro com aquela sensação boa de ter tudo organizado. Como você viu, Hiroshima deixa marcas fortes, junta história com cenários lindos e ainda tem Miyajima ali do lado pra dar um respiro que muda qualquer viagem pelo Japão.
E eu quero saber qual parte te deu mais vontade de conhecer, viu? Me conta nos comentários o que você vai colocar no seu roteiro. Boa viagem!
Nós agradecemos seu apoio! Nós nos esforçamos para manter o blog atualizado, mas alguns detalhes podem sofrer alterações a qualquer momento. Sempre confirme datas, preços e informações.







