Escrito por Adriana
25 de dezembro de 2025
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Entender o que fazer em Nara muda completamente a forma como você enxerga essa cidade. Ela pode até parecer pacata demais à primeira vista, mas carrega uma história gigantesca nas costas. E, pra ser sincera, eu acho que isso deixa tudo ainda mais interessante pra quem gosta de viajar com propósito.

Nara foi a primeira capital organizada do Japão, lá no ano 710, totalmente inspirada em Xian, a cidade chinesa onde está o misterioso Exército de Terracota. 

Foi também em Nara que saiu a primeira linha de imperadores e toda a crença de que eles seriam descendentes de Amaterasu, a deusa xintoísta do sol. Enquanto isso, uma porção de templos budistas começou a brotar por ali, e vários viraram ponto turístico.

Pavilhão de madeira no Parque de Nara visto através de galhos de cerejeiras floridas.
Nara Park, a atração mais especial do destino!

Mas, cá entre nós, o que realmente atrai a maioria para Nara é o Nara Park. Um parque gigantesco, cheio de cervos fofos (e um pouco pidões), cercado pelos templos mais importantes da cidade. A graça é perceber como esse passado majestoso convive com o lado moderno e super acessível do destino.

E como Nara costuma entrar no roteiro de quem está entre Kyoto e Osaka, uma dica valiosa é já levar um goshuincho, comprado em qualquer templo dessas cidades. É o livrinho usado para coletar os goshuin, os selos artísticos desenhados pelos monges. Além de ser lindo, ele se transforma em uma recordação exclusiva da viagem. Eu tenho o meu e é um tesouro!

Agora que você já entendeu o contexto, vamos entrar no que realmente interessa e montar seu dia por aqui do jeito certo. Segue o guia:

  1. Nara Park 
  2. Templo Tōdai-ji (Grande Buda) 
  3. Templo Nigatsu-dō
  4. Templo Kasuga Taisha
  5. Templo Kōfuku-ji
  6. Yoshikien Garden e Isui-en Garden
  7. Nigiwai-no-Ie (Naramachi)
Direto ao Ponto: o que fazer em Nara

  • O Japan Rail Pass deixou minha ida muito mais prática. Embarquei na Kyoto Station e cheguei em Nara sem pagar nada extra. No meu bolso, virou o melhor custo-benefício da viagem.
  • Um dia em Nara é suficiente para ver as atrações, e como eu andei bastante e quis ir embora descansada, pernoitei no Onyado Nono Nara Natural Hot Spring. Ele funcionou demais pra mim por causa da proximidade com a Nara Station.
  • O Nara Park vira passagem obrigatória logo cedo, com os cervos andando pela grama e templos importantes em volta. Eu adorei começar por ali porque tudo está perto e o clima da cidade aparece de cara.
  • A cafeteria Nijiiro Melon e o restaurante Menya Ryu viraram meus queridinhos. O primeiro me ganhou com o melon pan gigante; o segundo com o ramen quentinho depois de andar o dia inteiro.
  • O Kasuga Taisha, o Nigatsu-dō e o Kōfuku-ji criam a sequência perfeita. Caminhei entre lanternas, subi escadaria e terminei cercada por prédios antigos que contam muito da época em que Nara era capital.
  • O Isui-en Garden e o Yoshikien Garden entregam uma pausa boa no meio do roteiro. O primeiro tem vista linda pro Tōdai-ji; o segundo é gratuito e super silencioso. Alternar templo e jardim sempre salvou minha energia.

O que fazer em Nara: como conhecer as principais atrações

Conhecer Nara pela primeira vez parece simples, mas sempre surge a dúvida sobre ir sozinho ou investir num passeio guiado. Eu ajustei meu roteiro algumas vezes até entender que cada escolha muda bastante o ritmo do dia. Por isso deixei aqui uma explicação direta pra tirar qualquer insegurança logo de cara.

No caso dos passeios, a maioria passa só um pedaço do dia em Nara e já segue o caminho de volta pra Kyoto ou Osaka. Na minha viagem sozinha fiz o oposto: passei um dia inteiro por lá e ainda dormi na cidade. As diárias são relativamente acessíveis e acordar descansada pra pegar o trem de manhã faz uma diferença enorme.

Agora, o custo foi o ponto decisivo pra mim. O tour pesa no orçamento e quase nenhum inclui os ingressos das áreas pagas dos templos. Na prática, você paga o tour e mais todo o resto por fora, e essa combinação deixaria o dia muuuito mais caro. Preferi só pagar os ingressos.

