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Tem gente que chega na Tailândia com um roteiro cheio de templos, praias e passeios de barco, mas basta ouvir falar no Mercado do Trem na Tailândia pra mudar os planos rapidinho. Não à toa, ele virou uma das atrações mais comentadas do país.
Quando morei por lá por mais de um ano, incluí esse mercado em quase todo roteiro que montava para os meus amigos. E posso dizer com convicção que é aquele tipo de lugar que não perde a graça mesmo depois da segunda ou terceira visita.
Por lá, é comum negócios rápidos antes da próxima buzina.
A primeira vez que ouvi falar dele foi num documentário antigo, daqueles que passavam tarde da noite, há anos atrás. Aquela imagem ficou na minha cabeça por anos, e só sosseguei quando vi tudo ao vivo e, olha, superou as minhas expectativas.
E como eu sei que muita gente quer conhecer esse mercado icônico, mas não sabe direito por onde começar, reuni aqui tudo que precisa saber pra organizar esse passeio do jeito certo e sem perrengue. Vamos nessa?
Mercado do Trem da Tailândia: tudo que você precisa saber sobre o Maeklong Railway Market
História do Mercado do Trem na Tailândia
Conhecido como Maeklong Railway Market, ele surgiu por volta de 1905, quando a ferrovia foi construída ligando Bangkok à estação Mae Klong, em Samut Songkhram. Só que, muito antes disso, já rolava um mercado tradicional por ali, focado na venda de peixes frescos. Quando os trilhos chegaram, os comerciantes não se mudaram.
O trem vindo.
Alguns tailandeses dizem que o governo até tentou negociar a retirada das barracas naquela época, mas os vendedores se organizaram e mantiveram suas estruturas ao redor da linha. Daí nasceu essa convivência inusitada entre o trem e o comércio.
E como esse movimento repetido virou rotina, atraiu os olhares curiosos de turistas de todo o mundo.
Onde fica o Mercado do Trem Maeklong
Como eu te disse, o mercado fica na província de Samut Songkhram, no interior da Tailândia. Fica a cerca de 80 km de Bangkok. Apesar de parecer “logo ali” no mapa, a viagem leva entre 1h30 e 2h, dependendo do trânsito e do transporte. É um dos bate-voltas mais clássicos saindo da capital.
Como chegar no Mercado do Trem na Tailândia
Partindo de Bangkok, existem três formas de ir até esse mercado: contratando um tour com agência, pegando uma van ou encarando o trajeto de trem.
Todas têm suas vantagens e funciona melhor pra um tipo de viagem. Vou te explicar melhor sobre cada uma delas:
Tour privado
Fechar um tour privado com uma agência é uma das formas mais práticas, especialmente pra quem tem pouco tempo e não dispensa algumas comodidades.
Geralmente, o trajeto é combinado com outros mercados, com ar-condicionado, e ainda rola aquela explicação básica durante o caminho, que ajuda bastante pra entender onde a gente tá se metendo.
Outra opção vantajosa é fazer um passeio que combina o Mercado do Trem + o Amphawa Floating Market, mais um mercado flutuante que eu indico conhecer. Assim como o anterior, esse bate-volta inclui transporte confortável, com a diferença que o guia fala inglês e não português.
Vans e minivan
As vans e minivans saem do Terminal Rodoviário Sul de Bangkok (Sai Tai Mai) e vão direto pra Samut Songkhram, onde fica o mercado. Elas partem de hora em hora e o trajeto leva quase 2h, dependendo do trânsito e do motorista.
Essa é uma opção barata e prática, principalmente se você estiver querendo economizar ou fugir dos tours. Dá até pra reservar o bilhete online com antecedência pelo site da 12GoAsia, o que facilita muito.
Já usei essa rota uma vez e foi tranquilo, mas vale avisar: os motoristas têm o pé um pouco pesado e o conforto depende da van. Então, se puder, chegue cedo pra garantir um assento bom.
Trem
Ir de trem é uma aventura por si só. O bilhete é barato, os trens saem de hora em hora, e o trajeto é dividido em duas partes. Não é a forma mais descomplicada, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças.
Primeiro, você embarca na estação Wongwian Yai, em Bangkok, e vai até Maha Chai, num trem simples que tem mais locais do que turistas. Essa parte leva cerca de uma hora.
Chegando lá, é só atravessar o rio numa balsa até o outro lado, onde fica a estação Ban Laem. De lá, sai o segundo trem, aquele que cruza o mercado e surpreende quem nunca viu um vagão passeando entre barracas.
E sabe o que é mais maneiro? Dá pra ver o mercado por duas perspectivas: primeiro, de dentro do trem, e depois, como espectador, já do lado de fora, da forma mais clássica. Particularmente, eu curti viver as duas cenas!
