Escrito por Adriana
22 de dezembro de 2025
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Quando começamos a procurar o que fazer em Kyoto, no Japão, bate aquele choque: é templo pra todo lado, bairro histórico, floresta, santuário, mercado… e tudo parece imperdível. E aí você pensa: “como é que eu encaixo tudo isso em poucos dias?”. Respira, porque é totalmente possível organizar um roteiro bem completo sem se embolar na logística.

Rua tradicional de Kyoto com casas de madeira e o Templo Hōkan-ji, conhecido como Yasaka Pagoda, ao fundo.
Bem-vindo ao bairro histórico de Gion!

A cidade é famosa pelas tradições e pela arquitetura antiga, mas ela também reserva cantinhos atuais, comidas que valem a viagem e uns achados que só aparecem quando não tem correria. Kyoto é rica em pormenores, mas não tem que ser complicada. O segredo, mesmo, é definir por onde começar.

Claro que tem o Fushimi Inari Taisha, que é obrigatório, as ruas clássicas de Gion, fora os templos incríveis do Philosopher’s Path. Só que colocar tudo isso em apenas um ou dois dias é irreal. 

Depois de pesquisar e turistar bastante, eu consegui entender o que realmente merece ser priorizado para aproveitar a cidade livre de estresse e sem gastar horas preciosas em percursos ruins.

Então se você está buscando um guia eficiente para montar uma viagem curta, prática e que funcione de verdade, você chegou ao lugar certo. Vamos ver o que faz sentido colocar no topo da sua lista?

  1. Fushimi Inari Taisha
  2. Kinkaku-ji (Templo do Pavilhão Dourado)
  3. Kiyomizu-dera
  4. Castelo de Nijō
  5. Floresta de Bambus de Arashiyama
  6. Gion
  7. Nishiki Market
  8. Philosopher’s Path
  9. Heian Jingu Shrine
  10. Palácio Imperial de Kyoto
  11. Museu do Saquê Gekkeikan Okura
  12. Passeio a Nara
  13. O que fazer em Kyoto à noite
Direto ao Ponto: o que fazer em Kyoto

  • Kyoto fica linda na primavera (março a maio) e no outono (setembro a novembro). Quatro dias inteiros são o equilíbrio perfeito pra conhecer o essencial, curtir Gion à noite e ainda sentir um pouco da cidade fora dos templos.
  • O tour de 1 dia pelas melhores atrações de Kyoto me salvou de quebrar a cabeça com ônibus. Ele passa por Fushimi Inari Taisha, Kiyomizu-dera, Kinkaku-ji, Castelo de Nijō e Arashiyama, um combo que gostei demais.
  • Noite boa é na Pontocho Alley e nas ruas iluminadas de Gion. Curti demais o clima mais intimista, os izakayas e aquele visual gostoso do Shirakawa Canal aceso.
  • Hospedagens certeiras: o Gion HANNA STAY, que tem quartos amplos e uma posição ótima bem no coração de Gion, o Hotel Forza Kyoto Shijo Kawaramachi, prático e colado nos pontos mais movimentados da cidade, e o Onyado Nono Kyoto Shichijo, que fica pertinho da Kyoto Station e é aquela tranquilidade gostosa pra voltar depois de um dia intenso.
  • Os restaurantes Teppanyaki Teppanyaki Niyama Kiyamachi e Chao Chao Gyoza Shijo Kawaramachi entraram fácil na minha lista de favoritos. Um pela carne impecável preparada na chapa, o outro pelos gyozas crocantes que me fizeram pedir mais sem pensar.

O que fazer em Kyoto: 1 dia conhecendo as atrações essenciais

Kyoto é enorme, e os pontos turísticos ficam espalhadas pelos quatro cantos da cidade. Como o metrô tem só duas linhas, muita gente acaba gastando mais tempo tentando entender qual ônibus pegar do que curtindo a viagem. 

Foi aí que eu percebi que fazer um tour de 1 dia pelas principais atrações de Kyoto resolveria a logística e ainda encaixaria os lugares mais chatinhos de chegar. Tudo de ônibus, com guia e zero estresse.

O ponto de encontro é na Kyoto Station, e se estiver em Osaka, por exemplo, pode pensar em fazer uma espécie de “bate-volta”. É só pegar o primeiro trem-bala Hikari da linha JR Tokaido Shinkansen na Shin-Osaka Station, que parte por volta de 6h da manhã.

No fim do dia, a empresa do tour te deixa no mesmo local de partida, então é só esperar o Shinkansen que vai para Osaka. Eu preferi me hospedar em Kyoto mesmo e conhecer o restante da cidade.

A programação é puxada, mas bem pensada. O tour passa por cinco das atrações mais famosas do país: o Fushimi Inari Taisha, o Kinkaku-ji, o Kiyomizu-dera, o bambuzal de Arashiyama e o Castelo de Nijō. Tudo é cronometrado, mas o tempo em cada parada é suficiente pra aproveitar o essencial, tirar boas fotos e sentir o clima de cada lugar.

Foi essa mistura de praticidade com imersão que me convenceu. Então, pra ter o melhor dia de turismo em Kyoto sem se perder nos ônibus, esse passeio é o caminho certo. 

A seguir, vem o que te espera em cada uma dessas paradas.

1. Fushimi Inari Taisha

Começo o roteiro por um dos lugares mais simbólicos de Kyoto, o Fushimi Inari Taisha, mesmo que tenha sido a última parada do passeio. 

Corredor de torii vermelhos no santuário Fushimi Inari Taisha em Kyoto
Os milhares de torii do Fushimi Inari são um dos símbolos de Kyoto. Foto: Ashwin Kumar / CC BY-SA 2.0

A gente vê tanta foto que a atração realmente não precisa de grandes apresentações: é um santuário xintoísta dedicado à deusa Inari, e o que mais impressiona são os milhares de portais torii vermelhos que formam um túnel ao topo do Monte Inari. Apesar do mar de gente, a paisagem é de cair o queixo, não tem jeito.