A decisão de ir por conta própria ficou ainda mais clara porque eu já estava com o Japan Rail Pass ativado. Esse passe de trem me levou de Tokyo a Kyoto, e depois até Nara só mostrando o voucher na Kyoto Station. Entrei no vagão do trem da linha JR Nara e fui sem gastar um iene extra e, em termos de praticidade e não precisar comprar passagens extras, foi a melhor escolha!

Ah, e no caso de Osaka, não tem complicação. Você deve pegar o trem da linha JR Yamatoji na JR Namba Station, e o ponto final será o mesmo que na viagem de Kyoto: a JR Nara Station.

Cada estilo de viagem funciona, mas quando a ideia é curtir Nara no seu ritmo e sem empilhar gastos desnecessários, ir sozinho faz toda diferença. Agora que o básico está resolvido, leia mais sobre as atrações que fazem esse dia render de verdade:

1. Nara Park

Caminhar cedo pelo Nara Park dá uma sensação boa de começo de dia, com a cidade abrindo os olhos aos poucos enquanto o parque já está cheio. Como eu amo! A área é enorme e completamente aberta, então você avança sem perceber o quanto andou, desviando dos cervos espalhados pela grama.

Lago no Parque de Nara cercado por árvores e construções tradicionais ao fundo.
O lago do parque.

Os cervos são da espécie sika, e a crença xintoísta os trata como animais divinos. A população desses bichos não se restringe ao parque, pois eles circulam à vontade por boa parte da cidade, especialmente perto da estação Kintetsu e nos pontos mais movimentados. 

Eu mesma já vi alguns andando pela calçada com uma seriedade que me fez pensar que estavam a caminho de uma reunião importante, e isso prova que pedalar por ali exige atenção.

Apesar da aparência tranquila, os cervos ligam imediatamente o nosso cheiro ao shika senbei, o biscoito que compramos para os alimentar. Por conta disso, qualquer papel ou embalagem no seu bolso rapidamente vira motivo para uma “abordagem”. 

Cervo pastando no Parque de Nara com lago e árvores ao fundo.
Os cervos são fofos, mas continuam sendo animais silvestres, então tenha atenção, ok? Foto: Oren Rozen / CC BY-SA 4.0

Por causa disso, eu ri muito na minha visita, mas é um lembrete prático: deixe sacolas fechadas, guarde qualquer comida e evite movimentos bruscos. Existem avisos por todo o parque pedindo para não provocar, puxar, dar alimento diferente do biscoito oficial, ou se aproximar dos filhotes.

O mais curioso é como a cidade inteira se encaixa ao redor desse parque gigante. Em poucos passos surgem o Kōfuku-ji, o portão monumental do Tōdai-ji e as trilhas que levam ao Kasuga Taisha. A seguir, você vai continuar lendo sobre as atrações dessa região.

2. Templo Tōdai-ji

Chegar ao Templo Tōdai-ji dá aquela sensação de pisar num lugar que marcou de verdade a história do Nara Park. É um templo budista imenso e conhecido no Japão inteiro por abrigar o Nara Daibutsu, o famoso Grande Buda de Nara. Eu lembro de atravessar o portão sul e já sentir que vinha algo monumental pela frente.

Salão principal do Tōdai-ji em Nara com fachada monumental e gramado amplo.
O Tōdai-ji e seu jardim.

O templo nasceu no século 8 e carrega uma história marcada por reconstruções depois de incêndios que atingiram a estrutura original. Mesmo assim, ele segue como um dos maiores templos de madeira do mundo. A área pertence ao Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, o que mostra seu peso histórico.

O Buda de bronze — o Daibutsu — é para muitos uma imagem marcante, e eu assino embaixo. A expressão tranquila da estátua domina o salão, e o clima fica ainda mais forte com os detalhes do Kegon, a escola budista japonesa da qual o Tōdai-ji é sede.

Nos fundos do salão tem o famoso pilar com um buraco do tamanho da narina do Buda. Quem passa por dentro ganha proteção e boa saúde, segundo a tradição. Uns adultos se espremiam, enquanto as crianças atravessavam rindo, rs.

Uma ressalva é que, em certos horários, todos esses corredores ficam cheios e a fila do salão cresce rápido. Nada que estrague o passeio, mas chegar antes das 11h é bem melhor.

