Faça sua cotação e confira os melhores preços de seguro para a sua viagem.
Posso dizer com todas as letras: o Camboja me fisgou. E não foi só pelos templos impressionantes de Angkor, não. Foi também pelo caos simpático de Siem Reap, pelas pessoas com sorrisos largos, pela comida que mistura tudo o que é bom… e por aquele sentimento gostoso de estar descobrindo algo além do óbvio.
Na minha primeira visita, segui o roteiro clássico dos templos e dediquei parte do tempo a um trabalho voluntário com crianças em uma escola local — uma experiência linda, que me marcou profundamente. Mas, no fundo, senti que ainda faltava algo: conhecer Siem Reap além das ruínas e dos templos de Angkor.
Então eu voltei. E dessa vez, decidi sair da rota mais batida. Muita arte, natureza, noites animadas… Siem Reap é bem maior fora dos muros milenares, e eu queria ver tudo com calma.
Se você vai incluir o Camboja no seu roteiro pelo Sudeste Asiático, não cometa o erro de passar correndo por aqui. Tem muita coisa linda, curiosa, deliciosa e inesperada esperando fora do circuito dos templos:
- Angkor Wat
- Pub Street
- Mercados de Siem Reap
- Mais templos de Siem Reap
- Aula de culinária cambojana
- Espetáculo de dança Apsara
- Circo Phare
- Museus e galerias
- Visita à Lotus Silk Farm
- Parques e jardins
- Oficina de cerâmica cambojana
- O que fazer à noite em Siem Reap
Direto ao Ponto: o que fazer em Siem Reap além dos templos de Angkor
- Fora de Angkor, o que mais me marcou foram os museus, a aula de culinária e a apresentação do Circo Phare, que mistura teatro, acrobacia e histórias reais do Camboja.
- Dar um pulo no Angkor National Museum antes de visitar Angkor vai te dar um norte sobre o antigo império Khmer. Conheça também o Landmine Museum ou o memorial do Wat Thmei, que mostram um lado muito sério da história recente do Camboja.
- Incerto por onde vai começar a experimentar a comida cambojana? Pois vá direto em um tour gastronômico com tuk-tuk. Você é levado nos melhores lugares pra experimentar de tudo!
- Me aventurei na oficina de cerâmica do Khmer Ceramics & Fine Arts Centre e ainda voltei no dia seguinte pra buscar minha obra-prima (modéstia à parte, ficou linda).
- Fiquei no Uncle Sam Villa, que é uma paz no meio do centro, e no Cheathata CTS Hotel, que tem uma piscina esperta no terraço. Ótimos pra descansar depois de um dia batendo perna.
- Que tal se perder entre barracas de artesanato, comidas exóticas e souvenirs inusitados? Em Siem Reap, os mercados como o Old Market, o Siem Reap Art Center e o Made in Cambodia Market são um convite delicioso pra barganhar, provar novos sabores e conhecer o talento local.
- A melhor época é entre novembro e fevereiro (seca e calor mais de boa). Embora caiba em menos tempo, recomendo ficar 6 ou 7 dias — pra ver os templos com calma e, principalmente, conhecer a Siem Reap que vive fora deles.
Atrações imperdíveis para conhecer o outro lado de Siem Reap
Confira agora tudo o que fazer em Siem Reap e saiba porque tanta gente se apaixona por lá:
1. Angkor Wat
Angkor não é só um conjunto de templos incríveis. Foi a capital do Império Khmer, que chegou a dominar boa parte do Sudeste Asiático entre os séculos 9 e 15.
No auge, a antiga cidade de Yasodharapura abrigava centenas de milhares de pessoas, com uma estrutura urbana avançada, sistemas hidráulicos engenhosos e construções que ainda hoje arrancam suspiros — inclusive o Angkor Wat, símbolo nacional e orgulho para o povo cambojano.
Ver o nascer do sol atrás das torres de Angkor Wat emociona, mas é só o começo. O Templo de Bayon surpreende com dezenas de rostos esculpidos em pedra, enquanto Ta Prohm parece engolido pela floresta, com raízes gigantescas dominando suas paredes. E Banteay Srei, mais afastado, impressiona com relevos delicados que parecem até rendas entalhadas na rocha.
Pretende visitar Angkor? Então os tours guiados de um dia são uma ótima porta de entrada! Se estiver com pouco tempo, pode pegar as excursões de 1 dia, que te ajudam a entender melhor o contexto e evita aquela sensação de estar “só vendo pedra”.
Mas isso tudo é só um resumo do que te espera por lá, já que muita coisa que não caberia aqui. São detalhes históricos, dicas práticas e umas curiosidades que só estando lá mesmo. Por isso, tenho um post completamente dedicado a Angkor e seus templos aqui no blog.
2. Pub Street
Sair do silêncio místico de Angkor e cair direto na Pub Street é quase cômico. De um lado, templos milenares no meio da floresta. Do outro, luzes neon, música alta e barzinhos abertos até de madrugada. Mas é isso, Siem Reap é uma mistura danada!
Chamada oficialmente de Street 08, essa é a rua mais animada da cidade. Tem bar, restaurante, balada, barraca de comida e até uns estúdios de tatuagem nos arredores.
Por lá, a gente acabou entrando no The Station B Pub Street por conta da promoção de cerveja, que estava irresistível. E que ótima decisão! Atendimento simpático, ambiente arejado e clima descontraído, mas sem exageros.
E não seria nada surpreendente se eu te dissesse que aqui bombam hospedagens, né? Fica perto da avenida que leva ao complexo de Angkor, do comércio do Old French Quarter… eu escolhi o Uncle Sam Villa a dedo, porque ele fica numa rua lateral tranquila, e foi muito mais fácil pra dormir. E logo ali do lado estão os mercados noturnos, assunto do próximo tópico.
3. Mercados de Siem Reap
Os mercados no Sudeste Asiático sempre me empolgam. São cheios de sabores novos e pratos que, à primeira vista, parecem bem fora da nossa zona de conforto, mas acabam surpreendendo. Os ingredientes costumam ser familiares pra nós brasileiros, o que muda mesmo são os temperos, normalmente bem presentes.
Em Siem Reap, eu me senti meio perdida no início. Ainda estava me acostumando com os pratos do país e nem sabia por onde começar.
Como não queria deixar passar essa experiência, apostei em um tour gastronômico com tuk-tuk que prometia levar a gente pra experimentar comidas locais em diferentes pontos da cidade, e cumpriu! Teve salgados, doces e até degustação de insetos. Mas relaxa, se não quiser, é só dizer não.