Como é o passeio ao Maeklong Railway Market
O que encontramos no Mercado do Trem Maeklong
O Mercado do Trem Maeklong tem de tudo e mais um pouco! A maioria das barracas vende alimentos frescos, com bancas cheias de frutas tropicais como manga, rambutan, pitaya e durian, além de legumes, ervas e especiarias que você sente o aroma de longe. E ainda tem frutos do mar de todos os tipos, desde camarão até lula, caranguejo e peixe seco.
Bananas, papaias e sorrisos nas barracas que cercam os trilhos do mercado.
Andando pelos trilhos, achei barracas com doces típicos, roupas estampadas, e uns souvenirs curiosos. É o tipo de mercado que você vai pra ver o trem e sai com pelo menos uma sacola.
E apesar de parte dos produtos estarem no chão, o trem passa tranquilamente por cima de tudo, porque ele é alto e os trilhos ficam um pouco fundos, então nada é destruído.
Uma lembrança que eu guardo com carinho foi quando, no meio da confusão do mercado, um garotinho tailandês apareceu com uma bola e começou a brincar sozinho. Do nada, me chamou pra jogar, e mesmo sem ser bom nisso, topei na hora.
Entre partidas de trem e de futebol, a vida segue leve em Maeklong.
Ficamos ali por uns minutos, entre as barracas e os turistas, e foi um daqueles momentos simples que fazem tudo valer a pena.
Olha o trem chegando!
A primeira buzina dá sinal e pronto: o mercado vira um quebra-cabeça em movimento. Os vendedores recolhem toldos, puxam cestos, e em poucos segundos o caos se transforma numa linha reta livre. As tendas são abaixadas com precisão milimétrica, e as mesas com mercadorias deslizam pra trás como num truque de mágica.
O trilho vira passarela e os turistas se posicionam com celular na mão, prontos pra testemunhar o momento mais aguardado do Maeklong Railway Market e ainda fazer aquela foto.
Enquanto o trem passava a menos de 30 centímetros do meu rosto, eu só pensava que, há menos de um minuto atrás, tudo ali era uma feira.
O maquinista acena, e quando o vagão final desaparece lá na frente, tudo volta exatamente ao que era, como se nada tivesse acontecido. Surreal!
Para você ter uma ideia do que eu estou falando, confira um vídeo do momento em que o trem passa:
O que você precisa saber para visitar o Mercado do Trem na Tailândia
Antes de embarcar nessa aventura em Maeklong, vale se ligar em algumas dicas que podem mudar a experiência por completo. Dá uma olhada:
Melhor horário para visitar
Apesar de funcionar das 6h às 18h, o melhor é chegar entre 8h e 10h da manhã. Além de encontrar o mercado montado e menos lotado, você foge do calor que, depois das 11h, parece um forno.
Eu já fui no meio da tarde uma vez e me arrependi. Sério, parecia que o ar não circulava.
A minha dica é visitar durante a semana. O movimento bem é menor, sem tanta gente se acotovelando.
O trem passa quantas vezes por dia?
O trem passa oito vezes por dia, sendo quatro chegadas e quatro partidas. Mas os horários variam de acordo com a malha ferroviária e, às vezes, atrasos são comuns.
O momento mais esperado: celulares prontos, olhos atentos e trem a caminho.
O que fiz (e recomendo) foi chegar com tempo de sobra pra não depender de um único horário. Fiquei lá por umas três horas e vi o trem duas vezes, de dois ângulos diferentes: indo e voltando.
O que levar na mochila?
Na hora de escolher o que levar, não precisa inventar muito. Uma garrafinha com água, protetor solar, lenço umedecido e óculos escuros já resolvem boa parte do que você vai precisar.
Usar roupas leves também ajuda. O clima em Bangkok e arredores costuma ser úmido, e como o mercado é coberto em vários trechos, tudo intensifica o calor. Ah, não se esqueça de andar com uns bahts trocados no bolso.
É seguro?
O Mercado do Trem na Tailândia carrega o título de “mercado de rua mais perigoso do mundo”, mas vamos combinar? Esse apelido é mais pelo fato do trem cruzar o meio da feira do que por perigo real, tipo furto ou violência.
Quando fui, achei o clima tranquilo. O pessoal ali já tá acostumado com a presença dos turistas. É claro que ter bom-senso e ficar ligado nunca é demais, mesmo que o ponto turístico seja considerado seguro.
Uma coisa que pode realmente te colocar em risco é se arriscar pra tirar a tal “foto perfeita”. Por isso, nunca fique em cima dos trilhos quando o trem estiver vindo.
O que comer e comprar no Mercado do Trem na Tailândia
A variedade de comidas do Mercado do Trem impressiona, e o melhor é que tudo é feito ali na sua frente. Eu que não sou muito de gostar de qualquer coisa, acabei me rendendo à culinária tailandesa. E vou te falar, mesmo com esse meu paladar mais seletivo, curti muita coisa, principalmente o curry, que hoje é o meu favorito.
Colorido, caótico e delicioso: os sabores frescos do Maeklong Railway Market.