3. Templo Nigatsu-dō

O Templo Nigatsu-dō está dentro do Tōdai-ji, mas é tão mais vazio que parece um lugar completamente diferente. Subi por uma escadaria de pedra, que é curta e chega no acesso do salão principal.

Salão do Nigatsu-dō em Nara com varanda elevada e pilares de madeira.
A varanda do Nigatsu-dō rende uma das vistas mais bonitas de Nara. Foto: 663highland / CC BY-SA 3.0

A construção original é bem antiga, de 752, só que essa estrutura que vemos hoje é uma reconstrução feita depois de um incêndio em 1669. A madeira tem mesmo essa cara de muitos anos, e a paisagem que se abre de lá é linda, especialmente quando o sol está se pondo.


Tem um evento que é a grande atração do lugar, o Omizutori, um ritual que rola na primeira quinzena de março há mais de 1.200 anos e sem pausas. Nessa época, os monges carregam umas tochas gigantescas pela varanda por muitas noites seguidas, e as cinzas restantes simbolizam a purificação do templo. Impressionante de ver!

De qualquer forma, fora do período do festival, o Nigatsu-dō tem uma energia super gostosa para terminar o dia. A escadinha até pode dar um leve cansaço nas pernas, mas a vista do fim de tarde paga o esforço. Aliás, considero esse um dos pontos mais bacanas para ter uma visão de Nara lá de cima.

4. Templo Kasuga Taisha

O trajeto para chegar ao Templo Kasuga Taisha começa meio discreto, sob a sombra das árvores. A subida é tranquila, muito silenciosa, e é comum ver um ou outro cervo aparecendo de mansinho entre a vegetação.

Santuário Kasuga Taisha em Nara com estruturas vermelhas e lanternas.
O Kasuga Taisha é conhecido pelas centenas de lanternas espalhadas pelo complexo. Foto: masato_photo / CC BY-SA 2.0

O santuário foi fundado em 768, resultado de um desejo da Imperatriz Shōtoku, e é dedicado a divindades do xintoísmo, como Takemikazuchi, responsável pela proteção da cidade. A construção é toda vermelha, contrastando com a floresta do Monte Wakakusa.

As lanternas são, de fato, a marca registrada do Kasuga Taisha. São milhares, de pedra e bronze, distribuídas pela trilha e penduradas nos corredores internos. Nos festivais Setsubun Mantoro (fevereiro) e Obon Mantoro (agosto), elas ficam todas acesas, e dizem que é um dos momentos mais bonitos do ano.

No complexo, há um cedro que, segundo contam, tem mais de mil anos de idade. A partir das raízes dele, nasceu a árvore batizada de “Shinpak”, e seguindo os costumes de respeitar a natureza, fizeram um buraco no telhado de um dos salões para que não atrapalhasse o crescimento da árvore. Interessante, né?

5. Templo Kōfuku-ji

O Templo Kōfuku-ji nasceu como uma pequena capela em Kyoto, no século 7, onde a princesa Kagami fazia preces pela saúde do marido, da poderosa família Fujiwara. Quando Nara virou a primeira capital do Japão, em 710, o templo se estabeleceu na cidade e virou o centro de uma importante escola da filosofia budista.

Salão principal e pagoda do Templo Kōfuku-ji em Nara sob céu azul.
O Templo Kōfuku-ji é um dos símbolos históricos de Nara. Foto: 663highland / CC BY-SA 4.0

Hoje, a área se abre num conjunto de salões, pátios e corredores silenciosos. A pagoda de cinco andares, com quase 50 metros, domina o cenário e, pessoalmente, eu achei a torre ainda mais impressionante do que parecia nas fotos.

Dentro do complexo estão algumas das peças mais famosas do budismo japonês, como o Asura, que é um tipo de entidade budista associada às ações e sentimentos negativos. No museu do templo, tem mais um monte de tesouros antigos guardados com todo cuidado.

Logo ao lado, fica outro museu, o Nara National Museum. Ele exibe uma grande coleção de arte budista, com peças consideradas essenciais pra entender a história da região. Eu não cheguei a entrar, mas achei o prédio bem bonito por fora e combinando com o clima da praça.

6. Yoshikien Garden e Isui-en Garden

O Yoshikien Garden e o Isui-en Garden são jardins que ficam lado a lado, mas cada um tem uma proposta. 

Jardim Isuien em Nara com lago, pedras e árvores em tons de outono.
O Isui-en Garden.