O templo principal, logo na entrada, é lindíssimo, e as raposas de pedra chamam atenção por toda parte. Elas são consideradas mensageiras da deusa Inari e aparecem vigiando os altares.

A trilha inteira tem mais de 10 mil torii, e a subida completa leva cerca de duas horas. Fui só até o início por causa do tempo apertado, já que o passeio estava no fim, mas deu pra sentir bem a energia do lugar. O bom é que o sol estava começando a baixar e aquele pico de gente já tinha passado. Foi o momento certo pra ver os portais com calma e fechar o dia do melhor jeito possível!

2. Kinkaku-ji (Templo do Pavilhão Dourado)

O Kinkaku-ji, chamado de “Templo do Pavilhão Dourado”, fica na transição da área urbana, onde começam as montanhas do norte. A construção revestida em folhas de ouro se projeta no laguinho logo em frente, com uma beleza que realmente não precisa de nada a mais.

Kinkaku-ji, o Templo do Pavilhão Dourado, refletido no lago em Kyoto.
O Kinkaku-ji impressiona tanto ao vivo quanto nas fotos. Foto: Victor Porof / CC BY-SA 3.0

Essa estrutura foi, em outro momento, a casa de descanso do xogum Ashikaga Yoshimitsu e só se tornou um templo budista zen após o falecimento dele. Atualmente, ele é um dos pontos turísticos icônicos de Kyoto, e os três andares mostram uma fusão de diferentes estilos de arquitetura. 

Dizem que a cor dourada é uma representação do paraíso budista, e o jardim ao redor foi todo planejado para ser um convite ao relaxamento. Isso até funciona, apesar da enorme quantidade de visitantes.

Por lá, a gente também encontra uma casa de chá servindo matcha acompanhado de doces, um sino onde o pessoal faz seus votos e, claro, uma área com souvenirs e o carimbo oficial do templo. Pode até lotar, mas com um pouco de paciência, você chega na beira do lago e tira a foto perfeita.

3. Kiyomizu-dera

O Kiyomizu-dera é outra atração imperdível de bonita nas montanhas de Kyoto. O grande complexo fica em uma colina em Higashiyama, e só o caminho para chegar já vale a viagem: ruelas estreitas, lojinhas de cerâmica, cheiro de chá verde e a vista da cidade aparecendo aos poucos. 

Templo Kiyomizu-dera em Kyoto com folhas de outono e vista panorâmica da cidade.
A vista do Kiyomizu-dera muda completamente conforme a estação.

O templo foi construído no século 8 e ainda hoje é de se admirar pelo tamanho e pela varanda de madeira sustentada por enormes pilares. Lá de cima, a vista de Kyoto é de arrepiar, principalmente quando as árvores coloridas entram em cena. O lugar muda completamente de acordo com a época: na temporada das cerejeiras, tudo fica coberto de rosa, e no outono no Japão, as folhas avermelhadas parecem incendiar o vale.

O santuário abriga vários espaços que merecem a atenção. Um deles é o Jishu Shrine, que é dedicado ao deus das relações amorosas. Nele, há duas pedras posicionadas a uns 18 metros de distância, e quem consegue caminhar de olhos fechados de uma até a outra, dizem, vai ter sorte no amor.

Mais para baixo, a Otowa Waterfall é uma queda d’água dividida em três jatos, cada um representando uma boa vida amorosa, sucesso nos estudos e vida longa. O pessoal usa conchas de metal com cabo longo pra beber um gole e fazer o pedido. Só não vale beber um gole de cada fonte, viu? Aí, dizem que é ganância.

Um pouco abaixo da varanda principal, o Okunoin Hall é outro mirante com uma vista maravilhosa e bem mais calma. É o canto ideal para sentar um pouco e ficar apenas no modo contemplação.


4. Castelo de Nijō

O Castelo de Nijō fica bem no centro da cidade, e é uma das construções feitas na era dos xoguns Tokugawa, no período Edo no Japão (século 17). 

Entrada do Castelo de Nijō com portão ornamentado e edifícios históricos ao fundo.
O Castelo de Nijō revela bem o poder dos xoguns no Japão feudal.

Cercado por muralhas altas e portões de madeira pesada, a parte mais famosa do castelo é o Palácio Ninomaru (Ninomaru Palace), que servia como residência oficial do xogum quando ele visitava Kyoto. O chão de madeira tem o som curioso do “assoalho rouxinol”, criado de propósito pra cantar a cada passo e denunciar qualquer invasor.

Dentro do Ninomaru, as portas de correr são decoradas com pinturas douradas e figuras de tigres e pinheiros, todas originais da época. Logo atrás fica o Honmaru Palace, uma área mais alta e cercada por jardins, que antigamente funcionava como o centro de defesa do castelo. É possível subir na muralha e ter uma vista panorâmica de Kyoto ao redor, o que mostra o quanto o local era importante em termos de estratégia.

Os jardins do Castelo de Nijō são um espetáculo à parte. Eles se espalham ao redor dos palácios com laguinhos, pontes de pedra e árvores de cerejeiras. Reparei que um trecho tinha só pés de ameixa; vi que as flores desabrocham em fevereiro, e o cheiro é inconfundível!

5. Floresta de Bambus de Arashiyama

A Floresta de Bambus de Arashiyama foi a primeira parada do tour, mas preferi deixar pra contar agora porque, sinceramente, foi a que menos teve aquela sensação de “uau”. 

