Faça sua cotação e confira os melhores preços de seguro para a sua viagem.
Quando você já passou bons meses morando em Bangkok e percebe que já visitou as principais atrações de lá repetidamente, é sinal de que está na hora de ir um pouco além. Com a mochila pronta e a cabeça cheia de ideias, a gente começou a olhar pro mapa e pensar: “pra onde vamos agora?”.
Foi aí que vimos uma foto de uma cachoeira linda. Era em Kanchanaburi. O nome ainda era meio estranho pra gente, mas a imagem grudou na cabeça, e começamos a pesquisar mais.
Descobrimos então que Kanchanaburi é tanto o nome da cidade quanto da província onde ela fica, no oeste da Tailândia. Elas foram palco de eventos marcantes durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente com a construção da chamada “Ferrovia da Morte” — Death Railway. Essa é uma parte tensa da história asiática, que raramente aparece nos livros escolares do nosso lado do mundo.
Foi a mistura de natureza e importância histórica que nos fez embarcar pra Kanchanaburi, e ficou muito claro que o destino tem muito mais do que parece à primeira vista.
Neste post, a gente reúne nossas experiências por lá, tanto na excursão que fizemos, quanto na segunda viagem, quando alugamos um carro e montamos nosso próprio roteiro.
Bora descobrir Kanchanaburi juntos? Esses são os principais locais e atrações que você poderá conhecer nessa viagem:
- Hellfire Pass Memorial Museum e trilha
- Ponte do Rio Kwai
- Death Railway Museum and Research Centre
- Cemitério de Guerra de Kanchanaburi
- Parque Nacional Erawan
- Parque Nacional Sai Yok
- Wat Tham Suea (Tiger Cave Temple)
- Chamchuri Yak (Giant Raintree)
- JJ Night Market
- Wat Thewa Sangkharam
- Wihan Phra Phothisat Kuan Im
- Prasat Muang Singh Historical Park
Direto ao Ponto: o que fazer em Kanchanaburi
- Kanchanaburi foi palco da construção da Ferrovia da Morte na Segunda Guerra, e o Death Railway Museum and Research Centre organiza tudo de forma respeitosa e detalhada.
- No bate-volta saindo de Bangkok, visitei o Hellfire Pass Memorial, a Ponte do Rio Kwai, os museus e o cemitério de guerra. Mesmo que tenha sido em um dia, consegui entender o peso do passado da cidade e da província.
- Curti muito os parques nacionais, especialmente o Erawan. Ele tem uma cachoeira enorme; são sete níveis com piscinas naturais, que você chega através de trilha.
- Os templos são mais vazios do que os de Bangkok, e isso dá um clima de paz pro passeio. No Wat Tham Suea, a vista dos arrozais me pegou de surpresa. Já o Wat Thewa Sangkharam foi uma pausa silenciosa entre passeios históricos do centrinho da Kanchanaburi.
- Me hospedei no Good Times Resort, que fica pertinho do rio. Tem piscina, jardim bonito e ainda ajuda a organizar os passeios. Achei ótimo pra descansar depois dos dias de estrada!
- Comi muito bem no On’s Thai Issan, com pratos do nordeste tailandês cheios de sabor e preço justo. Já o Good Times Restaurant tem um ambiente e preparos que, somados, criam toda uma atmosfera de conforto.
O que fazer em Kanchanaburi: bate-volta saindo de Bangkok
Quem viaja a Bangkok costuma esbarrar em alguma referência à Ponte do Rio Kwai, e não é à toa. Kanchanaburi, a cerca de 3 horas da capital tailandesa, guarda memórias duras da Segunda Guerra Mundial, além de paisagens de tirar o fôlego.
De início, a ideia de fazer um bate-volta à Kanchanaburi com agência fez sentido pra gente. O tempo precisa ser bem aproveitado, pois os deslocamentos são longos e imprevistos como atrasos de trem são comuns. Com o passeio guiado, o roteiro seguiu sem estresse e conseguimos visitar pontos importantes sem atropelo.