O Yoshikien, por exemplo, é aquele cantinho quieto que a gente encontra fora do burburinho do Nara Park. Ele tem trilhas pequenas, lagos e uma calmaria única. E uma ótima notícia: quem é estrangeiro não paga nada para entrar, basta mostrar o passaporte.

Já o Isui-en é mais elaborado, foi criado na era Meiji e é o único jardim do tipo “caminhável” em Nara. O paisagismo foi pensado para enquadrar o Daibutsuden, o salão gigante do Tōdai-ji, lá no fundo.

Ambos os jardins acabam virando uma pausa bem-vinda no meio do dia. Dá pra reparar como os sons da cidade somem devagar, principalmente no Yoshikien, que costuma ficar vazio mesmo quando o parque está agitado.

Observe que o Isui-en costuma ter um preço de entrada um pouco salgado, o que pode apertar o orçamento se a sua programação já tiver outras visitas pagas.

7. Nigiwai-no-Ie (Naramachi)

A Nigiwai-no-Ie é uma casa que pertencia a comerciantes, construída lá por 1917, e que foi preservada para entendermos como eram as residências típicas de Nara. O prédio tem salas com tatame, divisórias de papel e um sossego tão bom que logo me peguei imaginando a rotina de quem morava ali há um século.

Casa tradicional de madeira em Nara com fachada preservada e lanternas decorativas.
A fachada da Nigiwai-no-ie. Foto: Kochizufan / CC BY-SA 4.0

Essa casa está localizada no Naramachi, um bairro famoso pelas construções antigas, mas que, no fundo, é bem atual. As ruas são recheadas de cafeterias novas, lojas menores e alguns museus, só que diversas casas foram mantidas, dando esse ar histórico ao bairro, mesmo sem ele ter parado no tempo.

Lá dentro da Nigiwai-no-Ie, podemos ver objetos, ferramentas e cômodos que ilustram um cotidiano mais simples. Um dos responsáveis me contou que o antigo dono negociava antiguidades, e é por isso que a casa tem detalhes um pouco mais caprichados que outras da vizinhança. Eu, particularmente, achei a sala de chá maravilhosa!

A atração tem entrada gratuita e fica pertinho da Naramachi Odori Street, a avenida que conecta a região da Nara Station ao caminho do Nara Park. Ou seja, é fácil encaixar a visita sem precisar se distanciar demais da zona central. 

Turismo em Nara

Chegar ao fim do roteiro e perceber o tanto que Nara rende em um único dia é quase um alívio. Eu também achei que já tinha entendido tudo, até ver que alguns detalhes fazem a viagem fluir muito melhor. Por isso juntei aqui umas dicas finais que te ajudam a fechar o planejamento com chave de ouro:

Onde ficar em Nara

O lugar onde você escolhe ficar dita bastante os rumos da sua viagem, e na minha experiência, a área da Nara Station resolveu a equação perfeitamente. Eu estava no esquema de passar só um dia viajando e a estação virou minha porta de entrada e saída.

O Onyado Nono Nara Natural Hot Spring foi o hotel escolhido, e olha, valeu cada centavo. Já conhecia essa rede lá de Kyoto, então a garantia era ter um quarto bacana, cama de qualidade e aquele onsen quentinho que faz milagre depois de uma maratona de caminhada. O melhor de tudo era estar grudado na estação. Cheguei, larguei a mala e parti direto para o Nara Park, sem estresse!

E apesar de ter me hospedado em Nara — o que, confesso, tornou o dia muito mais tranquilo — não encare isso como regra, ok? Se você está com hotel em outra cidade, a volta no fim da tarde é super viável. Mas, se o objetivo é acordar com calma e pegar o trem bem cedo, ficar pertinho da Nara Station simplifica a logística.

Onde comer em Nara

A gastronomia de Nara carrega muito da história da cidade. Os templos influenciaram vários pratos clássicos, como o cha-gayu, um mingau de arroz cozido com chá que os monges comiam pela manhã. O narazuke, um picles fermentado por meses na borra do saquê, é outro sabor típico — forte, diferente e muito ligado à identidade local. 

A impressão que dá é que cada prato tem uma origem, uma família por trás ou uma técnica que já atravessou séculos. E isso deixa qualquer pausa mais especial quando você está circulando entre templos e trilhas do parque.

Dentro desse clima mais leve e gostoso, separei três lugares que encaixaram super bem no meu roteiro — cada um de um jeito, mas todos com aquele sabor que combina com um dia inteiro caminhando por Nara.