Caminho cercado por bambus altos na floresta de Arashiyama em Kyoto
A floresta de bambus de Arashiyama. Foto: Daniel Peckham / CC BY-NC-SA 2.0

Talvez por eu ter ido com expectativa demais — afinal, é uma das imagens mais conhecidas de Kyoto —, a sensação foi de que o trecho com os bambus é menor do que parece nas fotos. Além disso, a floresta tem bambus… e só. 

O caminho é curto, passando por um pequeno santuário e um cemitério. De manhã já estava cheio, então imagino que mais pra o fim do dia, a experiência seja mais agradável.

O que fazer em Kyoto: mais atrações pra colocar no roteiro

Depois do passeio de 1 dia que resolve as atrações mais famosas, ainda sobra muito de Kyoto pra descobrir com calma. 

Aqui entram as atrações que completam o roteiro, aquelas que amarram a experiência e mostram um lado mais cotidiano e gostoso da cidade. Confira:

6. Gion

Gion ganhou fama como o bairro das gueixas porque, lá nos tempos da Era Edo, ele se desenvolveu como um centro de lazer perto do Yasaka Shrine. Com o passar do tempo, as casas de chá, os espetáculos de dança e o trabalho das gueixas se tornaram a marca registrada do lugar. 

Rua tradicional do bairro de Gion em Kyoto ao entardecer
Gion ganha outro clima quando as lanternas começam a acender. Foto: dconvertini / CC BY-SA 2.0

Hoje, ele segue com seu ar histórico, com ruas estreitas, e iluminação à noite que parece coisa de cinema. E, sendo bem sincera, cruzar com uma gueixa até acontece, mas é raro e muito rápido. Elas estão indo trabalhar, não posar pra turista, então nem conte com esse tipo de registro. O melhor é aproveitar o clima do bairro sem criar expectativa em cima disso.

Fora o visual que é lindo, Gion é um bairro excelente pra se hospedar. Você fica bem no meio das atrações de Higashiyama, perto de Shijo, de Kawaramachi e com acesso fácil a templos, santuários e restaurantes. É por isso que dou destaque ao Gion HANNA STAY, que tem quartos grandes e um preço camarada, duas raridades por aqui. 

E já que você vai estar na área, vale a pena conhecer os principais pontos do bairro, que deixam Kyoto ainda mais especial:

6.1 Apresentações de gueixas e maikos

É claro que o primeiro pensamento quando se fala em Gion são as gueixas. Todo mundo quer ver uma, né? Mas a real é que sair “caçando” as moças pelas ruas, tirando foto ou seguindo de perto, é algo bem desconfortável pra elas. Por isso, achei muito mais respeitoso assistir a uma apresentação de geikos e maikos no Gion Kagai Art Museum, que foi o primeiro museu no mundo dedicado à cultura das gueixas.

Maikos e gueixas se apresentando em palco tradicional em Kyoto
Maikos se apresentando em Gion. Foto: bobthemagicdragon / CC BY-NC-ND 2.0

As geikos são as gueixas propriamente ditas, mulheres que dedicam a vida à arte, dança e etiqueta japonesa. Já as maikos são aprendizes, normalmente bem jovens, que estão em fase de treinamento antes de se tornarem geikos. 

A palavra “gueixa”, aliás, significa “pessoa da arte”, e não tem nada a ver com prostituição. Esse mito vem de um mal-entendido histórico: existiam, sim, cortesãs de alto nível no Japão antigo, chamadas oiran, mas elas não eram gueixas.

Durante a apresentação, as maikos se apresentaram coreografias muito delicadas, com movimentos contidos e gestos sutis, enquanto o som do shamisen (um instrumento de cordas) ditava o ritmo.

Depois, visitei a exposição permanente do museu, com kimonos floridos, sandálias de madeira, leques, pinturas e até alguns itens de maquiagem. Acredito que foi um jeito especial de conhecer esse universo sem invadir o espaço de ninguém, e saí de lá admirando ainda mais o trabalho e a dedicação dessas artistas.

6.2 Hanamikoji Street

A rua mais famosa em Gion é a Hanamikoji Street, que fica na parte mais residencial do bairro. Durante o dia, ela tem uma aparência um tanto reservada, com as casas de madeira tradicionais e entradas bem discretas.

Hanamikoji Street com casas tradicionais e pedestres em Kyoto
A Hanamikoji Street.

Noite adentro, as lanternas vermelhas se acendem e o ambiente se transforma completamente com as ochayas, que são as tradicionais casas de chá onde geikos e maikos fazem suas apresentações para um público pequeno. É um universo que se mantém firme por muitos séculos, e só o ato de caminhar por ali já permite sentir essa elegância sutil.

Os restaurantes da região são outro destaque. Muita gente segue até Gion só para jantar, mesmo ciente de que os valores costumam ser altos. Lá você encontra kaiseki (aquelas refeições complexas com diversos pratos pequenos), sushis que não têm erro e uns bares pequenos.

Mas olha só, tenho um aviso importante: o ideal é andar devagar e falar baixo, sem transformar o passeio em um “safári urbano”. E nem pense em entrar nas ruelas laterais com sinalização! Elas levam às áreas residenciais, e turistas podem ser penalizados por invadirem o espaço dos moradores. Cuidado por onde anda, ok?

6.3 Hōkan-ji Temple e Yasaka Pagoda 

A Yasaka Pagoda, do Hōkan-ji Temple, fica na rua Yasaka-dori. É um ponto onde todo mundo para porque a rua alinhada com a pagoda ao fundo cria uma das imagens mais clássicas de Kyoto. A silhueta de cinco andares aparece entre as casas antigas e vira praticamente um cenário pronto, seja no meio da tarde ou com as luzes acesas à noite.