O trajeto passa por locais diretamente ligados à construção da Ferrovia da Morte (Death Railway), que ligava a Tailândia ao Mianmar. Segundo o National Museum of Australia, a obra foi um projeto do Japão iniciado em 1942, e mais de 60 mil prisioneiros de guerra e cerca de 250 mil trabalhadores civis foram forçados a trabalhar sob condições brutais. Estima-se que mais de 100 mil pessoas morreram.
Dentre as mortes, acredita-se que 90 mil foram de trabalhadores asiáticos. Infelizmente, eles possuem poucos registros e não são tão lembrados quanto os prisioneiros de guerra vindos dos países aliados na Segunda Guerra Mundial.
Durante o bate-volta, visitamos o Hellfire Pass Memorial Museum e a trilha que corta a montanha escavada à mão, além da famosa Ponte do Rio Kwai, o Death Railway Museum and Research Centre (que ajuda a entender o contexto geral do conflito) e o Cemitério de Guerra de Kanchanaburi, onde estão enterrados os prisioneiros de guerra.
É um passeio cheio de conteúdo, e cada parada tem peso. Mesmo que o ritmo seja mais corrido, a experiência deixa vontade de voltar — o que, no nosso caso, acabou acontecendo.
1. Hellfire Pass Memorial Museum e trilha
A visita ao Hellfire Pass começa pelo museu, aparentemente discreto por fora. A entrada é gratuita, e a exibição mistura vídeos, fotos, cartas e objetos que dão rosto e voz às vítimas. Eu parei mais de uma vez diante dos relatos, que são difíceis de ler sem uma pausa.
Mas isso é antes da trilha do Hellfire Pass. O museu prepara o terreno com diversas informações, para que entendamos o que os prisioneiros de guerra e trabalhadores civis asiáticos passaram durante a construção da ferrovia.
Saindo do prédio principal, começa a trilha. Os primeiros metros descem por uma escadaria de madeira, e dali em diante o caminho é de terra batida, cercado por árvores. O áudio-guia gratuito vai contando relatos pelo fone, com falas de veteranos que voltaram décadas depois.
O trecho mais conhecido é o corte na pedra, onde antes passavam os trilhos. Foi escavado à mão, com ferramentas improvisadas e quase nenhuma comida. O lugar ficou tomado pela selva por décadas, até ser redescoberto nos anos 1980. Hoje, é mantido pelo governo australiano.
Não é um passeio leve, sendo sincero. Porém, é necessário. Ter um lugar como esse, onde os acontecimentos são contados com respeito, ajuda a manter viva a memória de quem sofreu ali.
2. Ponte do Rio Kwai
A Ponte do Rio Kwai ficou conhecida por causa de um filme de 1957, baseado em um livro de um autor francês que tomou certas liberdades criativas. No entanto, o que se vê na vida real ali é bem diferente do cinema.
Na ficção, o rio se chamava Kwai, mas o rio onde estava a ponte não tinha esse nome, era Mae Klong. O município de Kanchanaburi mudou o nome desse trecho para “Kwai” oficialmente em 1960, pra facilitar a vida dos turistas.
Caminhar sobre a ponte dá uma mistura de curiosidade e desconforto. O cenário é bonito, mas o passado não sai da cabeça.
O trem de passageiros ainda cruza a ponte em horários específicos, indo até Nam Tok. Eu achei surreal ver gente andando casualmente nos trilhos e tendo que correr pro cantinho quando o trem se aproxima — uma cena quase igual ao Maeklong Railway Market, o mercado do trem.
Tudo bem, as laterais têm espaços seguros pra esperar o trem passar, mas não custa lembrar que é uma ferrovia ativa. Dá um frio na barriga ver a locomotiva se aproximando.
A região em volta é bem movimentada, com lojinhas, vendedores de rua, cafés e templos. Tem lembrança de todo tipo, desde camiseta até trem de brinquedo. Eu achei o contraste curioso: de um lado, a memória da guerra; do outro, uma ponte “instagramável” que virou parada de excursão. Funciona, mas é estranho.
3. Death Railway Museum and Research Centre
O Death Railway Museum and Research Centre foi uma das paradas mais completas do nosso tour. É tanto um museu quanto centro de pesquisa, com curadoria séria e conteúdos bem organizados. O responsável por tudo é o australiano Rod Beattie, que mapeou trechos da ferrovia e ajudou a redescobrir a Hellfire Pass.