Nijiiro Melon | Descobri essa cafeteria por acaso na manhã em que cheguei. Queria algo leve antes de ir pro parque e, no meio dos restaurantes mais pesados, esse lugarzinho salvou. Eles fazem melon pan, que parece uma broa desenhada pra lembrar a casca do melão. As opções vão de canela a chocolate, morango e caramelo. Pedi um tradicional e outro que lembrava um cookie gigante e fiquei chocada com o tamanho, quase da palma da mão. Gostei tanto que voltei no dia seguinte antes de pegar o trem.

Mizuya Chaya | Almocei aqui depois de visitar o Kasuga Taisha, já dentro do Nara Park. O cardápio do restaurante gira em torno de sopas com macarrão udon como base, e você escolhe o ingrediente extra: carne, peixe, tofu, cogumelos ou plantas comestíveis. Pedi a versão com carne e chegou até bem quente, mas nada que umas assopradas resolvessem. E voilà, estava uma delícia.


Menya Ryu | O jantar foi nesse restaurante bem perto do hotel Onyado. O espaço é pequeno, então eu já fiquei com aquela expectativa de ramen meio caseiro, e acertei em cheio. Comi o macarrão com frango e ovo e saí muito satisfeita. A única dica é preparar a câmera do Google Tradutor pra decifrar o cardápio, porque quase nada está em inglês.

Como se locomover em Nara

Andar por Nara é simples, e eu percebi isso logo no primeiro dia. Dentro do Nara Park tudo fica realmente perto e a caminhada vira parte gostosa do roteiro. Como não pode pedalar lá dentro, o jeito é seguir a pé mesmo e aproveitar o caminho entre os templos.

Pra encurtar as distâncias fora do parque, alugar uma bicicleta ajuda demais. As locadoras ficam concentradas ao redor da Kintetsu-Nara Station, e os estacionamentos mais práticos são o Nara Bicycle Center e o bicicletário do Nara National Museum. Deixei a minha ali e segui tranquila, sem medo de parar no lugar errado.

Quem preferir o transporte público pode contar com os Nara City Loop Buses, os ônibus amarelos que fazem uma rota circular entre as atrações. O #2 roda no sentido horário e costuma ser o mais rápido para chegar nos templos; o #1 roda no sentido anti-horário e ajuda no retorno às estações. Pra visualizar melhor, a empresa Nara Kotsu Bus tem o mapa completinho das paradas em seu site.

O esquema dentro do ônibus é fácil. Entra pela frente, paga a tarifa fixa com o cartão de transporte e desce pelos fundos. E como falar de ônibus por aqui sempre leva a esse assunto: lá no meu post sobre transporte no Japão, eu explico direitinho como usar os cartões ICOCA, o Pasmo e afins, além de como funcionam os trens, metrôs e ônibus.

Quantos dias ficar em Nara + roteiro de 1 dia

Nara é daquelas cidades que se encaixa perfeitamente em 1 dia inteiro. Tudo gira em torno do Nara Park, então a logística é simples e você não perde tempo indo de um canto a outro.

Claro que dormir em Nara pode ser interessante, mas sei também que muita gente já tem as diárias de hotel garantidas em outras cidades. Por isso montei um roteiro pensado justamente pra quem vai chegar cedo e ir embora no fim do dia, sem prejuízo nenhum na experiência. Confira:

Roteiro de 1 dia em Nara

Dia 1 | Chegando pela Nara Station, comece indo até o Kōfuku-ji e siga direto para o Nara Park, entrando no Tōdai-ji antes do movimento crescer. Depois do Grande Buda, suba ao Nigatsu-dō pra curtir a vista e, na volta, escolha entre o Yoshikien Garden ou o Isui-en Garden. Continue pela trilha das lanternas até o Kasuga Taisha e feche o dia em Naramachi, visitando a casa Nigiwai-no-Ie antes de retornar tranquilamente para a estação.

Melhor época para visitar Nara

A primavera (março a maio) é um dos períodos mais concorridos em Nara. As cerejeiras no Japão costumam florir entre o fim de março e início de abril, e deixam o Nara Park bem movimentado. Março também traz o Omizutori no Nigatsu-dō, quando acontece a cerimônia das tochas gigantes.