Foi depois disso que comecei a circular pelos mercados de Siem Reap com mais confiança, entendendo melhor o que tinha em cada canto. Abaixo, te conto como foi a experiência em cada um deles:
3.1 Old Market (Phsar Chas)
O Old Market fica colado na Pub Street, bem ao lado da Old Market Bridge, uma ponte iluminada que atravessa o rio Siem Reap. A localização é ótima pra quem tá circulando pela região central da cidade.
O mercado tem de tudo: especiarias, tecidos, sabonetes de capim-limão, souvenirs de todos os tipos e muita, mas muita bugiganga a preço de banana, desde que a negociação funcione, claro. Por lá, pechinchar não é só comum, é regra!
Aqui foi um dos mercados que mais encontrei variedade de comida, tipo frutas e pratos típicos. Provei um amok, e gostei! É um preparo que leva peixe, leite de coco, curry e é servido no vapor dentro de uma folha de bananeira. Vale experimentar, nem que seja uma vez.
Pra facilitar nas compras, recomendo ir pela manhã, quando os vendedores estão mais dispostos a dar aquele descontinho pra o primeiro cliente. Nunca se sabe, né?
3.2 Made in Cambodia Market
Quer visitar um mercado realmente autêntico em Siem Reap? Vá neste aqui. O Made in Cambodia Market fica no centro do Old French Quarter e concentra muito mais artesãos do que vendedores de produtos em massa (embora eles também estejam por lá, rs).
Os preços são mais altos do que nos mercados noturnos, mas a proposta é outra: bolsas, roupas, cadernos, mochilas (vi uma com estampa de tigre que quase veio comigo), amigurumis, aquarelas e mais um monte de peças feitas à mão. Algumas barracas aceitam negociação, outras nem abrem espaço pra isso.
Só atenção às bijuterias que dizem ser de ouro, pois pra levar gato por lebre, é daqui pra ali. Tirando isso, o clima é ótimo, organizado e tranquilo de caminhar.
3.3 Siem Reap Art Center Night Market
Do outro lado do rio, o Siem Reap Art Center tem uma pegada que é mais artística. As barracas vendem MUITAS pinturas — algumas claramente feitas em massa, outras com assinatura de artistas locais.
Me arrisquei a pechinchar o preço de um lenço que achei bonito e útil pra visitar os templos. Consegui um bom desconto, mas é bom ter um senso de até onde vale ir com a barganha.
3.4 Angkor Night Market
Fundado em 2007, o Angkor Night Market tem o título de primeiro mercado noturno do Camboja. Com esse nome, eu esperava algo mais animado, mas encontrei um lugar tranquilo até demais, mesmo à noite.
Ele fica a poucos minutos da Pub Street e tem uma entrada com letreiro iluminado. O corredor é organizado, e quase todas as lojas vendem roupas, bolsas e acessórios.
Não tem tanta comida nem movimento como outros mercados da cidade, mas funciona como um passeio leve pra quem estiver nos arredores.
4. Mais templos em Siem Reap
Os templos de Angkor são só o começo! Espalhados pela cidade e arredores, há outros santuários ativos, muitos ainda frequentados pelos moradores:
4.1 Wat Preah Prom Rath
Perto do rio de Siem Reap e a poucos passos do Old Market, fica o Wat Preah Prom Rath, um dos templos mais antigos ainda em pé na cidade. Para se ter uma noção, a primeira construção é do século 14, ainda na Era Khmer.
O templo tem ligações com o rei Ang Chan, lá no fim do século 18, e com duas figuras influentes da época, Ta Prom e Yay Rath, que teriam ajudado com doações generosas. Por isso, muita gente chama o templo até hoje de “Wat Neak Mean”, ou “Templo dos Ricos”.
Mas o que chama atenção mesmo são os detalhes. O santuário principal é cheio de esculturas coloridas e murais nas paredes que contam a jornada do Buda. Inclusive, há uma sala com uma grande estátua do Buda Reclinado.
É um lugar calmo, com monges andando pelos corredores e moradores locais em oração. Mesmo pra quem não conhece muito do budismo, vale a visita.
4.2 Wat Bo
Apesar de discreto por fora, o Wat Bo tem uma das atmosferas mais especiais da cidade. Ele está na Wat Bo Area, uma pequena vila na região leste da cidade, fora do burburinho turístico.
O templo têm pinturas raras nas paredes do edifício principal, com cenas do Reamker, a versão cambojana do Ramayana, um épico hindu que conta a história do Rei Rama. Mesmo com o desgaste dos anos, os detalhes ainda estão bem visíveis. No fim da tarde, os cantos dos monges deixam tudo com um clima ainda mais espiritual.
O complexo é grande, com jardins bem cuidados e várias estátuas religiosas espalhadas, incluindo um Buda Reclinado dourado em uma área coberta. É comum ver moradores da região passando por ali em orações, o que dá ao lugar uma sensação de cotidiano local.
4.3 Wat Thmei
Com tantos templos da Era Khmer em Siem Reap, é fácil se encantar com o passado grandioso do Camboja. Mas a história recente do país também deixa marcas que devemos falar sobre. Durante o regime do Khmer Vermelho, que tomou o poder entre 1975 e 1979, o país viveu um dos períodos mais traumáticos de sua trajetória moderna.
Nessa época, o governo implantou um regime totalitário e brutal, que tentou eliminar qualquer traço de oposição. Intelectuais, religiosos, professores, artistas e muitos outros foram vistos como ameaça. Milhares de cambojanos foram mortos em campos de extermínio, conhecidos como Killing Fields, espalhados por várias regiões do país.
O Wat Thmei fica em uma dessas áreas. Hoje, parte do espaço é um templo budista em funcionamento, tranquilo e frequentado por monges locais. Mas, mais ao fundo, há uma área que funciona como memorial, com entrada simbólica.
O pequeno museu tem placas informativas, pinturas, relatos de sobreviventes e câmaras que abrigam ossadas encontradas nas valas da região. É impossível não sentir um nó na garganta se formando.
Mesmo sendo uma visita rápida, é muito impactante. Vale lembrar que fotos não são proibidas, mas muitos preferem guardar esse momento só na lembrança.
4.4 Wat Damnak
Perto do Siem Reap Art Center Night Market, o Wat Damnak é um grande complexo religioso que já funcionou como um palácio real — o próprio nome “Damnak” significa “palácio” em Khmer. Hoje, virou um centro ativo de educação, espiritualidade e cultura.
O local é grande e bem arborizado. Tem templo budista, escola primária, salas de aula, e até uma escola de costura voltada para jovens mulheres. Ali dentro, funciona também o Center for Khmer Studies, com uma biblioteca incrível que reúne mais de 15 mil títulos em inglês, francês e khmer.