A visita começa por uma maquete de ponte construída com os mesmos métodos usados pelos prisioneiros. Em seguida, a exposição segue em ordem cronológica, passando por mapas, objetos originais e modelos em escala que mostram como a ferrovia foi construída.
Mas por que construir essa ferrovia, afinal? O objetivo era militar. Com o avanço das forças japonesas no sudeste asiático, a ideia era ligar a Tailândia à Birmânia (atual Mianmar) por terra e, dali, chegar à Índia. O transporte marítimo já não era confiável por causa dos ataques aliados, e o Japão precisava garantir suprimentos e reforços no front birmanês.
No museu, as áreas mais impactantes mostram o cotidiano dos prisioneiros de guerra e trabalhadores asiáticos, a quem foram prometidos empregos. Tem uma réplica de hospital de campanha, vitrines com objetos pessoais e um histograma com trilhos cheios de pregos, onde cada um representa 500 vidas.
O museu ainda dedica uma parte ao pós-guerra: a libertação dos prisioneiros, a recuperação de corpos, a criação dos cemitérios e o futuro da ferrovia. Em 1947, a Tailândia comprou os trilhos restantes, e o trecho de Nong Pladuk a Nam Tok funciona até hoje.
No fim, ainda tem um café no andar de cima. Simples, tranquilo e com uma vista silenciosa para o cemitério de guerra.
4. Cemitério de Guerra de Kanchanaburi
Localizado no centro da cidade, este é o principal Cemitério de Guerra de Kanchanaburi, e reúne mais de 7 mil túmulos de soldados ocidentais que morreram durante a construção da ferrovia. Muitos corpos vieram de acampamentos ao longo da linha, transferidos após a guerra.
Alguns nomes estão gravados em painéis, como os de 300 homens que morreram durante uma epidemia de cólera em Nieke e foram cremados. Há também um memorial dedicado a soldados do antigo exército da Índia britânica, cujos túmulos originais não puderam ser mantidos.
É um lugar silencioso, bem cuidado e solene. Foi aqui que finalizamos nossa primeira ida a Kanchanaburi.
O que fazer em Kanchanaburi: mais 8 atrações da cidade histórica
Depois do passeio inicial, a sensação era de que algo ainda estava em aberto. A cidade tinha deixado perguntas no ar e imagens que mereciam mais tempo. Decidimos voltar por conta própria, de carro, e dedicar mais alguns dias ao lugar.
Aconteceu algo parecido quando visitamos Chiang Rai. Também fizemos um bate-volta, saindo de Chiang Mai, e vimos os templos mais famosos. Mas ficamos com aquela vontade de entender melhor a região — e aí fomos atrás dos campos de chá e do Triângulo Dourado, antiga rota do ópio. Alugar um carro foi a melhor decisão. O roteiro ficou mais flexível, mais nosso.
Em Kanchanaburi foi a mesma lógica. Com o carro, conseguimos ir além da ponte e dos museus. Visitamos templos, cavernas, parques e até um sítio arqueológico Khmer: o Prasat Muang Singh Historical Park.
Algumas atrações surpreendem pela grandiosidade, outras pela simplicidade. Mesmo com longas distâncias entre os pontos, o trajeto vale o esforço.
Confira outros pontos turísticos que conhecemos em Kanchanaburi:
5. Parque Nacional Erawan
O visual do Parque Nacional Erawan é coisa de outro mundo. Nele, a famosa cachoeira tem sete níveis, e mesmo na época seca, tem uma certa quantidade de água nas quedas.
A trilha do parque começa tranquila, com caminho de terra batida e sombra de sobra. A gente foi parando em cada nível pra entrar na água, então a subida foi no nosso tempo. Ficamos quase 2h30 no parque e chegamos até o quinto nível. Subir mais teria exigido um pouco mais de pressa, mas achamos melhor curtir com calma o que dava.
As melhores “piscinas” pra nadar estão entre os níveis dois e cinco. A segunda foi a nossa favorita, mais espaçosa, com um cantinho ótimo pra sentar. Porém, em todos os níveis havia muitos peixes que fazem cosquinha nos pés. É engraçado, mas confesso que me deu um pouco de aflição.