E como tem muita coisa boa pra provar por lá, separei os mais imperdíveis:
Mango sticky rice: é uma combinação de arroz grudento com leite de coco e manga doce. Pode confiar, é gostoso de verdade e você não vai se arrepender.
Tom yum: uma sopa picante de camarão com limão, capim-limão e ervas tailandesas.
Frango frito com alho (pad kratiem prik): crocante, barato e com aquele temperinho que pega no fundo da língua.
Lula grelhada: servida na brasa com molho levemente apimentado.
No meio disso tudo, ainda dá pra achar umas lembrancinhas bacanas, como bijuterias e artigos de decoração. Porém, tenha em mente que você vai pagar bem mais caro do que pagaria em outros lugares menos turísticos.
Onde se hospedar em Bangkok
Na primeira vez que fui pra Bangkok, fiquei no Rambuttri Village Plaza e gostei bastante. Ele fica ao lado da agitada Khao San Road e perto de vários templos, mas numa rua mais tranquila. O hotel tem piscina, mas o que me marcou mesmo foram as camas. Lembro que dormi feito uma pedra, mesmo com o fuso todo bagunçado.
Outra vez, fiquei no S33 Compact Sukhumvit Hotel, numa área mais moderna da cidade. Compensa porque os quartos são confortáveis, e ainda tem estação de BTS perto, o que salva total na hora de fugir do trânsito.
O Novotel Bangkok on Siam Square fica em Siam, colado nos shoppings Siam Paragon e MBK. Ele tem uma estrutura bacana, com piscina e academia, além de ficar pertinho de atrações como o Lumphini Park.
Nunca me hospedei no Mandarin Oriental, mas conheço amigos que já ficaram e recomendam. Ele fica na beira do rio, com piscina, quartos espaçosos e vistas que parecem coisa de cinema. Caso esteja com o orçamento mais tranquilo, faz sentido investir nessa experiência.
Se ainda tiver na dúvida sobre qual região ou hospedagem escolher, não deixe de ler o post que a Dri escreveu sobre onde ficar em Bangkok. Ela reuniu as melhores dicas de hospedagem e explicou direitinho as diferenças entre os bairros.
Turismo na Tailândia: mais dicas de viagem
Além do Mercado do Trem, tem muita coisa importante pra acertar antes de viajar pra Tailândia. Separei algumas dicas rápidas que podem facilitar (e muito) o seu planejamento.
Documentos exigidos | Passaporte válido por pelo menos seis meses, vacina de febre amarela com certificado internacional, formulário TDAC e passagem de volta: esses são os principais documentos pra entrar na Tailândia. Não precisa de visto, mas é bom ficar de olho nesses detalhes! Para mais informações, confira nosso post sobre o que precisa pra entrar na Tailândia.
Seguro viagem | Não é obrigatório pra entrar na Tailândia, mas viajar sem um seguro é arriscado, e quando algo dá errado longe de casa, ter suporte faz toda a diferença. Além de despesas médicas, muitos planos cobrem bagagem extraviada, cancelamento de voo, ajuda jurídica e até hospedagem extra. Eu nunca embarco sem um, mesmo em destinos mais tranquilos. No nosso buscador de seguros, dá pra comparar as melhores opções e garantir até 10% de desconto.
Mala | Calor, templos e passeios mil pedem roupas leves, chinelo, canga, protetor solar e uma calça ou saia longa pra o respeito nos templos. E pra você não esquecer nada, aqui tem um post prático só sobre o que levar pra Tailândia e Sudeste Asiático.
Roteiro | Quer montar um itinerário redondinho pelo Sudeste Asiático? Então leia nosso post com sugestão de roteiro pelo Sudeste Asiático, que inclui dicas pra você passar de 20 a 30 dias turistando pela Tailândia, Vietnã, Camboja e mais. .
Dinheiro | A moeda oficial da Tailândia é o baht. O ideal é levar dólar e trocar lá. Pra isso, a Confidence Câmbio costuma ter boas cotações e dá pra deixar tudo certinho ainda no Brasil. Nada como chegar já com grana trocada no bolso.
Dicas de viagem para Tailândia | Quer saber quando ir, quanto custa, vacinas e outras informações básicas? Então dá uma passadinha no nosso postcom as nossas melhores dicas de viagem para Tailândia.
Transporte pela Tailândia | Entre ilhas, praias e cidades grandes, a 12GoAsia quebra um galho gigante. Eles vendem passagens de trem, barco, ônibus e até transfers internos — tudo no mesmo site, com praticidade
Caio é administrador de formação, mas trocou o mundo corporativo por uma carreira digital voltada ao turismo. Especialista em planejamento, é o responsável por manter o blog atualizado, garantindo que você encontre aqui tudo que precisa para planejar sua próxima viagem.
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Que legal!
Tem tanta coisa interessantemente DOIDA nesse mundo. Né? ?
Na ida para o mercado no proprio trem,como desce no mercado? Pensei em ter a perspectiva dentro do trem e tb no próprio mercado.