A biblioteca tem foco nas ciências sociais e é toda pensada pra proteger esse acervo raro. Quem curte um ambiente tranquilo pode sentar nos jardins cheios de frangipanis e só observar os estudantes passando — ou até trocar uma ideia com quem trabalha lá, porque os bibliotecários falam várias línguas.
5. Aula de culinária cambojana
Voltando a falar de gastronomia, que tal pôr as mãos na massa, literalmente? Pra mim, fazer uma aula de culinária cambojana em Siem Reap foi uma das formas mais divertidas de entender os sabores do país.
Além de muitas ervas aromáticas e pasta de peixe fermentado (prahok), a culinária local usa menos pimenta do que eu imaginava. E ainda carrega influências de vários lugares, especialmente da França, que administrou a região durante a Indochina Francesa (1863–1953), introduzindo alimentos como o café as baguetes.
A nossa experiência começou cedo, com um passeio no mercado local para escolher os ingredientes. Aprendi mais sobre os temperos e, de quebra, ganhei um “mini curso de técnicas de pechincha”, com direito a muito sorriso e mímica. De lá, fomos pra a casa de uma família, onde cada um tinha uma estação completa de preparo.
Pudemos montar nosso próprio cardápio com quatro pratos: entrada, principal, acompanhamento e sobremesa.
Eu fiquei curiosa e escolhi preparar o salaw machu tom yum, uma sopa agridoce que, pelo nome, lembra o tom yum tailandês. Mas são bem diferentes: enquanto o tailandês é super apimentado e cheio de limão kaffir, o cambojano é mais suave e o caldo não leva leite.
No fim, o que posso dizer é que a comida estava uma delícia e a aula foi leve, cheia de histórias e muito arroz no vapor. Recomendo!
6. Espetáculo de dança Apsara
A dança Apsara nasceu dentro dos palácios do Império Khmer, inspirada nas ninfas celestiais da mitologia hindu. Durante séculos, ela foi uma arte sagrada, reservada à corte real. Os movimentos delicados das mãos e pés representam ciclos da vida, da natureza e das emoções humanas.
Porém, nos anos do Khmer Vermelho, a tradição quase se perdeu. Felizmente, a arte foi resgatada com força nos anos seguintes, sendo elevada a Patrimônio Imaterial Cultural da Humanidade pela Unesco.
Fomos assistir a um desses espetáculos em um prédio fora da cidade. Enquanto algumas pessoas se serviam no buffet, as dançarinas entravam no palco com trajes ricos em bordados dourados. Eu fiquei hipnotizada pelo controle dos pulsos e dos pés. Para aprender essa dança, as moças precisam desenvolver uma mobilidade absurda das articulações.
A produção é claramente feita para turistas, mas isso não tira em nada a beleza da experiência. Os instrumentos, os gestos simbólicos e as expressões das dançarinas formam um conjunto que é um presente para os sentidos (inclusive, comemos muito bem).
Há vários lugares em Siem Reap que apresentam espetáculos assim. Eu escolhi garantir meu ingresso com a Angkor Dynasty Travel porque o agendamento foi fácil, as avaliações eram ótimas e, no fim das contas, achei tudo incrível. Vale muito conhecer esse pedaço da história que continua vivo — no palco, nas dançarinas e nos olhos atentos da plateia.
7. Circo Phare
O Circo Phare nasceu a partir do projeto Phare Ponleu Selpak, fundado por refugiados e uma professora francesa na cidade de Battambang, como uma resposta aos traumas deixados pelo regime de brutalidade do Khmer Vermelho.
O projeto começou com aulas de arte como terapia e cresceu até virar um centro de educação e cultura que impacta a vida de centenas de jovens.
Em Siem Reap, o circo ganhou forma profissional e faz apresentações quase todas as noites. As histórias são contadas com acrobacias, dança, teatro e música ao vivo. Um ponto importante e muito positivo é que não há uso de animais, e o formato é parecido com o do Cirque du Soleil.
Tive a oportunidade de assistir a um dos espetáculos mais marcantes da companhia: “Sokha”, que conta a história de uma menina perseguida por visões e fantasmas de guerra. A peça traz um paralelo entre o passado sombrio do país e o poder da arte na cura emocional, uma realidade que os idealizadores do projeto viveram.
Os ingressos costumam esgotar rápido, então fique de olho para adquirir o seu com antecedência. Além de uma experiência cultural impactante, ir ao Phare é uma forma direta de apoiar um projeto que está transformando vidas.
8. Museus e galerias
Muito além das paisagens e sabores, Siem Reap tem um grande incentivo à cultura, com museus que explicam desde o auge do Império Khmer até os traumas do século 20:
8.1 Angkor National Museum
Se você quer entender de verdade o que torna Angkor tão especial, o Angkor National Museum é o lugar certo pra começar. Ele fica num prédio moderno e bem cuidado, com salas climatizadas (ótimo pra escapar do calorão de Siem Reap).
Logo de cara, você verá a Galeria dos Mil Budas — são estátuas de todos os tamanhos alinhadas com precisão quase coreografada. Depois, vêm as salas dedicadas ao Império Khmer, aos deuses hindus, a Jayavarman 7 e, claro, ao Angkor Wat. Vir aqui um dia antes de visitar o complexo vai te dar uma baita ajuda com a história, vai por mim.
As galerias são organizadas por temas, com vídeos, cenários imersivos e áudios em vários idiomas (inclusive inglês e espanhol, se você quiser pegar o guia). A maior parte das peças religiosas têm poucas placas explicativas, então o audioguia é realmente útil. Ah, e não se assuste se, como eu, você planejar ficar uma horinha e sair três horas depois. Acontece.
Não é permitido tirar fotos dentro das salas (teoricamente), mas algumas pessoas usam o celular com flash desligado. Lá fora, tem lojinha, café e um jardim tranquilo pra dar aquela respirada. Em resumo, é um passeio essencial pra quem quer mergulhar mais fundo na história do antigo império.
8.2 Cambodia Landmine Museum
Em países que enfrentaram conflitos, é triste, mas comum, que minas antipessoais tenham sido enterradas em áreas inteiras. São armadilhas silenciosas: basta o peso de um pé para ativá-las, causando ferimentos graves.
E o pior é que mesmo anos depois do fim dos conflitos, elas continuam lá, escondidas sob o solo.
Foi por isso que Aki Ra, um ex-soldado e desativador de minas, criou o Cambodia Landmine Museum. A história dele é de muita coragem. Depois de lutar ainda criança na época do Khmer Vermelho, ele voltou aos vilarejos onde havia plantado minas para retirá-las com as próprias mãos e ferramentas improvisadas.
No início, ele guardava os explosivos desativados em casa e cobrava 1 dólar dos turistas que quisessem ver. Usava esse dinheiro para cuidar de crianças vítimas de guerra.
