Localizada entre as serras Quebra-Cangalha, Bocaina e do Mar, Cunha é aquele destino da serra paulista que combina natureza e comida boa. A cidade fica a 1.100 metros de altitude, então pode esperar aquele friozinho de montanha e paisagens que mudam ao longo do dia. Já me hospedei em várias regiões por lá e digo sem rodeios: acertar na escolha faz toda a diferença.
As paisagens de Cunha acalmam só de olhar. Foto: Rosanetur / CC BY 2.0
As hospedagens estão espalhadas por diferentes áreas, que eu vou chamar de eixos. O Eixo Urbano é o centro de Cunha, voltado para turistar a pé e estar pertinho do comércio. Bem ao lado, o Eixo Bairro da Mantiqueira tem aquele sossego gostoso e vistas lindas, sem te deixar longe do centro.
Agora, se você quer um cenário de cair o queixo, o Eixo Paraty-Cunha entrega isso de sobra. E de brinde, é nele que está o Lavandário, simplesmente os campos de lavanda mais fotografados de Cunha.
Na zona rural, há também o Eixo Cunha-Campos de Cunha, com estradas bonitas e um céu estrelado daqueles. No Eixo Guará-Cunha, as hospedagens ficam no trajeto que desce a serra, ótimas para combinar uma ida à Guaratinguetá. E por fim, o Eixo Bairro do Monjolo é aquele cantinho escondido e rústico, ótimo para quem quer se isolar e aproveitar a tranquilidade da zona rural.
Com tudo isso em mente, é só escolher a que mais combina com sua viagem. Abaixo, explico direitinho as vantagens de cada uma e as melhores hospedagens para deixar sua experiência ainda mais especial. Bora lá?
Para facilitar sua escolha, aqui está um mapa com todos os hotéis separados por região. Assim você já pode visualizar onde cada um fica e escolher o que faz mais sentido para sua viagem:
Onde se hospedar em Cunha: as 6 regiões mais indicadas para hospedagem
1. Eixo Urbano
O Eixo Urbano é o pedaço da cidade que vai te ajudar a ter praticidade. Há restaurantes, mercados e os famosos ateliês de cerâmica para todos os lados, então você resolve várias coisas sem precisar tirar o carro da vaga.
O centro de Cunha é pequeno, mas cheio de vida e boa gastronomia. Foto: Ana Raquel S. Hernandes / CC BY-SA 2.0
Aqui, a vida acontece sem complicação. Esqueceu o casaco no hotel? Rapidinho já pegou e voltou. Quer comprar um queijo artesanal antes de ir embora? O Mercado Municipal te salva.
O centrinho de Cunha ainda guarda uma curiosidade inusitada: é a terra dos fuscas! Sério, tem fusca para todo lado. Anualmente, é tradição rolar o FusCunha, com exposições desses carros que os moradores adoram. E fora da época, a graça é brincar de contar quantos fuscas você vê por aí.
Há ótimas pousadas na região, mas não espere por estruturas luxuosas. Algumas delas são bem simples, mas quando só se quer bater perna, jantar e voltar para descansar, hospedagens como a Pousada Alejandro vão te atender bem.
Na minha primeira vez em Cunha, escolhi essa região e não me arrependi. Aproveitei o básico da cidade e provei a gastronomia sem pressa alguma. E, claro, ainda tive um ponto de partida estratégico para as outras regiões.
O único detalhe que pega é que aqui não tem aquela imersão na natureza que você encontra nas regiões mais afastadas. As montanhas aparecem no horizonte, mas nada comparado aos eixos Campos-Cunha e Bairro do Monjolo.
Pousada Alejandro | Um cantinho sossegado com chalés confortáveis e um café da manhã caprichado. Ótima escolha para quem quer relaxar sem abrir mão da praticidade de estar perto do centro.
Estalagem Mar de Morros | Quartos aconchegantes com uma vista toda especial da natureza. A decoração é mais rústica, e toda a equipe é muito querida.
Hospedagem Quarto Chic centro Cunha| Simples, bem arrumado e no meio do movimento da cidade. Para quem quer só um lugar confortável para dormir e passar o dia batendo perna pelo centro sem preocupação.
2. Eixo Bairro da Mantiqueira
O Bairro da Mantiqueira é um meio-termo perfeito para quem quer natureza sem abrir mão de estar logo ao lado do centro. A Rua Dr. Paulo Jarbas da Silva, que corta a região, conecta tudo de forma prática, então dá para curtir o silêncio das montanhas, e ainda ir andando até o centro para jantar. E tem mais, as hospedagens aqui já entregam aquele clima tranquilinho e gostoso do interior.