O outono funciona muito bem, principalmente de meados de outubro a novembro. Os jardins ficam coloridos, o clima ajuda nas caminhadas e atrações como o Isui-en Garden rendem fotos ótimas sem esforço. É a época mais confortável pra passar o dia no parque.

Agora, existem épocas mais complicadas. O verão (junho a agosto) tem um calor forte, e isso pesa nas longas distâncias. Já o inverno (dezembro a fevereiro) pode ser bem frio, mas a cidade fica bem mais silenciosa. Neve é rara, mas quando aparece, dá outra cara ao  visual do destino de manhã cedo.

Outro ponto importante é o custo: fora do pico da primavera e do auge do outono, as diárias caem bastante e a cidade fica mais vazia. E como muitas pessoas encaixam Nara no roteiro entre Kyoto e Osaka, faz sentido escolher uma data que acompanhe o clima dessas duas cidades. Assim, você não sai em desvantagem.

Por fim, um alerta rápido: no outono os cervos entram no período de acasalamento e os machos ficam mais defensivos. Nada demais, mas manter distância e evitar movimentos bruscos ajuda a evitar sustos.

Mapa de Nara

Pra facilitar sua vida, montei um mapa de Nara com todas as atrações do roteiro, restaurantes e os pontos que mais ajudam na hora de se localizar. Abra no celular antes de sair do hotel e você resolve quase tudo caminhando sem perder tempo procurando caminho. Veja:

Mais dicas de viagem para o Japão

Aqui reuni as dicas mais práticas pra você se virar no dia a dia, gastar menos energia com logística e aproveitar mais cada cantinho — inclusive Nara. Vamos lá?

Idioma | O japonês é a base de tudo por aqui, inclusive nas áreas mais tranquilas de Nara, onde muitas pessoas mais velhas não falam inglês. Usar um arigatou, um sumimasen ou um konnichiwa já muda totalmente o clima da interação. Eu percebi isso várias vezes, principalmente perto dos templos.

Dinheiro e câmbio | No Japão, o iene (¥) domina as transações e o dinheiro em espécie é muito usado nas estações e lojas. Cartões internacionais, como o Wise, são aceitos em grandes redes, mas não resolvem tudo sozinhos. Pra não ter surpresa, costumo usar a Confidence Câmbio, seja pra comprar ienes direto ou levar dólares e converter depois. Tudo funciona online, com segurança e praticidade.

Seguro viagem | Os templos têm escadas, trilhas e áreas abertas que exigem um mínimo de cuidado, e qualquer imprevisto médico no Japão impacta o orçamento rapidinho. No comparador de seguros que uso no blog, você vê várias opções lado a lado e ainda garante até 10% de desconto pra viajar com tranquilidade.

Transporte | Nara é simples de circular a pé, mas o pulo do gato está em chegar e sair da cidade usando trem. No meu post sobre transporte no Japão, eu explico como entender as linhas JR e Kintetsu sem esquentar a cabeça.

Mala | O clima em Nara varia muito ao longo do dia, especialmente nos jardins e nas áreas mais abertas do parque. Um tênis confortável, casaco leve e uma capa de chuva salvam qualquer roteiro. No guia sobre o que levar para o Japão tem uma lista prática, enxuta e sem itens inúteis.

Melhor época para ir ao Japão | Nara fica linda em qualquer estação, mas a primavera e o outono deixam tudo ainda mais especial, com temperaturas gostosas e paisagens diferentes do resto do país. Leia mais em meu post sobre a melhor época pra ir ao Japão, eu explico mês a mês como o clima funciona e quando as cerejeiras deixam a viagem ainda mais especial.

Agora que seu dia em Nara tá redondinho!

Depois desse guia, fica fácil entender por que tanta gente se apaixona pela cidade. Eu curto demais esse equilíbrio entre templos gigantes, jardins calmos e ruas antigas, tudo pertinho e cheio de personalidade. Seu roteiro ganhou forma, ritmo e aquele toque real de quem já voltou duas vezes pra lá.

Quando viajar, comenta aqui embaixo me contando o que mais te surpreendeu em Nara. Vou adorar saber como foi sua experiência e quais cantinhos entraram pro seu top pessoal. Boa viagem!

Escrito por Adriana
Jornalista e blogueira em tempo integral há mais de 10 anos. Já visitou mais de 40 países e ama um roteiro bem completo e equilibrado, com direito a clichês e espaço para novas descobertas. Por aqui compartilha suas experiências de viagem e traz as melhores dicas para que você também se apaixone pelo seu próximo destino.
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