Hoje, o museu funciona em um espaço maior, a cerca de 1 hora de estrada do centro de Siem Reap. Ele reúne milhares de objetos reais retirados do solo cambojano, e mais do que um museu, é um alerta e um pedido por um futuro sem minas.
O local também serviu por anos como centro de acolhimento para crianças em situação vulnerável, e continua apoiando ações educativas. Para ir, só lembre de agendar um transporte de ida e volta, ou quem sabe, ir com scooter ou carro alugado.
8.3 War Museum
O War Museum é um espaço que reúne relíquias de guerra usadas durante os conflitos que marcaram o Camboja no século 20, especialmente o período do Khmer Vermelho e a ocupação vietnamita.
São dezenas de armas, minas terrestres, tanques, helicópteros e peças de artilharia espalhadas pelo terreno. Algumas ao ar livre, outras em pequenas estruturas cobertas.
Apesar da quantidade de itens, o museu oferece pouco contexto sobre o uso ou origem de cada peça. A visita pode ser feita com um guia local, o que ajuda bastante, já que muitas placas são escassas ou faltam por completo.
Inevitavelmente, alguns turistas tiram fotos posadas em cima dos tanques ou segurando armas de fogo. Admito que achei estranhíssimo, mas fazer o que, né?!
O museu fica um pouco afastado do centro de Siem Reap, na rota para o aeroporto. Os veículos do lado de fora, como tanques e caminhões, estão visivelmente deteriorados, com muita ferrugem e peças faltando. Ainda assim, para quem se interessa por história militar, o local oferece um retrato cru e direto de um passado recente que ainda ecoa pelo país.
8.4 Theam’s Gallery
O Theam’s Gallery é o espaço criativo do artista cambojano Theam Lim, que transforma pintura, tradição e memória em arte visual. A galeria fica no centro de Siem Reap, e reúne quadros do próprio artista, artefatos antigos e esculturas que resgatam elementos da cultura Khmer com um toque contemporâneo.
O que faz as pinturas de Theam serem tão interessantes é que elas parecem registros documentais da vida no Camboja. Monges em silêncio, crianças sorrindo, cenas simples do cotidiano, tudo com uma riqueza de detalhes que quase te faz ouvir os sons ao redor da tela.
Além disso, a galeria tem um jardim lindo, com paisagismo inspirado em vilarejos cambojanos e laguinhos. É um lugar tranquilo, quase meditativo, que mistura arte com tempo bem gasto.
9. Visita à Lotus Silk Farm
Você já ouviu falar em seda de lótus? Pois é, existe! E o mais curioso é que ela não vem de bichinhos, mas das hastes da flor de lótus. É 100% vegetal, raríssima, e produzida manualmente com uma paciência digna de monge. O resultado é um tecido leve, ecológico e delicado.
Eu quis conhecer a confecção do tecido mais de perto, então fiz uma visita à Lotus Silk Farm. Ela começa com um passeio tranquilo pelos campos alagados, onde os lótus flutuam nas águas.
Depois, a gente acompanha o processo de extração da fibra (feito à mão, fibra por fibra!) e vê os teares trabalhando no maior capricho. No final, tem cházinho de lótus com biscoitinhos.
Na loja da fazenda, os produtos são mais caros do que os encontrados nos mercados da cidade, mas leva em consideração que cada peça carrega um tempão de trabalho das mulheres da comunidade.
Você também pode participar de diferentes oficinas que eles oferecem, como a de papel de lótus. Só precisa agendar com antecedência, porque essas atividades não estão no tour padrão. Vale a pena, viu?
10. Parques e jardins
Se a maratona de templos já começou a pesar nas pernas, os parques e jardins de Siem Reap oferecem aquele respiro necessário. Entre praças, canteiros floridos ou cachoeiras escondidas, esses cantinhos verdes mostram que a cidade também sabe ser tranquila e cheia de charme:
10.1 Parque Nacional Phnom Kulen
Se você quiser sair um pouco da rota dos templos e ir tomar banho de cachoeira, a excursão de 1 dia ao Parque Nacional Phnom Kulen é uma ótima pedida. O parque fica a cerca de 1h30 de Siem Reap, então é daqueles passeios que funcionam melhor com transporte e guia organizados — e de preferência com parada pra comida no meio, né?
No caminho, o grupo faz uma parada em Phum Preah Dak, uma vila onde os moradores produzem açúcar e bolinhos com a flor da palma (e a gente pode provar, claro). Depois disso, começa a subida da montanha.
Lá em cima, tem o famoso Kbal Spean, ou “Rio dos Mil Lingas” (esculturas esculpidas direto no leito do rio), o Buda Reclinado do Wat Preah Ang Thom e o mirante do penhasco Poeng Ta Kho, que tem uma vista lindona.
A parte mais legal é quando chegamos na cachoeira Phnom Kulen Waterfall. Depois de entrar na água, o almoço em estilo piquenique rola ali mesmo. Na nossa vez, teve frango com arroz servido em folha de bananeira. Uma delícia!
10.2 Royal Independence Gardens
Entre a Residência Real (usada pelo rei nas visitas a Siem Reap) e o Angkor National Museum, fica esse parque cheio de sombra, árvores altas e… morcegos! Sim, eles vivem pendurados nas copas e podem até assustar à primeira vista, mas são inofensivos e viraram parte do charme do lugar.
O Royal Independence Gardens é um bom respiro no meio da cidade — especialmente depois de horas caminhando entre templos e mercados.
No centro dele, está a estátua do Rei Norodom Sihanouk e, logo ao lado, o pequeno templo Preah Ang Chek Preah Ang Chorm Shrine.
Não é uma atração cheia de atividades, mas sim um lugar para desacelerar, observar o vai e vem local ou simplesmente dar uma pausa.
10.3 Angkor Botanical Garden
Na Preah Sihanouk Avenue, o Angkor Botanical Garden é aquele cantinho sossegado que muita gente nem imagina existir tão perto do lado mais agitado de Siem Reap.
Bem cuidado, o jardim botânico tem caminhos rodeados por flores tropicais e plantas nativas. É tudo tão direitinho que até surpreende que a entrada seja gratuita.
Além das plantas, eles possuem uma área com algumas aves e pequenos animais, embora os recintos pareçam um pouco apertados.
Por fim, tem uma cafeteria pra esticar a pausa com algo gelado. Só vale lembrar que não é permitido entrar com garrafas plásticas.
11. Oficina de cerâmica cambojana
Se você tem um espacinho sobrando na mala (e um tantinho de paciência), vale muito a pena fazer a oficina de cerâmica do Khmer Ceramics & Fine Arts Centre. A aula é prática, descontraída e totalmente voltada pra quem quer experimentar o básico da cerâmica cambojana, mesmo sem nenhuma experiência anterior.