Lá em cima, o visual melhora a cada passo. A trilha fica mais estreita e escorregadia, então um calçado preso no pé faz diferença. Ah, e todo mundo que for nadar precisa alugar colete salva-vidas no primeiro nível. É obrigatório, e você não vai encontrar aluguel além dali.
A estrutura do parque também me agradou bastante: tem banheiro, lanchonete e até acampamento. E se quiser pagar mais barato na alimentação, é só dirigir até o mercado mais próximo, o Erawan Municipal Food Market.
6. Parque Nacional Sai Yok
Se você se animou com o Erawan, conheça também o Parque Nacional Sai Yok. Ele dá aquela sensação boa de isolamento em meio à natureza, algo que a gente nem se lembrava muito bem depois de tanto tempo morando em Bangkok.
A entrada principal do parque está a cerca de 100 km de Kanchanaburi, e nas proximidades está a estação de Nam Tok, ponto final do trem de Kanchanaburi. Inclusive, há uma locomotiva original da época parada no local.
E aí veio a tal cachoeira Sai Yok Noi. Chegamos empolgados, o segurança foi super simpático e já apontou a direção. Fomos animadíssimos… até perceber que algo estava errado. A trilha terminava, mas cadê a queda d’água? Perguntei de novo ao segurança, que deu um sorriso e disse com naturalidade: “Sorry, no water.”
É isso mesmo. Não tinha água. Mas tudo bem, respiramos fundo, aproveitamos o ambiente tranquilo e fizemos como os tailandeses que estavam ali, estendendo toalhas de piquenique.
Dito isso, fica aqui o conselho de amigo: verifique as condições climáticas antes de ir. Demos sorte no parque Erawan, mas pra Sai Yok, a gente não encontrou nenhum aviso de que a cachoeira estava seca. Provavelmente, não procuramos direito.
Aliás, se estiver planejando sua viagem para essa parte do mundo, sempre pesquise antes a melhor época pra visitar a Tailândia.
7. Wat Tham Suea (Tiger Cave Temple)
Apesar do nome parecido, o Tiger Cave Temple de Kanchanaburi, o Wat Tham Suea, não tem ligação com o famoso Tiger Cave Temple de Krabi.
Mas não se engane: este aqui tem seus próprios encantos. A enorme estátua de Buda dourado no alto da colina é surreal, e já pode ser vista de longe, brilhando sob o sol.
O templo une a arquitetura tailandesa com a chinesa, possuindo detalhes coloridos por todo lado. A subida pode ser feita por uma escadaria caprichada (e longa!), ou, se quiser poupar as pernas, dá pra pegar o carrinho elétrico por alguns bahts.
Mas o que mais nos pegou de surpresa foi a vista lá de cima, com os arrozais indo até onde os olhos alcançam. Sério, nem sei explicar direito a paisagem, mas de um lado tem o clima bucólico das plantações e montanhas, e do outro, as casinhas se espalham às margens do rio Mae Klong.
Além do Buda, tem também um chedi de nove andares (uma estupa enorme) onde você pode subir até o último nível e ver as relíquias sagradas trazidas da Índia. O interior tem murais, imagens de Buda e janelões com mais vistas de cair o queixo.
Caso visite o santuário, vá com tempo. Muita gente subestima o lugar achando que é só uma parada rápida, mas tem bastante coisa pra ver. Depois, passe na torre do Wat Tham Khao Noi. Os turistas preferem ir no Wat Tham Suea, então ela fica vazia.
8. Chamchuri Yak (Giant Raintree)
No caminho entre templos, campos e montanhas, a gente fez uma parada que acabou rendendo mais do que o esperado.
Perto do vilarejo de Kasikam, vive uma árvore centenária gigante, conhecida como Chamchuri Yak, ou “árvore demoníaca”, em referência ao seu tamanho fora do comum.
Essa árvore tem mais de 20 metros de altura e uma copa que se estende por impressionantes 51 metros de diâmetro. A sombra cobre uma área maior que quatro quadras de vôlei juntas, e não, isso não é exagero.
O lugar é bem estruturado pra quem tá de passagem pela região. Construíram passarelas ao redor da árvore para preservar o solo, há banheiros, estacionamento de sobra, e até uma cafeteria.