A cerâmica é uma das artes mais tradicionais de Cunha. Foto: Ana Raquel S. Hernandes / CC BY-SA 2.0
A vista dessa região é um espetáculo! Nos dias frios, a neblina cobre tudo logo cedo, e quando ela levanta, aparece a serra do Vale do Paraíba. Aliás, se tem uma coisa que combina com esse clima, é um caldo quentinho e a lareira acesa.
As hospedagens por aqui são mais exclusivas, então é bom reservar com antecedência, principalmente nos meses mais frios.
Algo a se atentar é que a maior parte do caminho não é asfaltada, o que pode gerar lama nos dias de chuva. Nada que estrague a viagem, mas se for alugar um carro, vale considerar um modelo que encare bem esse tipo de estrada.
Gosto muito dessa região porque ela equilibra bem sossego e mobilidade. Eu pude descansar sem precisar me isolar completamente, e ainda ficou fácil esticar o roteiro para outros cantos de Cunha. Para quem quer um ambiente aconchegante e vistas bonitas sem abrir mão da praticidade, essa é uma escolha certeira.
Principais atrações:
Ateliês de cerâmica
Melhores hospedagens no Eixo do Bairro da Mantiqueira
Pousada Colar de Ouro | Casinhas charmosas com frigobar e ar-condicionado, e uma área externa com piscina para os dias de sol.
Pouso Mantiqueira | Suítes e chalés super espaçosos e com varandinha. Os chalés são tão completos que parece que você escolheu uma casa de temporada, juro!
3. Eixo Paraty-Cunha
Ao sul da área urbana, no Eixo Paraty-Cunha, a SP-171 segue parte do Caminho Velho da Estrada Real, uma antiga rota do ouro que liga o interior ao litoral.
O Lavandário de Cunha. Foto: Rosanetur / CC BY 2.0
E o melhor é que além das paisagens incríveis no trajeto, essa estrada concentra algumas das atrações mais famosas da cidade, como o Lavandário e o Contemplário. Além de lindos, os dois lugares fazem você parar, respirar fundo e só curtir o cheiro bom das lavandas.
Aqui, as hospedagens são variadas. Tem desde pousadas rústicas até chalés sofisticados com hidromassagem nos quartos. E vou te contar um segredo, reservar um hotel com deck ou varanda vai dar um tchan na sua estadia!
Além das paisagens, esse eixo também guarda algumas das cachoeiras mais bonitas da região. A Cachoeira do Mato Limpo fica na beira da estrada, perto de um monumento do marco do Caminho Velho. Para banho, eu gostei mais do Canto das Cachoeiras, que é um parque ecológico com várias trilhas e quedas d’água.
Ah, e se for estender viagem, temos um post completo com dicas de onde ficar em Paraty, é só conferir!
Pousada Candeias | Rodeada por verde, com trilhas para explorar e um silêncio que vai fazer você dormir tão bem como nunca.
Pousada da Mata | Entre as montanhas e o céu estrelado, essa pousada fica em um terreno imenso e oferece chalés privativos e um clima rústico de fazenda.
4. Eixo Cunha-Campos de Cunha
O distrito de Campos de Cunha (também chamado de Campos Novos) fica a cerca de 26 km a leste do centro de Cunha e é acessado pela Estrada Municipal de Campos de Cunha, que, felizmente, é asfaltada! O visual no caminho é um espetáculo, com plantações, pastos e morros dourados no fim da tarde.
A charmosa Paróquia Nossa Senhora dos Remédios é um dos pontos centrais da vila. Foto: Halley Pacheco de Oliveira / CC BY-SA 3.0
Muita gente escolhe se hospedar ao longo dessa estrada para aproveitar o clima rural, mas é bom saber que o centrinho de Campos de Cunha fica um pouco mais afastado, no fim desses quilômetros que comentei anteriormente.
Ele tem uma estrutura básica, com lojinhas e mercados locais, mas se precisar de mais variedade, a cidade de Cunha ainda será sua referência. Agora, se o objetivo é sossego e pousadas com comida boa, pode apostar sem medo.
A região une bons hotéis com aquele clima gostoso de sítio. Muitas pousadas têm jeitão de casa de fazenda, com varandas espaçosas, redes para descansar e café da manhã reforçado para a família toda.
Já quem quer ir fundo na natureza, a Cachoeira do Mato Dentro fica perto do centro de Campos de Cunha e tem um poço perfeito para se refrescar em dias quentes. É aquele tipo de lugar que faz a estrada valer cada quilômetro rodado.
Principais atrações:
Cachoeira do Mato Dentro
Pedra Branca
Melhores hospedagens no Eixo Cunha-Campos de Cunha
Pousada Viajantes do Tempo | É uma pousada mais simples, com quartos básicos e um jardim cheio de verde, onde dá para relaxar ouvindo o barulho dos passarinhos.