Com a ajuda de instrutores locais, a gente aprende a moldar a argila num torno tradicional, fazer acabamentos com ferramentas e, com sorte, até criar uma peça que fique bonita na estante de casa.
Como a cerâmica precisa ser cozida, as peças são entregues no dia seguinte. Por isso, é uma boa pedida pra quem vai ficar mais vários dias na cidade.
12. O que fazer à noite em Siem Reap
À noite, Siem Reap fica ainda mais animada. A Pub Street vira o centro do agito, com bares, música alta, restaurantes cheios e todo tipo de lanche de rua. É fácil encontrar algo para comer, beber ou simplesmente observar o movimento.
Se preferir uma programação mais artística, os espetáculos são uma ótima opção. Pode apostar tanto no Circo Phare, que traz apresentações circenses com artistas locais, quanto nos típicas e graciosas apresentações de dança Apsara.
Os mercados noturnos também merecem atenção. Além dos souvenirs e artesanato, tem massagem barata, comida feita na hora, lembrancinhas de todo tipo e outras curiosidades que aparecem do nada. Vá sem pressa, pois parte da graça é justamente ir descobrindo.
O que não fazer em Siem Reap
Nem toda atração em Siem Reap combina com o que se espera de uma experiência responsável. Um exemplo é o passeio até Kampong Phluk, uma vila de palafitas à beira do lago Tonlé Sap. Muitas agências vendem como uma “imersão cultural”, com promessas de ver de perto o estilo de vida local.
Cheguei a considerar fazer o passeio. Mas, ao pesquisar mais a fundo, comecei a achar tudo um pouco estranho. A vila enfrenta dificuldades graves, como falta de saneamento, lixo acumulado, escassez de água potável. Mesmo assim, turistas pagam para passear de barco entre as casas, como se fosse uma atração exótica.
As agências dizem que os valores vão para a comunidade, mas não há garantias. Muitos moradores pedem dinheiro diretamente dos visitantes. Em alguns casos, os turistas são pressionados a comprar sacos de arroz por valores altíssimos. Com tanta grana envolvida, fica difícil entender quem realmente está se beneficiando.
Alguns grupos fazem um trabalho sério na região, mas é justo questionar: por que a situação ainda é tão precária? No fim, decidi não ir. Para uma visita mais ética, recomendo ir sozinho, com um motorista de tuk-tuk de confiança. Como não é fácil chegar na comunidade, recomendo ler as dicas dadas pelo blog AwayGoWe.
Sobre segurança: Siem Reap é tranquila para circular à noite, especialmente nas áreas turísticas. Mas ruas desertas e caminhos isolados devem ser evitados. E, nas zonas rurais, é bom ficar nas trilhas marcadas — o país ainda lida com minas terrestres ativas.
Turismo em Siem Reap
Siem Reap tem muito mais do que templos antigos e ruínas famosas. A cidade guarda detalhes que só aparecem mesmo no dia a dia: uma comida que surpreende, um pôr do sol inesperado, uma feirinha cheia de talento local. Se a ideia é aproveitar o destino sem dor de cabeça, aí vão algumas dicas que considero importantes:
- Onde ficar
- Onde comer
- Como se locomover
- Quando ir
- Como chegar
- Quantos dias ficar
- Seguro viagem
- Dicas extras
- Mapa
Onde ficar em Siem Reap
Ficar perto da Pub Street é prático e animado. O Uncle Sam Villa fica nessa área e foi um achado! Simples, limpinho, confortável e com uma equipe que trata todo mundo com simpatia. Eu curti a localização porque dava pra resolver tudo a pé, do café à massagem noturna.
Outra boa opção é a região do Angkor Night Market, que te bota numa área com menos badalação, mas ainda assim muito prática. O Cheathata CTS Hotel Siem Reap fica ali, com quartos espaçosos e uma piscina no terraço que salvou meus fins de tarde. Gostei da relação custo-benefício e do silêncio à noite.
Quem curte algo mais estiloso pode olhar pro FCC Angkor by Avani, no Old French Quarter, o antigo bairro francês. Eu achei o hotel lindo, cheio de detalhes na decoração e com um restaurante excelente. Só prepare o bolso, porque o investimento é alto.
Quer mais recomendações de ótimos hotéis? Continue a leitura no post onde ficar em Siem Reap.
Onde comer em Siem Reap
A culinária cambojana é um capítulo à parte da viagem. Os pratos costumam ter sabores intensos, mas equilibrados, com destaque para ervas frescas, caldos aromáticos e o uso sutil (ou não tão sutil assim) de pasta de peixe fermentada.
O amok, um curry cozido no vapor geralmente servido em folhas de bananeira, é o clássico que você precisa experimentar. E o melhor, Siem Reap tem ótimos lugares pra comer bem, sem esvaziar a carteira:
Golden Pumpkin Restaurant | Simples, direto ao ponto e com porções que não economizam no carinho. O ambiente é acolhedor, daqueles em que você sempre é recebido com um sorriso. Pedi o clássico caldo servido na abóbora, e ainda veio com uma porçãozinha de pães. Gostinho de comida de casa!
Tevy’s Place | Esse aqui é um daqueles achados que você quer contar pra todo mundo, mas também guardar só pra você. É um restaurante social, gerido por mulheres locais, com comida fresca, preços camaradas e um clima de quintal de casa. Os meus favoritos foram as sobremesas, principalmente o cheesecake de maracujá e o bolo de chocolate.
The Station B Pub Street | Tá com saudade de hambúrguer e uma boa cerveja artesanal? Esse é o lugar. Meio escondido na confusão da Pub Street, tem a vibe de um pub alternativo, gente animada e uma cerveja geladinha que acompanha muito bem qualquer pizza da casa.
Sokkhak River Restaurant | De longe, o mais elegante da minha seleção. O restaurante funciona em uma casa linda com vista pro rio, cheia de plantas e iluminação suave. Adoramos os rolinhos primavera de porco, estavam fresquinhos! Aproveitando a ocasião, pedimos dois mangos daiquiri.
Como se locomover em Siem Reap
A cidade é pequena e fácil de circular. Dentro do centro, dá pra ir caminhando até muita coisa, ou até alugar uma bike. Mas em horários quentes, confesso que andei apelando pro tuk-tuk com mais frequência do que imaginava. Eles estão por toda parte, e os motoristas são, em geral, bem tranquilos de negociar.
Eu usei o app do PassApp várias vezes, e foi ótimo. Ele funciona tipo Uber, mas com tuk-tuks e táxis locais, e já mostra o valor antes de pedir. Evita estresse e ainda ajuda a não cair em preço inflado. Outro app que usei muito aqui foi o Grab, que é um dos melhores aplicativos de corrida para grandes cidades do Sudeste Asiático.