Um ótimo detalhe é que a entrada é gratuita. E mesmo com o horário oficial dizendo que fecha às 17h, não há portão ou controle, então dá pra passar por lá até no fim do dia, quando a luz fica ainda mais bonita para fotos.
9. JJ Night Market
Voltando ao centrinho de Kanchanaburi, vale guardar uma noite para visitar o JJ Night Market. O clima é bem local, com poucas barracas e preços justos, uma boa oportunidade para jantar sem gastar muito ou provar lanches diferentes.
Tem de tudo um pouco: espetinhos, doces tailandeses, sushi, tofu frito, roti recém-feito e até onigiri. Também dá pra encontrar roupas, frutas frescas e umas peças de segunda mão. Só não tem área para sentar, então a dica é pegar o que quiser e comer caminhando ou levar pro hotel.
A maioria das barracas começa a desmontar por volta das 21h, então é bom chegar antes disso. Ah, e como é um mercado mais voltado aos moradores, quase não se vê turistas por lá — o que deixa tudo mais autêntico e, claro, mais barato.
10. Wat Thewa Sangkharam
Há uma curta caminhada do cemitério de guerra, fica o Wat Thewa Sangkharam. Apesar de ser um templo bem importante, ele é pouco explorado pelos turistas, deixando o passeio ainda mais tranquilo e contemplativo.
Fundado no século 19, o templo é considerado um dos mais antigos e históricos de Kanchanaburi. Foi ali que o Rei Rama 9 foi ordenado monge, e há até uma placa oficial com esse registro. O salão principal (ubosot) tem murais lindos nas paredes e uma estátua de Buda em posição de bênção, onde muitos fazem orações e oferendas.
O espaço é bem cuidado, com jardins amplos, detalhes arquitetônicos típicos da era Ayutthaya e um chedi (estupa) octogonal cheia de ornamentos delicados.
Mesmo sendo central, o templo costuma estar vazio. Então, vale muito a pena incluí-lo no seu roteiro para fazer uma pausa mais silenciosa e pouco comum.
11. Wihan Phra Phothisat Kuan Im
Do outro lado da Ponte do Rio Kwai, há um lugar que transmite calma só de olhar: o Wihan Phra Phothisat Kuan Im. Esse santuário chinês é dedicado à deusa Guan Yin, uma das figuras mais queridas do budismo Mahayana.
Ela representa a compaixão e a misericórdia, e aqui está posicionada de frente para a ponte, como se estivesse velando por quem passou por tanto sofrimento na construção da ponte.
O templo é grandão e colorido, com várias estátuas de Buda e de outros deuses chineses espalhadas pelos pavilhões. Tudo é bem cuidado, e a energia do lugar convida a uma pausa silenciosa, seja para orar, refletir ou só admirar os detalhes da arquitetura. Mesmo quem não é religioso vai se sentir tocado.
12. Prasat Muang Singh Historical Park
Dirigindo pelas estradas de Kanchanaburi, você dobra uma curva e, sem aviso, dá de cara com um complexo de ruínas antigas, muralhas de pedra e torres em estilo Khmer. Tudo isso emoldurado pelas montanhas e pelo rio. Chegamos ao Parque Histórico de Mueang Singh!
As construções são feitas de laterita, uma pedra avermelhada que dá um ar antigo e robusto às ruínas. O templo principal impressiona, com detalhes que lembram — e muito — os templos de Angkor, em Siem Reap, no Camboja.
Isso não é por acaso: acredita-se que a cidade tenha sido construída a partir do século 12, durante o reinado de Jayavarman 7, o mesmo rei responsável por boa parte dos templos do Camboja.
O parque é ótimo pra quem gosta de ver onde viviam civilizações de séculos atrás, mas também pra quem só quer dar uma boa caminhada em meio ao verde. Tudo é bem sinalizado e super bem cuidado, e a entrada é bem baratinha, assim como o preço do estacionamento.
Ficamos um tempão lá andando, tirando fotos e imaginando como seria viver naquela cidade cercada por muralhas. Mas leve repelente, sério. Os mosquitinhos adoram aparecer, principalmente nas áreas mais próximas à vegetação.