Rua tradicional de Kyoto com Yasaka Pagoda ao fundo.
A Yasaka Pagoda. Foto: Basile Morin / CC BY-SA 4.0

A graça ali é justamente essa foto da rua com a pagoda ao fundo, mas o passeio não precisa ser só isso. Há algumas cafeterias e docerias no caminho, então não deixe de experimentar algo novo!

6.4 Yasaka Shrine e Maruyama Park

O Yasaka Shrine fica no limite leste do bairro, dentro do Maruyama Park. É um dos templos mais importantes do destino e tem papel central no famoso Gion Matsuri, o festival mais tradicional da cidade, que toma conta das ruas em julho com desfiles, barracas e muita gente celebrando. Fora da época do festival, o templo é um ponto tranquilo pra visitar, e à noite ganha um charme especial com dezenas de lanternas iluminando os pavilhões.

Portão e edifícios do Santuário Yasaka, em Kyoto, com fachada vermelha e branca e escadaria de acesso.
O Santuário Yasaka é aquele lugar que já começa imponente antes mesmo de você entrar.

Logo atrás, o parque é o ponto onde a cidade desacelera. No centro dele, tem uma cerejeira gigante e meio torta que vira protagonista da primavera — à noite, ela é iluminada e o visual fica de outro mundo!

O parque é simpático, cheio de barraquinhas de comida, banquinhos e banheiros públicos muito limpos. Se quiser, compre um espetinho, sente na grama e simplesmente pare pra ver o movimento.

7. Nishiki Market

Começou a chover no dia do seu passeio? Não se preocupe! Tem muito o que fazer em Kyoto com chuva. Apesar de várias atrações serem ao ar livre, há lugares cobertos como o Nishiki Market que salvam nessas horas. E se estiver com fome, melhor ainda.

Bancas de comida japonesa no Nishiki Market, em Kyoto, com espetinhos e pratos típicos.
O Nishiki Market é parada certa pra comer bem em Kyoto.

O Nishiki Market é um corredor coberto no centro da cidade com mais de cem lojinhas e barracas de comida de rua japonesa. É praticamente um paraíso dos espetinhos: tem sashimi servido em palitinho, unidades de sushi embaladas na hora, polvo grelhado, ostras frescas e frutas mergulhadas em calda de açúcar.


A graça está em provar um pouco de tudo. Entre uma barraca e outra, aparecem lojinhas com utensílios de cozinha e pratos de cerâmicas.

Tem quem diga que o mercado é um “pega-turista”, e até entendo o ponto, mas ele é turístico por natureza, e Kyoto tem esses preços mesmo. E pra conseguir um assento nas barracas, chegue entre 9 e 10 horas da manhã, quando as lojas começam a abrir e ainda não lotou.

8. Philosopher’s Path

O Philosopher’s Path é uma caminhada agradável de 1km e meio no centro de Kyoto, conectando os templos Nanzen-ji e Ginkaku-ji por um canal ladeado de cerejeiras, casinhas antigas e restaurantes.

Philosopher's Path em Kyoto com cerejeiras floridas ao longo de um canal e pessoas caminhando.
Na época das cerejeiras, o Philosopher’s Path fica especialmente bonito. Foto: KimonBerlin / CC BY-SA 2.0

Ao longo do trajeto, tem outros templos e santuários menores que são muito bonitos, que nem o Eikandō Temple, o Ōtoyo Shrine e o Hōnenin Temple, nessa ordem, do sul ao norte. Separe pelo menos umas 2 a 3 horas para ver tudo.

Eu decidi fazer o passeio de bicicleta, começando logo cedo. Aluguei a minha perto do Heian Jingu Shrine e segui a sugestão de roteiro da locadora, que começava no Nanzen-ji. Mas fica a dica: a rua é estreita, então é melhor pedalar devagar e até descer da bicicleta em alguns trechos pra não atrapalhar ninguém.

Então, pra ver tudo com calma, o ideal é reservar de 2 a 4 horas no Philosopher’s Path. As cafeterias costumam liberar os banheiros para quem consome algo, e alguns templos também têm banheiros públicos, o que ajuda bastante em um passeio mais longo.

E já que o Nanzen-ji foi o meu ponto de partida, é por lá que a visita prossegue:

8.1 Nanzen-ji

O Nanzen-ji é um dos primeiros templos do Philosopher’s Path, e a entrada no complexo se faz pelo enorme portão Sanmon, com a paisagem das montanhas ao fundo. A área é mais silenciosa do que outros templos da cidade, então o clima muda assim que a gente pisa lá dentro.

Salão principal do Templo Nanzen-ji, em Kyoto, cercado por árvores e área verde.
Nazen-ji.

Avançando pelo pátio, me deparei com o Suirokaku, um aqueduto feito de tijolos que atravessa o terreno e rouba a cena. Ele foi construído há tempos, na Era Meiji (1868-1912), e serviu para transportar água do Lago Biwa (o maior do Japão) até Kyoto.

Mais ao fundo estão as áreas pagas. O templo tem um jardim zen lindo, com pinheiros e outras árvores que estão ali com propósito ornamental.

8.2 Ginkaku-ji (Templo do Pavilhão Prateado)

O Ginkaku-ji tem um nome curioso. Chamam de “Pavilhão Prateado”, mas ele nunca foi coberto de prata. A ideia surgiu porque o xogum Ashikaga Yoshimasa, que mandou construir o templo no século 15, sonhava em criar uma versão inspirada no Pavilhão Dourado (obra do xogunato de seu avô). 

Pavilhão Ginkaku-ji refletido no lago em Kyoto.
Ginkaku-ji.

A lenda diz que ele pretendia aplicar folhas de prata na estrutura, mas isso nunca saiu do papel. No fim, o nome pegou e virou parte desse ar mais discreto que o lugar transmite.