Dica importante | Nas idas para os templos ou pontos mais distantes, prefira combinar o valor com antecedência ou contratar um motorista pelo dia. É muito mais prático do que ir resolvendo trecho por trecho.
Quando ir a Siem Reap
A alta temporada em Siem Reap vai de novembro a fevereiro, quando o clima é mais seco e as temperaturas, mais amenas. Foi nesse período que eu fui, e achei tudo mais movimentado, especialmente nos templos. Nada que atrapalhe o passeio, mas o trânsito ao amanhecer em Angkor pode ser bem caótico.
Por outro lado, novembro tem um bônus: como acabou de passar a estação das chuvas, os campos e jardins estão num tom de verde vibrante, e a paisagem fica especialmente bonita.
De maio a outubro, é a chamada estação chuvosa. Não se assuste, costuma chover só uma parte do dia (normalmente à tarde), e os preços caem junto com o número de turistas. Quem não se importa com um pouco de água e em carregar guarda-chuva pode aproveitar templos mais vazios e cenários bem mais verdes.
Se está buscando um equilíbrio, os meses de abril e outubro são boas escolhas intermediárias. Em abril, acontece o Ano Novo Cambojano (Choul Chnam Thmey), que é celebrado entre 14 e 16 de abril, de acordo com o movimento astrológico solar.
Essa festividade é compartilhada com outros países do Sudeste Asiático, como a Tailândia, que celebra o famoso Songkran, o “festival das águas”. Em Siem Reap, a cidade se transforma com muita música, rituais e batalhas de água. Todo mundo entra na brincadeira!
Como chegar em Siem Reap
Siem Reap está bem conectada com outras cidades do Sudeste Asiático e você pode chegar lá de diferentes formas, dependendo de onde estiver partindo, do tempo disponível e do conforto desejado.
Bangkok (Tailândia) e Phnom Penh (a capital do Camboja) são os dois principais pontos de partida, mas há também conexões a partir de outras cidades do Vietnã e do Laos.
Se você está vindo do Brasil, saiba que não existem voos diretos até Siem Reap. A melhor opção é fazer conexões por Doha, Istambul, Dubai ou cidades do Sudeste Asiático, como Bangkok e Kuala Lumpur.
Abaixo, veja as principais forma de transporte até Siem Reap:
Ônibus | Uma opção comum e econômica para quem sai de Phnom Penh ou Bangkok. As viagens duram de 6 a 10 horas, dependendo do trânsito e da fronteira.
Van | As vans fazem o mesmo trajeto que os ônibus, mas são mais ágeis na estrada e, geralmente, param menos. Em compensação, o espaço interno é menor e o conforto pode variar bastante de acordo com a empresa.
Avião | A forma mais rápida e confortável. O Aeroporto Internacional de Siem Reap recebe voos diários de Bangkok, Kuala Lumpur, Hanói, Ho Chi Minh, Singapura e outras capitais da região. As companhias low cost asiáticas, como AirAsia e VietJet, costumam ter bons preços se você comprar com antecedência. Voar pode economizar muitas horas de deslocamento, principalmente se o seu tempo de viagem for curto.
O site da 12GoAsia foi a melhor forma que encontrei para comparar preços e reservar assentos em todos esses serviços. Usei durante toda a minha viagem pela Ásia, tanto para ônibus e vans quanto para trens e ferries. É prático, seguro e, o melhor: tem avaliações de outros viajantes que ajudam bastante na hora de decidir.
Dica | Antes de embarcar, busque informações atualizadas sobre a fronteira entre Tailândia e Camboja. Às vezes, por tensões políticas ou reforço de controle migratório, as fronteiras são fechadas ou têm o trânsito de turistas limitado. Isso pode afetar ônibus, vans e até voos regionais, então vale sempre checar se está tudo certo com seu trajeto antes do dia da viagem.
Quantos dias ficar em Siem Reap
Ficar entre 6 e 7 dias em Siem Reap é o tempo ideal para curtir o que a cidade tem de melhor — com calma, sem correria e ainda com espaço para experiências fora do óbvio.
Se quiser fazer apenas os templos principais, um roteiro de 3 a 4 dias até funciona, mas a cidade tem muito mais a oferecer.
Por isso, organizei abaixo uma sugestão de roteiro para 7 dias completos em Siem Reap, considerando o primeiro dia como o da chegada, e partindo do princípio que você quer ver muito, mas ainda assim curtir a cidade com o mínimo de sossego.
Sugestão de roteiro de 7 dias em Siem Reap
Dia 1 | Se você chegar cedo, aproveite para visitar o Angkor National Museum, que é uma ótima introdução à história do Império Khmer. Em seguida, caminhe até o Angkor Botanical Garden. No fim da tarde, visite templos centrais como o Wat Preah Prom Rath e o Wat Damnak. À noite, experimente uma janta leve perto do rio e um passeio pelos mercados noturnos (o Made in Cambodia Market é uma boa pedida).
Dia 2 e 3 | O complexo de Angkor é imenso, tanto em tamanho quanto em importância histórica. Por isso, a média ideal é reservar 2 dias inteiros para explorar seus principais templos com mais tranquilidade. Agora, se o tempo estiver apertado, vale a pena optar por um tour guiado de 1 dia por Angkor. E se quiser um roteiro bem completo, com todas as informações organizadinhas, leia meu post sobre os templos de Angkor.
Dia 4 | Dia de sair da cidade e ver muita natureza. A excursão de 1 dia ao Parque Nacional Phnom Kulen inclui cachoeiras, esculturas no leito do rio (o famoso Kbal Spean), o grande Buda Reclinado e uma pausa pra almoço. No caminho, ainda dá pra visitar uma vila local que produz açúcar de palma. Volte no fim do dia e descanse bem.
Dia 5 | Comece o dia com uma visita à Theam’s Gallery. Depois, participe da oficina de cerâmica cambojana no Khmer Ceramics & Fine Arts Centre e lembre-se de buscar sua peça no dia seguinte. À noite, vá ao Circo Phare e veja um grande show de acrobacias e teatro..
Dia 6 | De manhã, vá até a área rural para a visita à Lotus Silk Farm. O tour inclui passeio pelos campos alagados, explicações sobre a extração da fibra da flor de lótus e até oficinas extras, se você combinar. À tarde, retorne com tempo de buscar sua peça da oficina de cerâmica. À noite, feche o dia com um jantar típico e um espetáculo de dança Apsara, com trajes tradicionais e instrumentos locais.