Recanto Roça Grande | Tem um jeitinho de sítio, café da manhã delicioso e suítes com decoração colonial para quem quer curtir o frio da serra bem acomodado.
5. Eixo Guará-Cunha
Já ao norte, a SP-171 conecta Cunha a Guaratinguetá em um percurso bonito, com colinas, fazendas e trechos de floresta. A região inteira tem um clima rural tranquilo, sendo um ótimo lugar para quem curte estrada, a sensação de isolamento e as temperaturas baixas no inverno.
A Pedra Grande do Gomeral é uma atração na região montanhosa de Guaratinguentá. Foto: Monteirc / CC BY-SA 4.0
Apesar da diferença de altitude entre as duas cidades, a descida de verdade só começa nos últimos 20 km, chegando em Guaratinguetá. É aí que os mais de 1.000 metros de Cunha viram 530 metros, e dá para sentir o ar mais quente do vale chegando. Uma baita diferença, né?
A vantagem dessa parte da estrada é a praticidade para quem quer seguir viagem até Guaratinguetá, conhecida pelo turismo religioso e por algumas atrações ao ar livre. As hospedagens são mais escassas por aqui, mas quem escolher ficar vai encontrar hotéis-fazenda e pousadas rurais. Só não espere mercados ou restaurantes por perto.
O frio nessa região é de respeito, principalmente nas noites de inverno. Já me hospedei por aqui e posso garantir que não existe exagero quando dizem que é bom levar um casaco reforçado. As estradas também pedem atenção, especialmente nos dias de chuva, já que algumas hospedagens ficam em acessos de terra. Mas tudo isso compensa quando você acorda cercado pela mata e só escuta o barulho dos passarinhos.
Fascinação Café Hotel | Boa hospedagem e café de qualidade no mesmo lugar. Os quartos são bem confortáveis e a cafeteria tem quitutes deliciosos para todas as refeições.
Suisse Chalet by MontJacui | Essa hospedagem oferece chalézinhos à la suíça, com decoração fofa e tudo o que você precisa para esquecer da correria. Ótima pedida para um fim de semana no interior.
6. Eixo Bairro do Monjolo
O Bairro do Monjolo é uma área menos visitada pelos turistas e que entrega paz de verdade. Nada de muito movimento de carros ou barulho de cidade. Aqui é só a mata, algumas poucas casinhas e aquele silêncio bom, quebrado pelas cigarras cantando.
Uma das únicas hospedagens dessa região é a Estalagem Cachoeira do Pimenta, onde já tive a chance de me hospedar e curti bastante. O lugar tem chalés aconchegantes cercados por mata nativa, e o som da cachoeira ao fundo deixa tudo ainda mais relaxante. O clima aqui é bem rural, perfeito para quem quer se desconectar e aproveitar o silêncio da natureza.
Outra coisa bacana é que esse bairro passa pertinho da Cachoeira do Pimenta, uma das mais bonitas da região. Dá para fazer uma trilha leve até as quedas d’água ou simplesmente sentar em uma pedra e curtir o barulho da água. O caminho é de terra, então nos dias de chuva pode ficar um pouco complicado para carros sem tração, mas vale a visita.
Principais atrações:
Cachoeira do Pimenta
Cachoeira do Desterro
Melhores hospedagens no Eixo Bairro do Monjolo
Estalagem Cachoeira do Pimenta| As suítes são modernas, bem iluminadas, e a cama tem um dos melhores colchões em que eu já dormi! Além disso, tem uma piscina com queda d’água na área externa e cozinha compartilhada.
Onde não ficar em Cunha
Escolher onde se hospedar depende muito de como você vai se deslocar. Quem chega de ônibus vai acabar ficando no Centro, já que visitar atrações mais afastadas sem um carro pode ser complicado. Táxis até existem, mas funcionam mais para trajetos curtos ou combinados de ida e volta com o motorista, o que limita bastante a liberdade.
No verão, as chuvas podem ser intensas e deixar algumas estradas de terra intransitáveis. Isso vale especialmente para quem escolhe ficar em áreas rurais, como o Bairro do Monjolo, onde os acessos podem acumular lama e buracos. Quem não quer passar perrengue deve verificar com o hotel como é o caminho até lá e se vale a pena um carro mais alto ou 4×4.
Dicas importantes antes de escolher seu hotel em Cunha
Cunha tem hospedagens para todos os gostos, mas alguns detalhes fazem toda a diferença na experiência. Veja algumas dicas que eu juntei para você ter a sua melhor viagem possível:
Como se locomover em Cunha
Não tem jeito: sem um carro, sua vida vai ser mais complicada por aqui. As atrações ficam espalhadas, e o transporte público simplesmente não é uma opção viável. Dá até para contratar passeios com transporte incluído, mas se a liberdade de ir e vir sem depender de horários falar mais alto, é bom considerar um carro particular.