No jardim, tem um montinho de areia branca, que dizem ter o formato do Monte Fuji, e logo ao lado está o “mar” de areia com desenhos impecáveis e bonsais.

Seguindo a trilha de pedra atrás do templo, o caminho faz uma volta por entre as árvores até um mirante onde a gente consegue ver o complexo de cima. Mesmo com turistas, a atração continua com uma atmosfera serena.

9. Heian Jingu Shrine

O Heian Jingu Shrine é um santuário relativamente jovem comparado aos templos antigos da cidade, mas tem um peso simbólico forte. Ele foi construído no fim do século 19 pra marcar os 1100 anos da fundação de Kyoto e homenagear dois imperadores ligados à história da antiga capital. 

Portão vermelho do Heian Jingu Shrine em Kyoto
O Heian Jingu chama atenção logo de longe pela arquitetura imponente.

Como fica pertinho do Philosopher’s Path, você pode encaixar tudo no mesmo dia. Atrás dos salões principais estão os jardins, que são pagos. Andei pelas pontes de madeira sobre os lagos, vi carpas enormes e umas íris roxas começando a abrir.

Em outubro, o santuário ganha uma energia diferente por causa do Jidai Matsuri, um festival que conta com desfiles que recontam fases da história japonesa. Além de ser interessante, o pátio fica cheio das folhas do outono.

10. Palácio Imperial de Kyoto

O Kyoto Imperial Palace fica numa área super agradável da cidade, bem perto do Heian Jingu Shrine, dentro do enorme Kyoto Gyoen National Garden. É ali que ficam as antigas construções ligadas à família imperial, que viveu nesse complexo até a mudança definitiva pra Tokyo.

Construção tradicional do Palácio Imperial de Kyoto com telhado de palha e pátio interno.
O sóbrio Palácio Imperial de Kyoto. Foto: Ray in Manila / CC BY 2.0

O acesso é gratuito e bem organizado. Existem tours oferecidos pelo governo japonês, também gratuitos, que explicam cada parte do complexo. Eu cheguei a considerar fazer, mas já tava meio cansada no fim do dia e preferi só caminhar sem compromisso. Mesmo assim, deu pra ter uma boa noção das dimensões do lugar e imaginar como deveria ser a rotina ali séculos atrás.

Os jardins ao redor são imensos, sério! E mesmo vendo uma dezena de jardins em um só dia, eles sempre são encantadores, e ficar em meio à natureza nunca é demais.

11. Museu do Saquê Gekkeikan Okura

Saindo da rota dos templos de Kyoto, o Museu do Saquê Gekkeikan Okura aparece como um respiro no bairro de Fushimi. A Gekkeikan é uma das produtoras de saquê mais tradicionais do Japão, ativa desde os anos 1600, e o museu funciona dentro de uma antiga fábrica da marca.

Casas tradicionais de madeira do Museu do Saquê Gekkeikan Okura em Kyoto
A fachada do Museu do Saquê Gekkeikan Okura. Foto: 663highland / CC BY-SA 3.0

Pra conhecer o universo do saquê, a visita ao museu é um ótimo começo. Muita gente acha que saquê é uma bebida sempre forte, mas não é exatamente assim. Ele é feito a partir da fermentação do arroz, pode ser doce, seco ou frutado, e cada tipo combina com certos petiscos japoneses. A explicação do guia ajuda bastante a entender essas diferenças sem necessariamente virar uma aula teórica.

A melhor parte da experiência está justamente no tour pela fábrica e na degustação. Passamos pelos tanques, pelas ferramentas tradicionais, pelas amostras de arroz e pelos painéis que mostram o passo a passo da produção. 

Depois vem a prova com vários estilos de saquê, incluindo uns rótulos que não são exportados. O sommelier comenta cada gole e oferece pequenos pratos salgados pra mostrar como a harmonização muda tudo. É um passeio direto ao ponto, com aquele clima leve de estar aprendendo algo novo enquanto aproveita o dia.

12. Passeio a Nara

Nara é um bate-volta clássico que combina muito com o roteiro de Kyoto. É só ir até a Kyoto Station e pegar a JR Nara Line sentido Nara. A viagem dura menos de uma hora, o Japan Rail Pass cobre tudo e você já desembarca praticamente dentro da rota turística.

Cervo caminhando pelo Parque de Nara sob cerejeiras floridas.
Um cervo no Nara Park. Foto: Oren Rozen / CC BY-SA 4.0

Alugando uma bicicleta nos arredores da estação, começa o percurso até o Nara Park. Esse é o famoso parque dos cervos, onde eles andam soltos, pedem biscoitos (vendidos por aqui) e atravessam o caminho com a maior naturalidade. 

Lá dentro ficam várias atrações importantes, como o Tōdai-ji, o templo que guarda um dos maiores Budas de bronze do Japão, além de santuários menores, jardins enormes e trilhas. Em um dia, já conheceu quase tudo.

Pra montar seu roteiro certinho e entender o que vale priorizar por lá, eu deixei tudo detalhado no meu guia sobre o que fazer em Nara. Leia e entenda como encaixar o passeio no seu planejamento!

13. O que fazer em Kyoto à noite

Dizem as más línguas que a vida noturna em Kyoto é sem graça. Bom, até existe um fundo de verdade nisso, especialmente quando a comparação é com Osaka ou Tokyo, onde tudo fica aberto até tarde e a energia é outra. Por aqui, o comércio fecha cedo e grande parte do turismo gira em torno dos templos e do passado imperial. Ainda assim, Kyoto tem seus cantinhos pra ir à noite.

Canal em Gion, Kyoto, à noite, com cerejeiras iluminadas e casas tradicionais às margens da água.
À noite, Gion fica ainda mais bonito na época das cerejeiras.