Dia 7 | No último dia, visite o Cambodia Landmine Museum ou o War Museum, dependendo do seu interesse (ou tempo). Ambos trazem reflexões importantes sobre o passado recente do país. Volte para a cidade e aproveite a última tarde explorando mercados como o Old Market ou o Siem Reap Art Center Night Market, comprando lembrancinhas (e talvez uma massagem nos pés).
Seguro viagem no Camboja: contratar ou não?
Contratar um seguro viagem para visitar o Camboja não é obrigação, mas é uma precaução com um ótimo custo-benefício.
O sistema de saúde do país tem muitas limitações, e os hospitais com padrão internacional se concentram apenas em cidades como Phnom Penh e Siem Reap. Em casos mais graves, como acidentes ou doenças tropicais, pode ser necessário ser transferido para Tailândia ou Singapura, o que custa MUITO dinheiro. Sem seguro, essa despesa sai do seu bolso.
Além disso, o Camboja apresenta riscos sanitários típicos de países tropicais: dengue, malária, febre tifoide, além de possíveis problemas gastrointestinais causados pela água ou alimentos contaminados. O seguro garante acesso rápido a atendimento adequado e ainda te orienta, com suporte em português, sobre onde procurar ajuda caso algo aconteça — o que é essencial quando o idioma local é bem diferente.
Outro ponto importante: o seguro também cobre roubos, perda de bagagem, problemas com voos e até danos em equipamentos. Com tanta coisa pra explorar (de templos a cachoeiras), melhor estar protegido para focar só nas descobertas.
E pra facilitar sua vida, eu mesma uso e recomendo o buscador de seguros do blog, que compara as principais seguradoras e já mostra os planos com melhor custo-benefício. E usando o cupom EMALGUMLUGAR5, você pode ganhar até 10% de desconto na aquisição!
Mais dicas de viagem para Siem Reap
Idioma | O idioma oficial do Camboja é o khmer, falado pela grande maioria da população. Existem também alguns dialetos regionais e minorias que falam vietnamita ou chinês, mas em áreas turísticas, o inglês básico é bem compreendido. Para se comunicar com educação, você pode dizer:
- Olá (formal): Chhum reap suo (junte as mãos e faça uma reverência com a cabeça)
- Olá (informal): Sou sdei (não precisa de reverência)
- Obrigado: Or kun, ou or kun chrem (que significa “muito obrigado”)
- Por favor: Som (geralmente usado como um “com licença”)
Dinheiro e câmbio | A moeda oficial do país é o riel cambojano (KHR), mas o dólar americano também é amplamente aceito em todo o território, especialmente em hotéis, restaurantes e passeios turísticos. Dá pra escolher: usar dólares diretamente ou trocar por riel quando chegar lá.
Se optar por usar dólares, tome cuidado com o troco, pois notas falsas ou em más condições circulam bastante. Já trocar por riel pode ser mais prático para pequenas compras e transporte local. Para comprar dólares ainda no Brasil com segurança, minha recomendação de confiança é a Confidence Câmbio, que sempre usei na minha viagem pela Ásia.
Mala | Siem Reap é quente, úmida e cheia de templos com muito sobe-e-desce. Leve roupas leves, respiráveis e que cubram ombros e joelhos (alguns templos exigem). Um bom chinelo, tênis confortável, chapéu, repelente, garrafa reutilizável e uma capa de chuva vão ser grandes aliados. Tudo isso (e mais) está detalhado no post o que levar para a Tailândia e Sudeste Asiático.
Roteiro | Se você está planejando uma viagem maior pela região, vale conferir o post com sugestões de roteiro entre 20 e 30 dias pelo Sudeste Asiático. Tem Camboja, Tailândia, Vietnã, Laos e Indonésia, tudo pra encaixar Siem Reap direitinho no seu trajeto.
Mapa de atrações de Siem Reap
Pra facilitar seu planejamento, deixei um mapa com todas as atrações mencionadas no post:
Agora que você já sabe o que fazer em Siem Reap!
Tem templo, tem natureza, tem mercado, tem arte e até circo. O roteiro fica completo e com jeitinho de viagem inesquecível — do tipo que rende história por muito tempo.
Curtiu as dicas? Me conta nos comentários como está o seu planejamento ou o que mais quer saber sobre Siem Reap! Vou adorar trocar ideia por lá. Boa viagem!
Nós agradecemos seu apoio! Nós nos esforçamos para manter o blog atualizado, mas alguns detalhes podem sofrer alterações a qualquer momento. Sempre confirme datas, preços e informações.
Amei esse post, amei mesmo. Siem Reap tem um lugar bem especial no meu coração, não fiz tudo isso que você fez. Mas visitei algumas coisas fora do angkor e fiz um grande amigo, os cambojanos realmente são incríveis.
Muito bom você incentivar aqui que as pessoas conheçam o país além da atração principal
Matheus, essa é a nossa maior busca! Conhecer lugares além dos pontos turísticos, ver como as pessoas vivem além da indústria do turismo. É claro que não deixamos de visitar os lugares mais conhecidos, mas sempre queremos ir além! Realmente os cambojanos são pessoas incríveis!
Muito legal! Adoro ler sobre viagens que vão além dos roteiros óbvios.
Que bom que curtiu Mariana! Isso é o que mais buscamos nas nossas viagens. É claro visitar os pontos turísticos é importante mas viver o lugar além disso é incrível!
Excelente post! Que delicia de passeio!!!
Que bom que gostou! Abs
A experiência toda que você conta é sensacional. Parabéns pelo post!!!
Obrigado Roberta! Bjos
Muito bom! Também fiquei encantada por esse lado diferente da cidade! E o mercado foi um dos mais fotogênicos que conheci no sudeste asiático. Ótima matéria! Adoro o blog de vocês!
Obrigado Alessandra! Também curtimos muito o seu blog! Bjos
Excelente artigo, achei muito interessante, deve ter sido muito legal conhecer os lugares na garupa da Vespa. Abraço!
Sim, Luan. O tour com a Vespa Adventures foi realmente incrível.
Abs,
Demais! o Camboja é um país que temos muita vontade de conhecer e fazer estes passeios seria uma excelente opção! Obrigado por compartilhar!
Já andei pelo Camboja e em Siem Reap. Fui visitar Angkor, claro, mas também andei algum tempo pela cidade. Bom relembrar que uma cidade não se resume apenas ao templo…
Que demais, quanta coisa para fazer além do convencional. Achei interessante o cooking class. Sobre o mercado, confesso que fiquei até triste quando você mencionou de ver os peixinhos pulando, estou aqui na tentativa de virar vegetariana, e confesso que,se ver animais sendo expostos para venda em um mercado, já é um lugar do qual não visitaria (algo pessoal, pois tenho uma paixão por animais, até mesmo peixinhos rs).
Abraços
Que roteiro incrível, é maravilhoso poder entender mais de uma nova cultura, de forma real, sem as máscaras da indústria do turismo.