Para conhecer bem a região, escolher um hotel com estacionamento gratuito é essencial. Algumas hospedagens mais afastadas têm estradas de terra no acesso, então vale checar as condições antes de fechar a reserva.
Agora, caso você decida ir sem carro, a melhor escolha é ficar no centro. Fazer tudo a pé é moleza, e o comércio de Cunha está concentrado aqui. Mas se a viagem inclui passeios na natureza, o jeito vai ser contar com traslados ou até mesmo contratar um motorista. Não é impossível, mas pode sair bem mais caro no final.
Qual a melhor época do ano para visitar Cunha
O inverno é a alta temporada, principalmente entre junho e agosto. O frio da serra atrai muita gente, os preços sobem e as melhores pousadas lotam rápido.
O Festival de Inverno e o FusCunha acontecem nesse período e dão um clima ainda mais especial à cidade. Se essa é sua vibe, vale reservar com antecedência e garantir um hotel com lareira e café da manhã reforçado.
Para fugir dos preços altos e do movimento, a primavera é uma escolha esperta. Entre setembro e novembro, os campos do Lavandário ficam floridos, o clima é agradável e a cidade bem mais vazia, com exceção de outubro, quando acontece o Festival Internacional de Cerâmicas de Cunha.
Já no verão, o calor pode ser forte durante o dia, mas as cachoeiras ficam cheias e valem cada mergulho. Só precisa ficar de olho na previsão, porque as chuvas aumentam bastante.
Outro período interessante é o outono, especialmente em abril e maio. O tempo é mais seco, o friozinho já começa a dar as caras e dá para curtir a cidade sem lotação. É uma ótima época para aproveitar as pousadas com lareira e fazer passeios ao ar livre sem se preocupar com as chuvas.
Fique atento à estrutura do hotel
Nem toda pousada tem restaurante, e se sua escolha for uma hospedagem mais afastada, isso faz toda a diferença. Alguns hotéis funcionam quase como refúgios, mas sem um lugar para jantar por perto, sair à noite pode ser um desafio. Nesses casos, prefira lugares que ofereçam pelo menos refeições básicas ou pense em levar uns lanchinhos.
No inverno, conferir se o quarto tem aquecimento é essencial. Em algumas hospedagens, o frio pode ser intenso, e nem todas contam com lareira ou aquecedor potente. Nada pior do que dormir tremendo e perceber tarde demais que o hotel só oferece cobertas extras. Se quiser algo mais confortável, prefira quartos com calefação ou lareira.
Outra coisa que pode passar despercebida é o sinal de celular e Wi-Fi. Muitos hotéis em áreas mais isoladas não têm conexão estável, e alguns sequer oferecem internet. Para quem quer se desconectar, isso pode até ser um bônus. Agora, se precisar trabalhar ou simplesmente quiser postar suas fotos sem problemas, melhor garantir que a hospedagem tem uma conexão decente.
Leve dinheiro em espécie
Nem todos os lugares aceitam cartão ou Pix, principalmente em feiras e lojinhas menores. Alguns restaurantes e cafés afastados também podem ter problemas com a maquininha por causa do sinal fraco de internet. O melhor é levar pelo menos um valor básico para não passar aperto. Já vi gente desistindo de comprar aquele doce caseiro incrível por não ter dinheiro vivo na hora.
Agora você já sabe onde se hospedar em Cunha!
Depois desse post, escolher seu hotel ficou muito mais fácil, né? Agora é só decidir qual região combina mais com seu estilo de viagem, reservar a hospedagem perfeita e aproveitar tudo o que Cunha tem de melhor, das montanhas às cachoeiras, do frio da serra à gastronomia local.
Se curtiu as dicas ou já se hospedou em algum lugar incrível por lá, me conta nos comentários! Quero saber como foi sua experiência e se descobriu algum cantinho especial na cidade. Boa viagem!
Jornalista e blogueira em tempo integral há mais de 10 anos. Já visitou mais de 40 países e ama um roteiro bem completo e equilibrado, com direito a clichês e espaço para novas descobertas. Por aqui compartilha suas experiências de viagem e traz as melhores dicas para que você também se apaixone pelo seu próximo destino.
Esse post pode conter link de afiliados. Isso significa que, ao fazer uma reserva a partir desses links, você ajuda a manter nosso blog e não paga nada a mais por isso. Nós agradecemos seu apoio! Nós nos esforçamos para manter o blog atualizado, mas alguns detalhes podem sofrer alterações a qualquer momento. Sempre confirme datas, preços e informações.