Fora isso, a visita é super tranquila. Há muitos lugares de Kanchanaburi que os turistas locais e estrangeiros ainda estão começando a dar a devida importância, e esse é um deles.
Turismo em Kanchanaburi
Após esse apanhado de atrações que você deve dar uma chance em Kanchanaburi, reuni dicas práticas que vão te ajudar a entender como chegar no destino, qual transporte usar, onde comer, e até com quantos dias você curte mais a viagem. Veja:
- Como chegar
- Onde ficar
- Quando ir e quantos dias ficar
- Como se locomover
- Onde comer
- Dicas extras
- Mapa
Como chegar em Kanchanaburi saindo de Bangkok
Sair de Bangkok em direção a Kanchanaburi é quase como mudar de mundo. Depois de horas no caos da capital tailandesa, você finalmente avista as montanhas ao longe, o verde ganhando espaço e o ritmo desacelerando. Mas… como chegar lá da melhor forma?
A boa notícia é que há várias opções para chegar à cidade, cada uma com suas vantagens, dependendo do seu estilo de viagem. Abaixo, explico como funciona cada alternativa e para quem elas são mais indicadas:
Trem | Essa é a forma mais tradicional de chegar até Kanchanaburi. Os trens partem da estação de Thonburi, em Bangkok, e seguem até Nam Tok. O trajeto é feito em trens simples, com 2 e 3 classes, e a desvantagem é que pode haver atrasos, então o trem pode acabar “pulando” paradas.
Já os bilhetes são comprados na hora, diretamente na estação (não há reservas online).
Há quatro trens indo e voltando por dia, e pra conferir os horários atualizados, acesse o site da State Railway of Thailand. Ali dá pra mudar o idioma pro inglês no canto superior direito da tela. A aba “Departures” mostra os trens que saem de Thonburi, e “Arrivals” mostra os que voltam pra lá, já a opção “Timetable” mostra as paradas que cada trem faz. Veja o esquema de linhas:
- Partidas de Thonburi a Nam Tok (Departures): Trem nº 257 (manhã) e nº 259 (tarde). Os trens param na plataforma 3.
- Retornos de Nam Tok a Thonburi (Arrivals): Trem nº 260 (manhã) e nº 258 (tarde).
Bate-volta saindo de Bangkok | Se você tem pouco tempo, fazer um bate-volta com tour guiado é uma forma prática e eficiente de conhecer os principais pontos. Foi o que fizemos na nossa primeira vez em Kanchanaburi, e adoramos a experiência. A excursão que escolhemos inclui van, almoço e ingresso para as atrações pagas. É uma escolha excelente pra quem quer otimizar o tempo sem se preocupar com logística.
Carro alugado | Em um segundo momento, alugar um carro nos deu a liberdade de montar nosso próprio roteiro, parar onde quisermos e explorar lugares mais afastados com calma, como o Prasat Muang Singh Historical Park. Se você também gosta desse tipo de autonomia, recomendamos alugar seu carro pelo site da Rentcars.
Ônibus ou van | Essa é uma alternativa bem prática, especialmente se você quer evitar surpresas. O trajeto até Kanchanaburi leva cerca de 2h30 a 3h, com partidas frequentes de vários pontos em Bangkok, como o terminal Sai Tai Mai (Southern Bus Terminal). As vans e ônibus são simples, mas confortáveis o suficiente para essa distância.
A experiência é parecida com a do trem no sentido de ser uma opção barata pra cruzar o interior da Tailândia, mas com a vantagem de ser possível reservar o assento online. Dá pra consultar horários, comparar empresas e comprar as passagens com praticidade pelo 12GoAsia. É um site confiável e bem popular entre viajantes pela Ásia, que inclusive usamos bastante.
Onde ficar em Kanchanaburi
Ficar perto da Ponte do Rio Kwai é prático demais. A maioria dos hotéis fica às margens do rio e dá pra sair andando pra vários pontos turísticos, inclusive os principais museus.
Nessa região, escolhemos nos hospedar no Good Times Resort Kanchanaburi enquanto fazíamos nossa viagem de carro. Como não íamos passar tanto tempo no quarto do hotel, pegamos uma acomodação mais básica, mas que nos surpreendeu.