A Pontocho Alley é o primeiro deles. Uma rua estreita, cheia de restaurantes e bares pequenos, cada um com uma luz amarela suave na porta. Tem lugar moderno, casa tradicional servindo kaiseki, izakayas com grelhados, opções com saquê da região… uma mistura boa. 

E, no verão, as margens do rio Kamo ficam cheias de gente sentada batendo papo — amigos estendidos na grama, casais olhando o movimento, jovens escutando música baixinho. É um ponto ótimo pra caminhar antes ou depois de Gion, já que tudo fica pertinho.

E já que estamos falando de noite, Gion fica ainda mais legal depois que as luzes acendem. As ruelas ganham um brilho diferente, o Shirakawa Canal fica iluminado e até o Hōkan-ji Temple aparece todo destacado lá no fundo. Não tem nada complicado acontecendo ali, é só um bairro bonito que fica mais bonito ainda à noite, e isso já basta pra dar uma volta por lá.


Turismo em Kyoto

Kyoto é um daqueles lugares que não saem da cabeça. Cada canto tem uma história e cada refeição vira lembrança. Reunindo o melhor da tradição japonesa, essa cidade é o tipo de destino que faz a gente desacelerar e observar os detalhes. 

Antes de fechar o seu roteiro, anota aí umas dicas práticas que fazem diferença na viagem:

Onde ficar em Kyoto

As três regiões que mais fizeram sentido pra mim em Kyoto são: 

  • Gion e Higashiyama Sul
  • Shijo e Kawaramachi 
  • e os arredores da Kyoto Station

Esse trio resolve praticamente qualquer roteiro: Gion tem o charme clássico de bairro histórico, a região de Shijo e Kawaramachi é perfeita pra quem quer tudo à mão e uma vida noturna animada, e o entorno da Kyoto Station simplifica a logística intermunicipal como nenhum outro lugar.

Kyoto costuma ser mais em conta do que Tokyo fora da alta temporada, mas quando chega primavera ou outono os preços disparam. Tirando esses meses, dá pra encontrar hotéis excelentes sem bater muita perna, ainda mais sabendo exatamente onde ficar.

Em Gion e Higashiyama Sul, meu favorito é o Gion HANNA STAY, com apartamentos amplos, mini cozinha, máquina de lavar e um clima delicioso pra voltar à noite depois de caminhar pelo bairro.

Já em Shijo e Kawaramachi, o Hotel Forza Kyoto Shijo Kawaramachi é aquele acerto certeiro: quartos compactos, porém confortáveis, localização perfeita pra explorar tudo a pé e vários lugares bons pra comer ali do lado.

E perto da Kyoto Station, o destaque vai para o Onyado Nono Kyoto Shichijo, que combina onsen (os banhos termais), quartos silenciosos e a praticidade absurda de estar a minutos de trens, metrô e ônibus.

Se quiser ver todas as regiões com mais calma, comparar preços e entender qual combina mais com os seus planos, deixei tudo organizado no meu post sobre onde ficar em Kyoto. Tá bem direto, com mapa, prós e contras e várias opções testadas na prática!

Onde comer em Kyoto

A culinária de Kyoto tem uma identidade muito clara. Como a cidade foi capital imperial por muitos séculos, muita coisa importante nasceu aqui: pratos que prezam pela delicadeza, técnicas antigas, ingredientes locais e um cuidado quase cerimonial no preparo.

Outra característica marcante é o shōjin ryori, a comida vegetariana dos templos, que é sempre muito leve. Fora isso, Kyoto abraça o chá verde, o yuba (aquela nata do tofu), o kaiseki, além dos pratos que todo mundo procura: udon, ramen, carnes boas e cafés charmosos.

Com isso em mente, separei alguns lugares que me agradaram bastante, cada um com uma proposta diferente:

  • Teppanyaki Niyama Kiyamachi | Uma churrascaria pequena, com o balcão virado para a chapa quente. Pedi um corte de carne que chegou macio e cheio de sabor, preparado ali na minha frente com aquela precisão que só a culinária japonesa tem. O cardápio tem preços elevados, mas tem opções que servem até 5 pessoas e é a oportunidade certa para experimentar wagyu e kobe.
  • Ramen Sen-no-Kaze Kyoto | O restaurante tem uma das filas mais comentadas da cidade, e olha… entendi o motivo de tanto burburinho. O caldo é encorpado no ponto exato, o macarrão tem a textura perfeita e a carne de porco desmancha na boca. Cheguei cedo, comi rapidinho e saí com aquela sensação de satisfação que só um bom ramen proporciona.
  • Chao Chao Gyoza Shijo Kawaramachi | Lugar despretensioso, cheio de movimento e perfeito pra quem ama gyoza de verdade. Pedi a porção tradicional grelhada e outra recheada com camarão, e as duas vieram sequinhas, crocantes na base e macias por dentro. O clima é animado, com gente entrando e saindo o tempo todo, e dá vontade de pedir “só mais uma” rodada sem pensar duas vezes.
  • Hinode Udon | Daqueles lugares simples, diretos, sem firula. O udon veio fumegante, com caldo leve e elástico do jeito certo. Provei também um tempurá de legumes e ficou perfeito com a sopa. É barato, rápido e com gostinho de casa japonesa tradicional.
  • Aoidos Cafe | Uma cafeteria no início da Philosopher’s Path, com aquele clima tranquilo de bairro. Sentei perto da janela, pedi um doce de matcha e um latte bem cremoso. O dono é um professor universitário aposentado que se inspirou em Alice no País das Maravilhas para a decoração. 

Como se locomover em Kyoto

Circular em Kyoto exige um pouquinho de paciência. O metrô tem só duas linhas, a Karasuma Subway Line (norte a sul) e a Tozai Subway Line (leste a oeste). Então, ele até ajuda em alguns trajetos, mas não dá conta do mapa inteiro. 