Olá, Fábio. É realmente o que mais gostamos quando estamos num novo destino e o Camboja é um lugar excelente para viver essa experiencia. Abs
Gostei muito do seu artigo. Normalmente os viajantes fazem todos o mesmo e vêem as mesmas coisas. Gosto de ler coisas diferentes e novos programas, fora dos roteiros tradicionais. Boa partilha. 😀
Que bom que gostou Carla, quando se viaja com um pouco mais de tempo é possível entrar um pouco mais na vida das pessoas que moram nos locais que visitamos e assim aprender mais sobre a cultura que é uma das coisas mais legais de uma viagem. Abraço
Gostaríamos muito de conhecer o Camboja, e seu post despertou ainda mais o interesse. Quem sabe conseguimos colocá-lo em um roteiro em breve. 😉
Tomara! O Camboja é muito legal!
Que experiência espetacular. Eu também gostaria muito de fazer isso. Tive apenas 5 dias em Siem Reap e fiquei com gostinho de quero mais. Dicas anotadas. Abraços.
Que bom que ajudamos com a sua próxima visita ao Camboja, Giulia, :)!
Abraços!
Ah Siem Reap … como não se apaixonar por esse lugar, não é?! E que "sorte" a sua poder voltar para reviver momentos legais e fazer novas coisas…
Adorei essa experiência da lambreta… já coloquei aqui na listinha para quando eu voltar! E como dizem por aí… a Asia Vicia! bjks
O passeio de Vespa foi realmente muito bom pra conhecer um pouco mais da vida das pessoas por aqui. Sim, a Ásia Vicia, já já completamos um ano por aqui! Abraços
O Camboja é um dos países que eu mais gosto. Tanta história, lugares bonitos e esses sorrisos encantam, né? Principalmente depois de saber o passado recente tão triste e difícil que eles tiveram.
Fiquei morrendo de vontade de fazer esse countryside tour, não tive tempo quando fui para lá. Gostei tanto do khmer curry que fiz uma aula de culinária tbm!
A alegria do povo realmente impressiona e mostra que de alguma forma eles superaram o passado. É muito bom quando a gente gosta de um prato típico e leva com a gente a receita pra fazer em casa né? Não é sempre que encontramos todos os ingredientes, mas dá pra chegar perto! 🙂
Já estive muito perto de visitar Siem Reap, mas a alteração de planos acabou por não me levar até esse destino. No entanto, é bom saber que existem alternativas aos templos, para não fazermos todos a mesma coisa 🙂
Os templos e ruínas são incríveis, mas é sempre bom fugir do tradicional e conhecer melhor o local e como as pessoas vivem ali.
Abraço
É isso aí, é preciso mesmo fugir dos passeios turísticos tradicionais para chegar um pouco mais perto do estilo de vida do lugar. Lindo passeio.
Isso mesmo Fábio! Conhecer melhor o lugar, entender como as pessoas ali vivem fora as atrações turísticas é aquilo que mais gostamos nas nossas viagens!
Que máximo esta partilha de fazer coisas muito para além do turístico e do que toda a gente faz. E que incrível você ter feito voluntariado lá. Adorei o post, obrigada pela excelente partilha desta aventura.
Oi Sónia! Que bom que gostou do relato! Realmente foi muito especial fazer essa viagem novamente e poder conhecer outro lado de Siem Reap. E o trabalho voluntário foi uma das experiências mais incríveis e enriquecedoras da minha vida! Um abraço!
Tá aí um lugar que me fez ficar encantado pelo Camboja. Pena que eu passei menos tempo ainda do que você (apenas um único dia). Vale a pena voltar e ficar por um tempo maior, aproveitando melhor tudo que dá pra fazer fora do roteiro turístico dos templos de Angor. Abraços
Oi Adriana
Adorei o post especialmente a parte do cooking class. Ano passado fiz um no Marrocos e amei. Prometi que todos os países que eu visitar vou tentar fazer um.
Nessas aulas de aprende muito sobre a cultura local.
Bjs
Dani Bispo
É muito legal conhecer o país pela culinária! E uma bela forma de relembrar a visita! Abraço
Adorei as dicas! Na próxima ida a Siem Riep já sei coisas alternativas para fazer. A aula de culinária parece muito legal!
Que bom que curtiu Fabia. Realmente a aula de culinária é bem legal! Dá pra fazer no jantar e você come o que você preparou!
Muito boas dicas! Estive em Siem Reap principalmente pelos templos… agora fiquei com pena de não ter feito a aula de culinária!
Que demais! Essa aula de gastronomia local deve ser incrível, excelente dica!
Abraço,
É uma boa forma de relembrar o local quando voltar pra casa! Abraço!
O Sudeste Asiático é um dos meus sonhos de consumo! Quero muito conhecer as pessoas e seu modo de vida, além das belíssimas paisagens. Posts como esse mostram que há mesmo muito a fazer e curtir. Abraços!
O Sudeste Asiático é realmente incrível! Abs!
Bah! Nunca me passou pela cabeça alugar uma Vespa para turistar com pouco tempo. Usei Moto Taxi nesses tempos, mas foi por conta de uma emergência, rsrs. Se tiver pouco tempo em Siem Reap ou em outras cidades, já sei como otimizar o tempo 🙂
PS: nunca dirigi uma Vespa, é fácil?
Olá Naiara, o passeio que fizemos foi um tour guiado com a Vespa Adventures. É muito legal e os guias que dirigem são ótimos. Já alugamos scooters em vários outros destinos, não é difícil, mas é sempre bom ter habilitação, mesmo conhecendo várias pessoas que alugam sem.
Você é realmente uma pessoa de sorte. Poder voltar a esse local incrível e ainda fugir do turistão deve ser fantástico.
bjs
Dani Bispo
abolonhesa.com
Oi Dani! Foi realmente bom poder voltar a esse lugar. Apesar de estar bem mais cheio do que na primeira vez, pude conhecer outro lado que eu não conhecia. Foi fantástico! Um beijo!
Que bacana! Estamos pensando se voltamos ao Camboja ou não, e esse post nos fez pensar melhor a respeito. Quando estivemos no Camboja ficamos apenas dois dias, só conhecemos os templos.
Ótimo motivo para voltarmos, né?
Que delícia de post!
Estive no Camboja no ano passado e quero voltar.
Esse seu post vai ajuda muito nesse retorno.
Oi Tatiane! Que bom que gostou do post, nós realmente curtimos muito nossa viagem pelo Camboja e esperamos muito poder voltar logo! Um abraço!
Qual o templo que teve a benção do monge, também quero incluir no meu roteiro, estou indo semana que vem. 😉
Em vários templos essa benção é realizada!