Tinha frigobar, cofre, suporte pra guarda-chuva (muito útil pra quando chove), ar-condicionado funcionando e a cama, nem se fala! Achei ótimo pra descansar depois de um dia de estrada, e se você quiser aproveitar mais as comodidades do resort, saiba que eles têm piscina, um jardinzão, e até te ajudam a organizar passeios.
Se você ainda está em dúvida sobre onde se hospedar, especialmente se estiver considerando usar Bangkok como base, vale dar uma olhada no nosso post onde ficar em Bangkok. Tem dicas de bairros, hotéis testados por nós e sugestões práticas pra montar seu roteiro com mais conforto.
Quando ir e quantos dias ficar em Kanchanaburi
A melhor época para visitar Kanchanaburi coincide com o período seco na Tailândia, de novembro a fevereiro. Nessa época, o calor é mais suportável e as chuvas dão uma trégua, o que facilita os passeios ao ar livre.
Mas se você quer ver as cachoeiras no auge, principalmente no Parque Nacional Erawan, o ideal é ir no final da estação chuvosa, lá para outubro. Só lembre de checar se o acesso às trilhas está liberado, já que algumas partes do parque podem ser interditadas por segurança.
Sobre o tempo ideal para ficar: 2 dias inteiros já oferecem um bom panorama da cidade e arredores, enquanto fazer um bate-volta funciona bem pra quem está com o tempo corrido.
Abaixo, deixei uma sugestão de roteiro para quem vai por conta própria ao destino:
Roteiro de 2 dias em Kanchanaburi
Dia 1 | No início do dia, comece com as atrações centrais: a Ponte do Rio Kwai, o Wihan Phra Phothisat Kuan Im, o Death Railway Museum and Research Centre e o Cemitério de Guerra. Em seguida, dirija até o Hellfire Pass Memorial Museum, e siga até a estação de Nam Tok e a cachoeira Sai Yok Noi. No caminho de volta, faça uma pausa para respirar sob a copa da Chamchuri Yak. À noite, guarde um tempinho para provar petiscos no JJ Night Market.
Dia 2 | Fique uma da manhã até o início da tarde no Parque Nacional de Erawan. Aproveite a trilha e entre nas cachoeiras. Depois, volte para a cidade e visite alguns templos, começando pelo Wat Tham Suea e o vizinho Wat Tham Khao Noi, e terminando no Wat Thewa Sangkharam. Se quiser um roteiro diferente, visite o Prasat Muang Singh Historical Park após o parque Erawan, ao invés dos templos.
Como se locomover em Kanchanaburi
Se locomover em Kanchanaburi pode ser mais simples do que você imagina. As atrações mais centrais, como a Ponte do Rio Kwai, museus e templos próximos, são tranquilas de visitar a pé, de tuk-tuk ou até de bicicleta.
Há ainda quem use vans locais, mas os trajetos são limitados e a frequência pode ser incerta.
Os tuk-tuks ainda são a forma mais prática pra deslocamentos curtos, e os motoristas costumam ser bem simpáticos. Só combine o preço antes da corrida. Quanto a aplicativos como Grab ou Bolt, eles funcionam em algumas áreas, mas não são tão comuns quanto em grandes cidades.
Pra quem quer conhecer os parques nacionais, cachoeiras ou ruínas históricas mais afastadas, ir de carro é disparado a melhor opção. Também dá pra alugar scooter, mas o calor forte e as distâncias entre atrações tornam o carro mais vantajoso, especialmente se você estiver viajando em dupla ou grupo.
Onde comer em Kanchanaburi
Apesar de não ser uma capital gastronômica como Bangkok ou Chiang Mai, Kanchanaburi surpreende com pratos típicos tailandeses servidos do jeitinho original. É comida quentinha, fresca e honesta, com tempero que não pede licença.
O resultado disso é aquele gosto de comida caseira, não importa se o restaurante é maiorzinho ou se é uma barraca na rua.
A seguir, compartilho com você dois dos melhores lugares que fomos nos dias que estivemos por lá:
On’s Thai Issan | O ambiente desse restaurante é simples, mas o sabor da comida do Isaan (nordeste da Tailândia) é de outro mundo. Aproveita e pede o tom yum ou o massaman curry, ambos muito cremosos. Gostamos tanto que voltamos várias vezes!