O principal transporte da cidade são os ônibus. Eles chegam onde o metrô não chega, inclusive nos templos mais famosos espalhados pelos bairros.

No começo, dá um mini susto porque parece tudo confuso, mas juro que não é. As linhas são bem sinalizadas e quase todos os pontos têm informações em inglês. Eu usei bastante o Google Maps pra saber qual ônibus pegar, e funcionou perfeitamente pra mostrar o ponto exato e o horário de chegada. Outra fonte ótima é o site da Kyoto City Bus & Subway, que tem os mapas atualizados e uma listinha das rotas mais usadas por turistas.

Os ônibus de Kyoto têm uma lógica própria: você entra pela porta de trás e sai pela frente. E o pagamento é na saída. Você pode pagar em dinheiro, mas o mais prático é usar um cartão IC (ICOCA, Suica, Pasmo, qualquer um funciona), que fica disponível pra compra nas estações.

Ah, e outra coisa útil: quase todos os pontos listam o número do ônibus e o destino final. Mas preste atenção nos sentidos da linha, porque às vezes só muda o lado da rua e o ônibus vai pra o outro canto da cidade. Se bater a dúvida, pergunte ao motorista.Eles são super acostumados com turistas perdidos e, normalmente, ajudam com gestos, placas, qualquer coisa.

Resumindo: em Kyoto você vai andar muito de ônibus, sim, e isso faz parte do charme da cidade. Depois de 1 ou 2 viagens, o sistema começa a fazer sentido e vira quase automático. Com um bom mapa no bolso (ou no celular) e um cartão IC carregado, você chega praticamente em qualquer lugar.

Como chegar em Kyoto

A melhor forma de chegar em Kyoto é de trem-bala. Não tem erro: é rápido, confortável e conecta direto as principais cidades do Japão. Eu explico direitinho como os Shinkansen funcionam no meu post sobre como viajar de trem-bala no Japão, então vale dar uma olhada pra entender as linhas, reservas e como tudo se organiza por lá.

Pra quem parte de Tokyo ou Osaka, o esquema é basicamente o mesmo. Você pega o trem-bala Hikari, da linha JR Tokaido Shinkansen, que sempre percorre o trecho entre Tokyo Station e Shin-Osaka. É só embarcar e ficar de olho nas telas do vagão — as paradas são super bem sinalizadas — e descer em Kyoto Station, que fica exatamente no meio do trajeto.

Se estiver usando o Japan Rail Pass, melhor ainda. Ele cobre quase todos os transportes do Japan Rail Group de forma ilimitada (inclusive o trem Hikari) e deixa essa rota bem mais econômica. Uma viagem simples poderia facilmente custar centenas de reais quando convertida, então ter o passe ajuda muito a circular entre as cidades sem pensar duas vezes.

Outras opções até existem, tipo ônibus noturnos e voos pra Osaka, mas honestamente… só fazem sentido em cenários bem específicos. O voo exige deslocamento até o aeroporto + trem até Kyoto, e no fim você perde tempo. Já o ônibus é mais barato, mas é longo e cansativo. Kyoto merece ser explorada descansado, e nada supera a praticidade do Shinkansen.

Melhor época para visitar Kyoto

Para falar sobre a melhor época para visitar Kyoto, a dupla que sempre ganha é a primavera e o outono. A primeira estação ocorre entre março e maio, e as cerejeiras cobrem a cidade em tons de rosa. A temperatura fica agradável, variando ali entre os 15°C e 22°C. 

Por outro lado, o outono acontece entre setembro e novembro, e o vermelho das folhas toma conta dos templos e das montanhas. Só que as duas estações são momentos de alta temporada, então a gente precisa se preparar para enfrentar lugares cheios e preços que sobem rapidamente. 

O verão, de junho a agosto, é conhecido por ser quente e úmido. Junho marca o período das chuvas, o que deixa os jardins exuberantes e os preços um pouco mais baixos. Já julho e agosto trazem o Gion Matsuri, que é o festival mais popular da cidade e ocupa as ruas. É animado, sim, mas o calor pode ser um desafio.


O inverno é mais gelado, mas compensa por ser tranquilo: a temperatura fica entre 1°C e 10°C, e os templos, com menos visitantes, ficam naquele silêncio bom. Às vezes neva, o que deixa a paisagem de vários lugares ainda mais encantadora. 

Quantos dias ficar em Kyoto

Kyoto não é uma cidade pra ver correndo. As atrações ficam espalhadas, os deslocamentos são mais lentos por causa dos ônibus e boa parte dos templos pede um tempo de contemplação. 

Na prática, quatro dias inteiros são o ponto de equilíbrio perfeito: você conhece o essencial, aproveita as noites em Gion e ainda sente o clima mais calmo da antiga capital.

Às vezes sobra um dia no roteiro, e aí muita gente acaba esticando até Hiroshima e Miyajima ou mesmo Nara. É tudo bem conectado por trem, então o deslocamento flui fácil.

Abaixo deixo uma sugestão de roteiro de quatro dias em Kyoto, organizada do jeito que mais funciona na vida real, sem voltas desnecessárias e com noites bem encaixadas:

Roteiro de quatro dias em Kyoto

Dia 1 | O primeiro dia é intenso e começa com o tour que resolve metade de Kyoto: Fushimi Inari, Kinkaku-ji, Kiyomizu-dera, Arashiyama e o Castelo de Nijō. É cansativo, mas super completo. À noite, a melhor escolha é ir comer algo simples perto do hotel. Nada longe. Um ramen, um curry, um izakaya discreto… o corpo agradece.