Good Times Restaurant | Localizado dentro do resort onde ficamos, esse restaurante salvou nossos dias de preguiça. O cardápio tem boas opções tailandesas, o atendimento é rápido e a vista pro rio ajuda a desacelerar. Não espere nada muito sofisticado, é o básico bem feito, com um cenário relaxante.
Se você estiver curioso pra entender melhor a culinária tailandesa e quiser dicas de pratos imperdíveis pra provar durante a viagem, recomendo a leitura do nosso post completo sobre comida típica da Tailândia. Tá cheio de sugestões e histórias de dar água na boca!
Mais dicas de viagem para Kanchanaburi
Dinheiro e câmbio | A moeda tailandesa é o baht, e para adquirí-los, o ideal continua sendo trocar reais por dólar no Brasil e depois fazer o câmbio de bahts na Tailândia. A gente costuma usar a Confidence Câmbio, que tem cotação boa e um processo prático e transparente.
Documentos para entrada no país | A Tailândia não exige visto para brasileiros em viagens de até 90 dias, mas fique atento: você precisa ter passaporte com pelo menos 6 meses de validade, o certificado internacional de vacinação contra febre amarela e o formulário TDAC preenchido. Tem tudo explicadinho no nosso post sobre documentos para entrar na Tailândia.
Seguro viagem | Embora não seja obrigatório para entrar na Tailândia, o seguro viagem é mais do que recomendado, especialmente se você planeja fazer trilhas, andar de moto ou visitar regiões mais afastadas como Kanchanaburi. No nosso blog, temos um buscador de seguros com desconto que compara várias seguradoras em poucos cliques.
Mala | Em Kanchanaburi, o clima segue o padrão tailandês: quente, úmido e com chuvas ocasionais. Leve roupas leves, sapatos confortáveis e não esqueça o repelente. E se quiser uma lista completa com itens úteis que pouca gente lembra, tem um post no blog sobre o que levar pra Tailândia que pode ajudar muito na hora de fechar a mala.
Roteiro em Bangkok | Se você estiver passando por Bangkok antes de ir a Kanchanaburi e quer organizar seus passeios de forma inteligente, não deixa de conferir o nosso post com dicas de roteiro em Bangkok. Tem sugestões de ordem de visitas, combinações que funcionam bem e jeitinhos de encaixar tudo sem estresse.
Dicas para a Tailândia | Sabia que não pode entrar em templo de ombro de fora ou que não é legal apontar o pé pra imagem de Buda? Essas e outras dicas culturais e práticas estão reunidas no nosso guia de viagem pra Tailândia. Vale ler antes de ir — ajuda muito a evitar gafes e a aproveitar melhor o país!
Mapa de Kanchanaburi
Antes de montar o seu roteiro, vale a pena visualizar todas as atrações no mapa abaixo. Isso ajuda a entender as distâncias, organizar os dias com mais lógica geográfica:
Agora que você já sabe o que fazer em Kanchanaburi!
Entre templos, trilhas e memórias da Segunda Guerra, Kanchanaburi mostra que um destino pequeno pode ter um impacto enorme. Com o roteiro certo, cada parada vira uma lembrança única.
Curtiu as dicas? Conta aí nos comentários como vai ser a sua viagem, e me diz depois o que mais te marcou por lá! Boa viagem!
Nós agradecemos seu apoio! Nós nos esforçamos para manter o blog atualizado, mas alguns detalhes podem sofrer alterações a qualquer momento. Sempre confirme datas, preços e informações.
Gente!
Que maravilha!!!
Adorei o post!
Mais um que entra para a lista ❤️
Ansiosos pela Ásia, sabia!?
Ola!
Muito legal o blog, está me ajudando muito na programação da viagem.
Qual a época que vocês visitaram o parque? Irei no início de fevereiro, será que terá água?
Obrigada
Olá Jussara, tudo bem? Então fevereiro é uma época seca na região. Pode ser que você encontre água na cachoeira, mas o fluxo pode ser pequeno. Difícil prever! Boa viagem e esperamos que você goste tanto da Tailândia quanto a gente!