Dia 2 | Agora é 100% no ritmo de Gion. Comece pela Hanamikoji Street, pela região do Shirakawa Canal, pelo Yasaka Shrine e pelo Maruyama Park. Depois, tem a apresentação de gueixas e maikos no Gion Kagai Art Museum. Tudo ali por perto. Termine o dia em um restaurante da Pontocho Alley.

Dia 3 | Este dia é todo pela região leste, e funciona muito bem de bicicleta. Comece cedo alugando a sua e siga rumo ao Philosopher’s Path. De lá, você chega fácil ao Nanzen-ji, depois continua até o Ginkaku-ji e encerra a rota passando pelos jardins do Heian Jingu e pelo Palácio Imperial de Kyoto. Quando o sol cair, escolha entre voltar para o hotel ou ficar pela Pontocho Alley.

Dia 4 | Na manhã do último dia, vá ao Nishiki Market comer uns espetinhos, doces, sashimis em palitinho antes das multidões. Depois do almoço, siga para Fushimi e faça a visita ao Museu do Saquê Gekkeikan Okura para a degustação guiada, que é a mais tradicional do Japão quando se fala em saquê. Mais tarde, repita seu local favorito.

Onde fazer compras em Kyoto

O Nishiki Market é sempre o ponto de partida para as compras em Kyoto. Além da comida, nele você encontra temperos, cerâmicas, doces regionais, facas japonesas e chás. É aquele tipo de lugar onde a gente prova uma coisa, leva outra para casa e sempre acaba descobrindo algo que nunca tinha visto.

Caminhando para a área de Shijo-Kawaramachi, o ambiente fica mais moderno. Por ali, estão as grandes lojas de departamento, marcas de fora, maquiagem, moda e cafeterias, especialmente na Kawaramachi Street. É um lugar que tem movimento o dia todo e é ideal para quem procura coisas mais contemporâneas do que o artesanato tradicional.

A Kyoto Station também funciona super bem para umas comprinhas. O complexo abriga a Isetan, várias lojas espalhadas pelos andares e até galerias subterrâneas. É muito prático para resolver o que falta antes de pegar o trem, e dá para achar de tudo um pouco, desde petiscos até vestuário.

Gion, por sua vez, oferece um tipo de consumo diferente. As pequenas lojas de artesanato, kimonos, leques, incensos e artigos de papelaria clássica são ótimas para buscar presentes com mais personalidade. Tudo tem a cara de Kyoto, o que torna a compra muito mais afetiva.

Mapa de Kyoto

Antes de montar qualquer roteiro, ter um mapa ajuda demais. Aqui você vê onde cada atração fica, entende as distâncias reais e já evita aquelas voltas desnecessárias que só fazem perder tempo na viagem. Veja:

Dicas práticas para sua viagem ao Japão

Idioma | Em Kyoto, o inglês ajuda, mas saber umas palavrinhas em japonês muda bastante  o jeito como as pessoas te recebem. Um simples “Arigatou” (obrigado) ou “Sumimasen” (com licença) faz diferença no sorriso dos atendentes e no clima das conversas.

Dinheiro e câmbio | O iene (¥) é a moeda usada em todos os pagamentos no Japão e, na prática, o dinheiro vivo ainda é mais presente do que muita gente imagina. Cartões internacionais, como os da Wise, costumam funcionar em hotéis e lojas maiores, mas não dá pra depender só deles. Eu resolvo isso usando o serviço online da Confidence Câmbio, seja trocando reais por ienes ou levando dólares pra converter depois.

Seguro viagem | O sistema de saúde no Japão é excelente, mas para quem não é residente, qualquer atendimento vira um susto na conta. Por isso, eu não viajei pra lá sem um bom seguro. Te indico usar o comparador de seguros aqui do blog porque ele já mostra todas as coberturas lado a lado, com preços honestos e até 10% de desconto.

Transporte | Andar por Kyoto e pelo Japão todo é simples quando você entende o básico. No meu guia de transporte no Japão, eu explico direitinho como funcionam os trens, metrôs e ônibus — inclusive a lógica de Kyoto, que parece confusa, mas rende ótimos deslocamentos quando você pega o jeito. Depois do primeiro dia, você já tá indo pra todo canto sem pensar duas vezes.

Mala | O clima em Kyoto é uma montanha-russa. Pode começar o dia com sol, chover à tarde e esfriar à noite. Na minha mala, não faltaram tênis confortável, casaco leve e capa de chuva. Tudo isso está na minha lista prática de o que levar para o Japão.

Melhor época para ir ao Japão | O Japão tem estações do ano bem diferentes: tem a primavera lotada de cerejeiras, o outono com aquele vermelho absurdo nas árvores, o verão cheio de festivais e um inverno bem frio, mas ótimo pra quem ama neve. Se quiser entender direitinho como o país se comporta ao longo do ano, eu conto tudo no meu post completo sobre a melhor época para ir ao Japão.

Agora você já sabe o que fazer em Kyoto!

Como você viu, Kyoto tem um jeito muito próprio de ficar na memória, não só pelos templos e parques, mas pelo clima gostoso de caminhar sem pressa, provar coisas novas e descobrir cantinhos que não estavam no planejamento.

Agora que você já tem uma noção do que fazer, é só ajustar o roteiro, escolher seus dias favoritos e deixar a cidade te surpreender no seu ritmo. Vá com a certeza de que Kyoto sempre entrega um pouco mais do que a gente espera, e é isso que faz ela ser tão especial. Boa viagem!

Escrito por Adriana
Jornalista e blogueira em tempo integral há mais de 10 anos. Já visitou mais de 40 países e ama um roteiro bem completo e equilibrado, com direito a clichês e espaço para novas descobertas. Por aqui compartilha suas experiências de viagem e traz as melhores dicas para que você também se apaixone pelo seu próximo destino.
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